Quem quer um carnavalesco? O mercado e o momento desses artistas em SP

A famosa dança das cadeiras, em todo o pós-Carnaval, é o principal assunto nas semanas que sucedem os desfiles das escolas de samba.

Este ano, em São Paulo, esse movimento de contratações e demissões não está entre os mais agitados dos últimos tempos, longe disso. Talvez, reflexo da “chuva de dez”, que marcou a avaliação dos jurados este ano, conforme analisou em recente reportagem o portal SRzd.

Nesse processo de analisar erros e acertos, as diretorias das agremiações devem, ou deveriam, olhar com atenção para aqueles profissionais, os carnavalescos, responsáveis pela concepção dos enredos, o passo inicial do trabalho a ser desenvolvido.

Mas já há algum tempo, nem sempre, ou na maioria das vezes, é o carnavalesco quem escolhe que história será contada na Avenida. Vêm se tornando hábito que esta decisão nem passe por estes artistas. Assim, quando chegam, ficam com a missão de desenvolver a ideia imposta pela agremiação, e haja criatividade para executar enredos escolhidos por ocasião, patrocínio ou intuição dos dirigentes.

Portanto, a pressa em definir o quanto antes quem será o profissional com essa incumbência, diminuiu. Inclusive, em alguns casos, só após a escolha do tema é que a escola busca o artista. Um inversão daquilo que tradicionalmente se via. Como numa nova tendência, é o tema quem escolhe o carnavalesco, ou seja, batido o martelo de qual é o enredo, busca-se então quem pode melhor enquadrar-se para colocá-lo na pista.

Nesse cenário, já próximos do mês de abril, o SRzd traz um panorama de como estão as movimentações nesse segmento na cidade de São Paulo. No Grupo Especial, das quatorze integrantes desta divisão, sete ainda não escolheram ou oficializaram seus carnavalescos. Das oito do Acesso 1, cinco estão na mesma condição:

GRUPO ESPECIAL 

(escolas que já oficializaram seus carnavalescos ou comissões de Carnaval versus as demais)

GRUPO DE ACESSO 1

(escolas que já oficializaram seus carnavalescos ou comissões de Carnaval versus as demais)

Quem está livre no mercado?

Os números mostram que a maior parte das escolas de samba ainda devem, ou podem, escolher um novo profissional para o cargo de carnavalesco. Olhando apenas para aqueles que atuaram em 2018, estão livres no mercado, oficialmente, Mauro Xuxa, Roberto Monteiro, André Cezari, Márcio Gonçalves, Pedro Alexandre, o Magoo, Junior Shall, Vaníria Nejelschi e Alexandre Louzada.

Rio X São Paulo

O eterno comparativo entre as duas principais praças do país quando a pauta é desfile de escola de samba, também aparece, inevitavelmente, ao abordar a condição atual dos carnavalescos.

Nos bastidores, os paulistas, por vezes, reclamam da falta de oportunidade dada pelas agremiações paulistanas, dando preferência para profissionais cariocas. Seja isso verdade, ou tenha qualquer outra explicação, os números repercutem e confirmam essa demanda. Em 2018, doze agremiações contaram com carnavalescos de outros estados, sendo treze vindos do Rio de Janeiro.

Longevidade?

Se olharmos para o período consecutivo que os carnavalescos estão em uma mesma escola de samba em São Paulo, chegamos em números impressionantes. No Grupo Especial, quatro, dos sete artistas já definidos para 2019, farão suas respectivas estreias.

Na divisão de Acesso 1 está o que acumula a maior sequência, ainda que tímida, lembrando sempre; considerando aqui apenas o conjunto daqueles já confirmados para o próximo desfile.

Este “recordista” é Anselmo Brito. Ele vai para o terceiro Carnaval seguido na Pérola Negra.

André Rodrigues, continua na Mocidade Unida da Mooca. Marco Aurélio Ruffinn é mais um que vai debutar, pela Independente Tricolor.

O que o povo quer ver na Avenida?

Independente de quem vai desenvolver o visual do próximo espetáculo produzido pelas escolas de samba na Avenida, o portal SRzd abriu enquete para que os leitores e torcedores das agremiações paulistanas indicassem: qual o enredo que você gostaria de ver na sua escola no Carnaval 2019?

A votação foi aberta no último dia 16 e esteve disponível até 21 de março. O resultado, indica equilíbrio entre alguns estilos e quase uma unanimidade; homenagear personalidades é uma opção rejeitada pela ampla maioria dos internautas que participaram. Confira:

*Votação através de enquete que esteve no ar no portal SRzd.com entre os dias 16 e 21 de março

Por enquanto, de certo mesmo, é que veremos em 2019 a vida e obra do cantor e compositor Arlindo Cruz, homenageado pela X-9 Paulistana, e uma reverência à Oxóssi, vinda no segundo enredo escolhido até aqui, pela Barroca Zona Sul, com o título “Okê Arô”.

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