Pérola Negra abre segunda noite de desfiles de São Paulo com problemas de evolução

Desfile 2020 da Pérola Negra. Foto: SRzd – Bruno Giannelli

+ Vídeo: largada do desfile da Pérola Negra

Comissão de frente

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Alegorias

Musas

+ Vídeo: Entrevistas na dispersão da Pérola Negra

A Pérola Negra terminou seu desfile com 64 minutos

Presidente
Sheila Monaco

Carnavalesco
Anselmo de Brito

Intérprete
Daniel Collete

Coreógrafo de comissão de frente
Robério Theodoro

1º casal de MSPB
Arthur Santos e Eliana Sales Leite

Mestre de bateria
Fernando Neninho

Rainha de bateria
Samara Carneiro

“Bartali Tcherain – A estrela cigana, brilha na Pérola Negra!”

Há 5000 anos começou a diáspora do povo misterioso “Romani ou Roma”, conhecidos popularmente como ciganos, que, guiados por sua estrela da sorte, “Bartali Tcherain”, partiram do noroeste da Índia para adotar o mundo como sua pátria.

Povo de língua ágrafa (sem escrita), suas histórias sempre foram transmitidas de geração para geração pela tradição oral, o que cria muitas lendas.

Entre tantas histórias, conta-se que o povo cigano fazia parte de uma Casta de guerreiros que teriam abandonado a Índia, quando o sultão Mahmud Ghazni invadiu e dominou todo o norte da Índia expulsando-os e deixando-os sem pátria. Começa assim a peregrinação desse povo pelo mundo, carregando suas tradições e cultura em baús cheios de memórias, regados por música, alegria e lealdade a suas raízes, transportando seus sonhos em grandes comboios de carroças, espalhando mistério e magia por onde passam, tendo como companheiros Kan e Chonuto, “Sol e a Lua”, o dia e a noite, em direção a novos horizontes.

O caminho é longo e árduo, afinal, conviver com outras culturas sempre traz muitos desafios, mas, esse povo destemido e livre segue sua jornada e atravessa o deserto rumo ao Egito. O império egípcio vive, por volta de 2.500 a.c., um tempo de suntuosidade e crescimento e, nessa terra de prosperidade, os ciganos desenvolvem atividades como comerciantes, artistas dentro de palácios e ainda se destacam como exímios ferreiros, mas, momentos difíceis marcam a história desse povo, que tão ligado à liberdade sofre um duro golpe desferido pelo faraó Djoser, a escravização dos ciganos, sofrendo, pela segunda vez, a discriminação devido à ignorância de outros povos.

Os ventos sopram e determinam que é necessário buscar novos caminhos e, novamente guiados pela estrela da sorte “Bartali Tcherain”, lançam-se em uma jornada protegidos por Santa Sara Kali, rumo à Europa, pelo Mar Mediterrâneo, em companhia dos Mouros.
O encontro entre culturas se faz claro, pois um povo exótico, livre, caloroso e destemido, com sua cultura peculiar marcante e seus hábitos tão distintos se chocam com a frieza e austeridade dos europeus, o que causa estranheza e temor, gerando conflitos e uma nova onda de perseguição. Caçados pela Igreja, são queimados em fogueiras como hereges e bruxos.

A magia e a arte divinatória que marcam a história dos ciganos foi muito discriminada e incompreendida atraindo ignorância e perseguição, mas traz também todo um mistério e beleza de um povo poderoso e sábio que carrega em suas memórias conhecimento e sabedoria dos inúmeros lugares pelos quais passaram.

Apesar de serem hostilizados, o povo Roma deixou a sua arte e cultura na música, dança e imortalizou a figura de grandes personagens que marcaram e honraram sua história. Depois do terrível episódio da inquisição católica, os ciganos se reergueram, e muitos se fixaram e residem nesse continente até hoje.

No entanto, no século XX, outro episódio tenebroso assolou a história desse povo tão poderoso. Na Segunda Guerra Mundial uma perseguição de imensas proporções recaiu sobre os ciganos que foram aprisionados e mortos. O holocausto deixou uma profunda cicatriz em toda a humanidade, no entanto no povo Romani, a marca foi profunda em seus corações, famílias inteiras foram privadas de sua tão amada liberdade, um flagelo que até hoje ecoa na memória desse povo.

Apesar desse grande golpe, o povo Romani sobrevive com sua força e lealdade às suas tradições.

Alguns grupos insistem em se manter na Europa e outros abrem caminho para novas jornadas, agora o mundo é seu destino de chegada.

Dessa vez chegam a terras tupiniquins carregando toda a sua tradição ao som de violinos e castanholas e trazendo em sua bagagem as marcas da história, mas, de coração aberto para novas aventuras e a certeza de um novo amanhã, onde vão desfrutar de sua liberdade e dos laços familiares tão sagrados. Em devoção a Santa Sara Kali, o povo Roma mais uma vez se curva agradecendo e pedindo a sua proteção para o novo recomeço.

O Brasil, mesmo com tantas contradições e culturas, ganhou lugar de destaque, já que foi o único país do mundo onde um Romani chegou à presidência, Juscelino Kubitschek.

Lembramos também outro episódio de destaque, quando o Roma Mio Vacite enviou uma carta ao então Presidente, Ernesto Geisel: “Encontramos o paraíso e a segurança neste país, chegamos até aqui orgulhosos pois, ainda que nos tenham perseguido por toda a história, nossa bandeira jamais fora manchada com o sangue dos inocentes.”

Aqui os Romani começaram uma nova página de seu livro da vida, traçada pela força de um povo que reconhece o mundo todo como sua pátria e traz, para florescer nossas terras, a beleza, o mistério e a magia dos povos ciganos.

No Carnaval 2020, a Pérola Negra recebe o povo cigano com festa para celebrar a sua história milenar.

E hoje, na passarela do samba, a Joia Rara celebra o povo cigano, sua história de liberdade, uma nação que durante sua jornada sempre lavantou a bandeira da paz.

Hoje a alma cigana explode os corações da Vila Madalena de alegria.

Optcha, Pérola Negra!!

Pelo nono ano consecutivo, os destaques dos desfiles das escolas de samba da cidade de São Paulo receberão troféu exclusivo, oferecido pelo portal SRzd.

Voto popular, imprensa especializada e análise da equipe SRzd, que acompanha os bastidores das escolas de samba durante todo o ano; a somatória destes três levantamentos vai determinar o resultado do Prêmio SRzd Carnaval SP 2020, ação que valoriza a cultura do samba na capital paulista e seus protagonistas. Em caso de empate, prevalece sempre o voto dos profissionais do SRzd.

A votação popular, que estará disponível através de enquete na página da editoria do Carnaval de São Paulo no SRzd, será aberta após o final do último desfile dos Grupos Especial e de Acesso 1. O resultado será divulgado na terça-feira (25), antes da apuração oficial pela Liga Independente das Escolas de Samba. Clique aqui e conheça todas as categorias.

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