Com venda do Anhembi, escolas só poderão usar sambódromo por 45 dias

O prefeito de São Paulo João Doria, do PSDB, concedeu entrevista exclusiva para a Rádio Trianon AM 740, retransmitida pelo portal SRzd, na noite da última quinta-feira (5).

Em pauta, as medidas de sua gestão relacionadas ao Carnaval paulistano, entre elas, a privatização do complexo Anhembi e, consequentemente, do sambódromo, palco dos desfiles das escolas de samba da cidade desde 1991.

Doria confirmou a venda deste equipamento municipal e os parâmetros, a partir do momento em que a transação for efetivada, de uso da passarela do samba pelas agremiações. Critérios estabelecidos no projeto de lei 00582 que tramita na Câmara dos Vereadores, já aprovado em primeira votação. Assista:

Entenda o caso

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou no último dia 27, em primeira votação, o projeto de lei que prevê a privatização do complexo do Anhembi, localizado na Zona Norte da cidade, e da São Paulo Turismo, a SPTuris, empresa oficial de turismo e eventos da capital.

O projeto de autoria do executivo recebeu 37 votos favoráveis e 9 contrários, sendo que apenas 28 eram necessários para seguir tramitando. Ainda haverá uma segunda votação, prevista para acontecer nos próximos quinze dias e, mantido o mesmo cenário, vai para sanção do prefeito João Doria. A medida faz parte do pacote de privatizações e concessões desta gestão.

O texto do PL 00582, no entanto, foi modificado através de um substitutivo. Inicialmente previa que o espaço ficaria reservado para o Carnaval, anualmente, por 60 dias. Com as revisões, o sambódromo seria destinado para os desfiles e ensaios gerais por apenas 45 dias, e outros 30, para eventos religiosos.

“Colocamos como condicionante para a aprovação deste projeto que fizessem justiça, ou seja, que tratassem com isonomia as entidades sem fins lucrativos, como as igrejas, e as escolas de samba. Havia uma previsão legal muito desequilibrada. Conseguimos incluir no projeto 75 dias de uso, sendo 45 para as escolas de samba e 30 para as igrejas”, disse o vereador Eduardo Tuma, do PSDB, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

Sobre essa questão, o vice-presidente de Carnaval de Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, Darly Silva, o Neguitão, conversou com a reportagem do portal SRzd, durante evento que marcou o início das gravações do CD 2018 na Fábrica do Samba I, no último dia 28, veja: