Paulo Serdan fala sobre contratos com a Prefeitura e TV Globo, concessão do Anhembi, Liga-SP e Carnaval 2022

Paulo Serdan. Foto: SRzd – Fausto D’Império

Paulo Rogério de Aquino, o Paulo Serdan, presidente da escola de samba Mancha Verde, não costuma “fugir da raia” e sempre procura responder tudo o que lhe é questionado.

Ao longo de uma entrevista exibida em live realizada pelo Blog do Rei Momo nas redes sociais, o dirigente falou sobre os contratos envolvendo as agremiações e a prefeitura de São Paulo e TV Globo; como ele vê o futuro do Sambódromo do Anhembi depois da concessão; a gestão à frente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo; e os preparativos da Mancha para o Carnaval de 2022.

Desfile 2020 da Mancha Verde. Foto: SRzd – Cesar. R. Santos

Em razão da pandemia da Covid-19, os desfiles das escolas de samba foram cancelados para 2021. Inicialmente previstos para julho, a possibilidade foi descartada pelo prefeito Bruno Covas em fevereiro. Questionado sobre a perspectiva das apresentações ocorrerem em 2022, o sambista se mostrou otimista, mas afirmou que o Carnaval só poderá acontecer caso a população seja vacinada a tempo.

“Espero que tudo caminhe bem e que a gente consiga fazer o Carnaval em fevereiro. Acho que ficar dois anos com os pavilhões parados é complicado. Espero que vacina chegue logo [para todos], que esses número baixem e que a gente consiga fazer um evento seguro e tranquilo. Dependemos da vacina”, enfatizou.

Sidnei Carriuolo e Paulo Serdan. Foto: Reprodução.

Desde maio do ano passado, Sidnei Carriuolo é o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo. O presidente da Mancha afirmou que está ajudando Sidnei naquilo que é possível na entidade e garantiu que houve uma “evolução” na Liga-SP, mas que o resultado só será sentido no momento em que chegar o próximo Carnaval: “Tenho certeza absoluta que as pessoas vão se surpreender positivamente.”

A gente está maltratando demais o nosso público que frequenta as arquibancadas

“A Liga fechou o contrato com uma empresa e vendeu a parte de alimentação e ingressos, só que a condição de isso ser feito é se eles estivessem juntos no processo de replanejamento da parte de trás das arquibancadas. A gente quer que quando as pessoas cheguem ao Sambódromo, elas se sintam num grande festival, como Lollapalooza, Rock in Rio, claro que, ainda, não na mesma magnitude. Queremos que as pessoas usem aquele espaço de trás [da arquibancada] para interagir e se alimentar bem. Toda a conversa foi para que a empresa entendesse os anseios dos sambistas e agente conseguisse entregar um produto desta forma. Acredito que vamos conseguir entregar em 2022 e isso vai encher os olhos dos sambistas” declarou.

“Falo isso há muito tempo, a gente está maltratando demais o nosso público que frequenta as arquibancadas, o público tem diminuído a cada ano e isso é péssimo. Vamos ver se a gente consegue resgatar”, completou o dirigente.

Complexo Anhembi. Foto: Anhembi
Complexo Anhembi. Foto: Anhembi

No início do ano, a Prefeitura de São Paulo confirmou a concessão do Complexo do Anhembi para a empresa GL Events Brasil, vencedora do processo de licitação. Ela deverá revitalizar e modernizar do complexo, incluindo melhorias no Sambódromo, no Pavilhão de Exposições e no Palácio das Convenções.

Serdan informou que participou de uma reunião com a GL Events Brasil e que eles tem um projeto para o Parque Anhembi “que é um negócio absurdo”.

“Eles estão tratando o Carnaval com muito respeito, o que me deixou muito tranquilo. Não entenderam o Carnaval como um estorvo, pelo contrário, eles estão entendendo como um ganho cultural. Estão querendo entender a nossa necessidade. Se não para 2022, nós teremos muitas mudanças para os próximos carnavais no Sambódromo de São Paulo. As pessoas podem aguardar que vai ser o maior Carnaval do país em nível de estrutura”, garantiu.

Desfile 2020 da Mancha Verde. Foto- SRzd – Ana Moura

Sobre o projeto para o próximo desfile, quando a verde e branca vai levar para a Avenida o enredo “Planeta Água”, o sambista deu detalhes do estágio do barracão: “Estamos decorando as alegorias, acho que em pouco dias teremos dois carros empacotados e várias alas estão terminando.”

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Desde o início da pandemia da Covid-19 as agremiações realizaram diversas ações sociais com o intuito de arrecadarem alimentos para quem precisa. O presidente destacou a importância do investimento no Carnaval para ajudar os profissionais da folia, dando ênfase aos contratos com a Prefeitura de São Paulo e com a TV Globo.

O lado humanitário do Carnaval de São Paulo é muito forte

“O que as pessoas não entendem é importância do Carnaval e o quanto de vidas a gente ajuda. O lado humanitário do Carnaval de São Paulo é muito forte. A gente conseguiu ter o aporte do contrato com a prefeitura de São Paulo, e a TV Globo também estava cumprido, quando a prefeitura resolveu cancelar, a Globo também parou de pagar”, disse.

“Na verdade, o que sempre quis mostrar para as pessoas, quando a gente correu para poder assinar o contrato com prefeitura, é que elas entendessem que a gente não estava falando de desfile, o importante era não parar de trabalhar. O importante era as empresas entenderem que estavam contribuindo para centenas de famílias sobreviverem, isso era o mais importante de tudo. Na Mancha, eu tentei ao máximo ir levando e estamos conseguindo, até agora. Como eu ia mandar essas pessoas embora e vê-los passando fome? Aí que entra o patrocínio, que a Crefisa [patrocinadora da escola] acreditou o tempo inteiro, não deixou de depositar o dinheiro pela Lei [Rouanet] jamais”, completou.

Paulo Serdan. Foto: SRzd – Claudio L. Costa

Márcio André Filho, Marcelo Lepiane, Lico Monteiro, Rafael Ribeiro, Richard Valença, João Perigo, Solano Mota, Leandro Thomaz, Telmo JB, Lanza Muniz Moraes e Rosali Carvalho, são os compositores que assinam o samba-enredo da agremiação para o próximo desfile. Clique aqui para ouvir.

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