‘Os das Silvas’: vídeo revela processo de criação da comissão de frente da Tucuruvi

A escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi exaltou no Carnaval de 2023, o cantor, compositor, violonista, percussionista e intérprete José Bezerra da Silva. A comissão de frente, um dos pontos altos da apresentação, mostrou no Sambódromo do Anhembi “os das Silvas”.

Responsável pela abertura do desfile, o grupo liderado por Eliseu Corrêa, reproduziu uma favela antiga. Os integrantes, que arrancaram aplausos do público, representaram velhos sambistas dos tempos de origem do músico, nascido no Recife, que fez carreira no Rio de Janeiro e morreu aos 77 anos de idade em 2005.

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Bastidores

O que muita gente não sabe, é que até cruzar a faixa amarela do início da Avenida, todos os envolvidos com o trabalho do quesito responsável por abrir o desfile, vivenciaram uma jornada intensa, carregada de sentimentos e comprometimento ao longo de um árduo processo durante vários meses.

Algumas sensações destas etapas da comissão de frente foram registras em vídeo. Nas imagens destaque para os bastidores do processo de criação, passando pela prova dos figurinos, composição do espaço e movimentos, além de muitos encontros e ensaios, até a chegada do grande dia onde o trabalho coletivo pode enfim ser apreciado.

Com 17 alas e quatro alegorias, a Acadêmicos do Tucuruvi, segunda a desfilar no sábado, dia 18 de fevereiro, ficou na décima primeira colocação na classificação final após apresentar o enredo “Da Silva, Bezerra. A voz do Povo!”, dos carnavalescos Dione Leite e Yago Duarte.

Descrição da comissão de frente da Tucuruvi 2023

A Acadêmicos do Tucuruvi traz esse ano “os das Silvas” na comissão de frente. A agremiação ao descer do morro pelas vielas, becos e escadas, invade o asfalto com corpos plurais, que personificarão o povo brasileiro oriundo das FAVELAS que sempre foram destaque na discografia do nosso grande homenageado, que entre um “balançar do ganzá” e o agudo da cuíca, bailarinos movimentam-se riscando a passarela do samba de São Paulo, exaltando “Porta-voz dos morros” Bezerra da Silva.

“Os das Silvas” audaciosamente dançam seguindo características de movimentos urbanos, que usando malandramente as “gírias” da boemia vinda das ruas, bares, do teatro, do moderno, do contemporâneo, do sapateado e misturam-se com partituras do partido alto, o SAMBA, que “transmite o dia a dia do meu povo dos morros do Brasil

“MALANDRAGEM DÁ UM TEMPO”: UM ENCONTRO ENTRE HIP HOP E SAMBA, surge assim a trilogia das favelas de Bezerra da Silva que é um viva à Sociologia do reconhecimento. Nela, como em toda obra do Bezerra, “ os das Silvas” exaltam um modo de vida que dá identidade a um grupo de pessoas, que ali se reconhece uma imensa “pantomima” revelando os sentimentos, as paixões, as ideias, por meio de gestos e atitudes.

É difícil não reconhecer trechos de letras gravadas por ele como: “É cocada boa, não é… Só tem coca aí na geladeira…Se Leonardo dá vinte, por que é que eu não posso dar dois… Vou apertar, mas não vou acender agora…

Porém, o “Porta-voz dos morros” é muito mais do que isso , assim como, “os das Silvas” também, e através desta comissão de representatividade, regida pela batuta do coreógrafo Eliseu Corrêa, a agremiação do Acadêmicos do Tucuruvi abre a avenida para esse desfile .

Texto por : Irineu Nogueira, Jéssica Rodrigues e Eliseu Corrêa