Tatuapé leva o tri? A história mostra que feito é comum no Carnaval de SP

Desfile das campeãs 2018 da Acadêmicos do Tatuapé. Foto: SRzd – Cláudio L. Costa

O concurso das escolas de samba do Carnaval de São Paulo fica cada vez mais nivelado com o passar dos anos.

Em 2018, por exemplo, as quatro agremiações mais bem colocadas conquistaram o mesmo número de pontos, separadas na classificação final apenas pelos critérios de desempate.

Cada vez mais técnicos, os desfiles alcançaram uma impressionante similaridade estética e conceitual. Além disso, a configuração do regulamento e dos critérios de avaliação contribuem para um nivelamento quase que científico.

Diante dessa realidade, uma das escola que melhor enquadrou-se ao modelo atual é a Acadêmicos do Tatuapé.  Cheia de influências de bambas em sua origem, foi uma das protagonistas dos primeiros desfiles oficiais em São Paulo, porém, passou décadas inteiras fora da elite, no período de 1978 até 2003.

Entre altos e baixo, foi somente nos últimos anos que ressurgiu com toda a força. Em 2010, estava no Grupo 1 da Uesp, a União das Escolas de Samba Paulistanas, hoje, é a bicampeã da cidade e uma das principais potências nas disputas carnavalescas. Naturalmente, entra antecipadamente como uma das favoritas para a disputa do próximo ano, e em busca de um tricampeonato.

O feito, que poderia parecer desafiador nesse cenário de equilíbrio, não é algo raro, ao contrário, ao considerarmos estes mais de cinquenta anos de desfiles oficiais na cidade. Até aqui, cinco escolas se orgulham de uma tripla sequência de vitórias, três delas, inclusive, repetiram o feito por duas vezes; Mocidade Alegre, Camisa Verde e Branco e Vai-Vai:

1968: Nenê de Vila Matilde – “Vendaval maravilhoso”
1969: Nenê de Vila Matilde – “Com Recife antigo no coração” 
1970: Nenê de Vila Matilde – “Pauliceia desvairada” 

1971: Mocidade Alegre – “São Paulo e seus carnavais” 
1972: Mocidade Alegre – “São Paulo, trabalho, seresta e samba” 
1973: Mocidade Alegre – “Odisseia de uma raça”

1974: Camisa Verde e Branco – “Uma certa nega Fulô”
1975: Camisa Verde e Branco – “Tropicália”
1976: Camisa Verde e Branco – “Atlântida e suas chanchadas”

1986: Vai-Vai – “Do jeito que a gente gosta”
1987 : Vai-Vai – “A volta ao mundo em 80 minutos”
1988: Vai-Vai – “Amado Jorge, a história de uma raça brasileira”

1989: Camisa Verde e Branco – “Quem gasta tudo num dia, no outro assovia”
1990: Camisa Verde e Branco – “Dos barões do café a Sarney, onde foi que errei?”
1991: Camisa Verde e Branco – “Combustível da ilusão”

1990: Rosas de Ouro – “Até que enfim… o sábado”
1991: Rosas de Ouro – “De piloto de fogão a chefe da nação”
1992: Rosas de Ouro – “Non Ducor Duco, qual a minha cara?”

1998: Vai-Vai – “Banzai! Vai-Vai”
1999: Vai-Vai – “Nostradamus” 
2000: Vai-Vai – “Vai-Vai Brasil” 

2012: Mocidade Alegre – “Ojuobá – No céu, os olhos do rei… Na terra, a Morada dos Milagres… No coração, um Obá muito Amado”
2013: Mocidade Alegre – “A sedução me fez provar, me entregar a tentação… Da versão original, qual será o final?”
2014: Mocidade Alegre – “Andar com fé eu vou… Que a fé não costuma falhar”

Enquanto em oito oportunidades o tricampeonato virou realidade, em outras o sonho da terceira estrela consecutiva naufragou; Vai-Vai, em 1983; Sociedade Rosas de Ouro, em 1985, Gaviões da Fiel, em 2004 e Império de Casa Verde, em 2007.

Para fazer valer a estatística favorável, a Tatuapé apresenta na pista em março de 2019 o tema: “Bravos Guerreiros: Por Deus, pela honra, pela justiça e pelos que precisam de nós”. Uma história com o desenvolvimento do carnavalesco Wagner Santos. Pelo terceiro ano seguido a parceria formada pelo trio Fabiano Tenor, Mike Candido e Luiz Fernando Ramos venceu o concurso na azul e branca e assina o hino da agremiação.

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+ Saiba tudo sobre a final de samba-enredo na Acadêmicos do Tatuapé

 

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