‘Um por todos e todos por um’: discurso de mestre Sombra inflama ritmistas da Mocidade Alegre
Marcos Rezende dos Santos Nascimento, o mestre Sombra, completou no Carnaval 2019, seu vigésimo quinto ano à frente da bateria da Mocidade Alegre. Além de comandar a “Ritmo Puro”, ele acumula o cargo de vice-presidente da verde, vermelha e branca.
Sambista desde criança, Sombra desfilou pela primeira vez aos 6 anos, na Tom Maior – escola fundada por sua família. Atuou como ritmista em outras agremiações, como Pérola Negra, Águia de Ouro e Camisa Verde e Branco.
Tornou-se diretor de bateria “Ritmo Puro” em 1994. Desde então, tem investido muito no ensino e no aprendizado do ritmo símbolo do Brasil, seja nas inúmeras oficinas desenvolvidas na Mocidade Alegre, seja em diversos cursos e palestras, ministrados no Brasil e no Exterior. Em seus workshops desenvolve a integração de colaboradores através da sinfonia de uma bateria de escola de samba.
No último dia 16 de novembro, a “Morada do Samba” participou do “Salgueiro Convida”, evento tradicional da “Academia do Samba” que reúne diversas agremiações do Brasil.
Momentos antes de se apresentar com seus ritmistas pela décima sexta vez no Salgueiro, Sombra realizou um discurso forte e emocionante. Em sua fala, ele lembrou que há exatamente 20 anos, a Mocidade havia realizado sua primeira exibição no Salgueiro e afirmou que o público que lotava a quadra esperava um “sacode”.
“Quem está com o coração mole, está desanimado, não tem como subir. Se não for para subir com garra, pegada, tirando o pé chão, fazer o olho de quem tá assistindo brilhar, não adianta. Porque o pessoal está esperando de vocês. É um show. Não estão esperando nada mais que isso”, disse.
Assista um trecho da apresentação:
O mestre ainda destacou a importância da agremiação paulistana realizar um show em terras cariocas: “Não viemos aqui para ser melhor do que ninguém, mas para defender a bandeira do Carnaval de São Paulo e do pavilhão da Mocidade Alegre mais uma vez”.
Por fim, ele ressaltou o respeito que o público tem com a “Morada” e que isso deveria ser recíproco por parte da bateria: “O respeito que o povo tem por nós, nós vamos ter que subir no palanque e dar o respeito para eles. Porque se o público venho no Salgueiro para ver a Mocidade Alegre, a Mocidade Alegre tem que vir, e não pode se esconder”.
Confira o discurso do mestre Sombra:
Mocidade Alegre no Carnaval do Rio
Em 2000 foi agraciado com a réplica do Estandarte de Ouro recebido pelo Salgueiro, onde colaborou com bossas para a “Furiosa” do Mestre Louro. Sob seu comando, a bateria “Ritmo Puro” fez diversas apresentações em terras cariocas: Acadêmicos do Salgueiro (1999, 2000, 2001, 2009 e 2012); Unidos da Tijuca (2001); Paraíso do Tuiuti e Em Cima da Hora (2002); Mocidade Independente de Padre Miguel (2003 e 2010), Caprichosos de Pilares em (2005) e Mangueira (2007).
As inovações da bateria “Ritmo Puro”
À frente da bateria “Ritmo Puro”, trouxe novidades na utilização dos surdos de terceira, introduziu o timbal nos desfiles (que logo após passou a ser utilizado em outras baterias de São Paulo e do Rio de Janeiro).
A figura da rainha de bateria ganhou novo significado, integrada ao enredo, aos ritmistas e tocando instrumentos, como Nani Moreira e Aline Oliveira. Outra grande ousadia foi o resgate das coreografias da bateria, que marcavam os desfiles da Mocidade Alegre na década de 70.
Carnaval 2020
Em busca do décimo primeiro título no Grupo Especial, a escola levará para Avenida o enredo “Do Canto das Yabás, Renasce uma nova Morada”, que será desenvolvido pelos carnavalescos Edson Pereira, Paulo Brasil e Márcio Gonçalves.
A trilha sonora do quarto desfile que irá passar pelo Sambódromo do Anhembi no sábado, dia 22 de fevereiro, leva a assinatura de Biro Biro, Fabio Souza, Luis Jorge, Maradona, Rafa doCavaco, Ratinho, Silas Augusto, Turko e Zé Paulo Sierra.
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