Pérola Negra divulga nova versão do samba-enredo que exalta Jair Rodrigues

Jair Rodrigues no prêmio BRAVO! Prime de Cultura de 2009. Foto: Divulgação

Jair Rodrigues no prêmio BRAVO! Prime de Cultura de 2009. Foto: Divulgação

Agora é pra valer. Após lançar o samba-enredo em homenagem ao cantor Jair Rodrigues, tema de seu enredo do próximo Carnaval, e anunciar que a obra passaria por adaptações, a diretoria da Pérola Negra revelou nesta quarta-feira (19) ao SRzd, a versão final da trilha-sonora que irá embalar o seu desfile, desenvolvido pelo carnavalesco Claudio Cebola.

Sétima a se apresentar no domingo, 19 de fevereiro de 2023, pelo Grupo de Acesso 1, a escola da Vila Madalena optou por não fazer a tradicional eliminatória e sim encomendar, pelo segundo ano consecutivo, seu samba para um grupo de compositores.

O hino que ajudará a contar no Anhembi a trajetória de um dos ícones da música popular brasileira é de autoria de Turko, Rafa do Cavaco, Maradona e Fabio Souza.

Confira áudio e letra:

O meu canto vai ecoar
Perola Negra meu grande amor
Jair Rodrigues vamos coroar
É da Vila Madalena

“Prepare o seu coração”
Ao som do berrante que abre a porteira
Eu sou…. A verdadeira moda pantaneira
Peguei a viola, a sanfona vai chorar
Vem do sertão toda minha raiz
O meu caminho o sob a luz do luar
Fez meu cantar ser mais feliz
Bateu saudade da linda morena
Que um dia me fez apaixonar
Carrego esse amor dentro do peito
O destino deu seu jeito
De voltar ao meu lugar

Vou me banhar na cachoeira
Lavar a alma na Fé
Salve o Rei da mata meu Santo protetor
Oxossi caçador

A minha voz fez o povo cantar
Canções que embalaram festivais
Pequena notável a inseparável
Da bossa nova aos musicais
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em sinfonia eternizar
A “Majestade, O Sabiá”
Eu sou o samba…
A voz do morro que emana
Meu carnaval encanta o mundo inteiro
Salgueiro… Eterna Paixão
Marcado no meu coração
É surdo de primeira
A benção “Dindinha” Mangueira


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Sobre Jair Rodrigues

Jair é considerado, por muitos, o primeiro rapper brasileiro e alcançou o status de precursor do gênero por ter lançado, ainda nos anos 1960, o samba “Deixa isso pra lá”. Com versos mais declamados do que cantados, a música se tornou um de seus principais sucessos. A faixa ganhou popularidade também graças à sua coreografia com as mãos.

Foi nesse período que Jair migrou, em busca do sucesso, para a capital paulista e acabou participando de programas de calouros na televisão. Com o lançamento do primeiro LP, O samba como ele é, de 1964, fez sucesso com o samba O morro não tem vez, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

O auge veio no ano seguinte, ao lado de Elis Regina, na parceria em O Fino da Bossa, programa da TV Record, que batia recordes de audiência em todo o país.

Em 1966 participou e venceu o II Festival da Música Popular Brasileira com a canção Disparada, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, empatando com a música A banda, de Chico Buarque. A partir daquele momento, sua carreira decolou e seu talento assegurou décadas de sucesso rendendo turnês pela Europa, Estados Unidos e Japão.

Em 1971, gravou o samba-enredo Festa para um Rei Negro, dos Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro. Jair interpretou ainda sucessos sertanejos como O Menino da Porteira, Boi da Cara Preta e Majestade, o Sabiá.

Jair Rodrigues morreu, repentinamente, no dia 8 de maio de 2014 na sauna de sua casa, em Cotia, na Grande São Paulo, em decorrência de um infarto agudo do miocárdio. Ele era casado com Claudine Mello, com quem teve os filhos Jair Oliveira e Luciana Mello, ambos cantores.

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