Presidente da Mocidade Alegre desabafa: ‘Camiseta a gente troca, mas coração nunca’
Solange Cruz no desfile das campeãs 2023. Foto: Arthur Giglioli/SRzd
“Só conta história quem tem pra contar e camiseta a gente troca, mas coração nunca”. Esta frase encerrou um discurso bastante aplaudido feito por Solange Cruz, presidente da escola de samba Mocidade Alegre, na abertura da Semana da Virada da Consciência, realizada na noite desta terça-feira (14), no auditório da Liga-SP.
Seu alento vem de um pacto profundo com a particular natureza carnavalesca num momento onde a folia em si não apresentava a grandeza organizacional e a importância cultural dos dias atuais. Ela acompanhou de perto as justas causas pelas quais seus familiares defendiam mais espaço e profissionalismo na produção dos espetáculos artísticos realizados pelas escolas de samba na capital paulista.
Destaque recente na Forbes, pelo sucesso de sua gestão que completa 20 anos, Solange é uma mulher habilidosa, comunicativa, de vocabulário preciso, com oratória e fonética especiais. Com seu espírito aguerrido, e se emocionando em sua fala, ela fez um desabafo sobre o que é preciso entender sobre o samba hoje.
“O samba mudou demais. As pessoas hoje não tratam mais com o coração. Todo mundo troca de camiseta com muita facilidade. Isso é uma coisa que me dói muito como sambista. As pessoas são andarilhas, vivem pra lá e pra cá. Eu me emociono a todo momento em que a gente lutar, falar ou brigar pelo samba. É difícil”, disse ela.
“Eu me sinto parte de tudo isso. Me sinto batalhadora, trabalhadora pelo samba sim, por mais que algumas pessoas queiram tirar isso da gente. Não tira”, completou.
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Em busca de seu décimo segundo título, a “Morada do Samba” vai levar para o Sambódromo do Anhembi, no terceiro desfile do dia 10 de fevereiro, o enredo Brasiléia Desvairada: A busca de Mário de Andrade por um país, com assinatura do carnavalesco Jorge Silveira. Clique aqui para ouvir o samba.
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