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Qual é o seu samba-exaltação preferido?

Qual é o seu samba-exaltação preferido?. Foto: Arte

Odirley Isidoro publica mais um texto em sua coluna no portal SRzd.

Natural de São Paulo, nasceu no bairro do Parque Peruche, na Zona Norte da cidade. Poeta, escritor, pesquisador e sambista. Ao longo de sua trajetória, foi ritmista das escolas de samba Unidos do Peruche e Morro da Casa Verde, além de ser um dos fundadores da Acadêmicos de São Paulo.

As publicações são semanais, sempre às terças-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

Qual é o seu samba-exaltação preferido?

“De janeiro a janeiro o ensaio e geral, o samba é o nosso ideal”.

Este samba se tornou referência para nós sambistas, quando falamos sobre o Carnaval. Por que afinal, quantas vezes não cantarolamos estes e muitos outros?

A importância do samba-exaltação vai muito além de apenas ser um hino para escola, ele reproduz um elo de ligação entre o folião e seu pavilhão.

Indiferente da nomenclatura: Samba, Hino ou Alusivo, faz o elo mais primoroso entre nós e o que o pavilhão representa. A riqueza de detalhes culturais inserida em suas letras, permite que você se transporte à um lapso dentro do tempo e espaço incomum, capaz de permitir para aqueles com maior sensibilidade sentir a energia de cada palavra, como se fizesse parte desta comunidade ou de seu pavilhão.

A concepção da alcunha “Samba-exaltação”, surgiu em 1939, e se consagrou através das ricas palavras de Ary Barroso em “Aquarela do Brasil”:

“… Brasil, meu Brasil Brasileiro
Meu mulato Inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos…”

Em sua essência cada um se emociona com o exaltação de sua escola, mas é impossível não cantar ou se render às obras cantadas pelas coirmãs, seria como se o seu coração criasse uma playlist com as melhores:

“Portela
Eu nunca vi coisa mais bela
Quando ela pisa a passarela
E vai entrando na Avenida”

“Quem nunca viu o samba amanhecer,
Vai no Bixiga pra ver, vai no Bixiga pra ver”

“Quem não sabe o que é o amor,
Não sabe o que é ser feliz
Quem não sabe o que é sambar
Não sabe o que é Imperatriz”

“Nasceu, um grande amor em mim resplandeceu
Azul e branco está meu coração
Tu és a minha própria vida”

“Mangueira teu cenário é uma beleza
Que a natureza criou, ô…ô…”

“Chegou a Filial do Samba
Aqui ninguém é bamba
Mas tem um ideal
É incentivar a genuína melodia nacional”

Alguns sambas se tornam tão especiais que passam a ser alusivos, sambas externados minutos antes ao inicio do desfile oficial.

Eles muitas vezes exercem a função de fonte alimentadora para energizar as comunidades. Alinhado à isto, as palavras: garra e brio, encontram a soma perfeita de como motivar os foliões.

E quantos nomes se consagraram ao escrever ou interpretar estas obras?

Poetas de alma, homens e mulheres que deixaram em um pedaço de papel todo seu amor despejado aos bordados de seus pavilhões, compartilharam todo carinho enraizado em palavras cantaroladas por todos nós.

E deixo um pergunta para vocês: ouçam a voz do coração e responda, qual é o seu samba-exaltação preferido?

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