O top da discórdia: sambistas divergem sobre vestimenta dos casais

Jessica e Cley. Foto: Acervo pessoal

Um top, há poucas semanas do Carnaval, virou assunto central entre os sambistas paulistanos nas redes sociais.

Tudo pelo fato da porta-bandeira da escola de samba Independente Tricolor, Jessica Passos, ter usado a peça durante um ensaio específico, voltado apenas para os casais, no sambódromo do Anhembi.

Além dos treinos técnicos, onde comparecem todos os setores das agremiações, as duplas que ostentam o primeiro pavilhão das entidades, tem uma exaustiva e longa jornada de preparação na Avenida, até o dia dos desfile oficial.

E foi num destes momentos que Jessica apareceu na passarela de top e saia, ao lado de seu mestre-sala, Cley Ferreira. Ao compartilha o momento na web, uma série de comentários de colegas da dupla, de componentes de outras coirmãs e do público, se reproduziram e mostraram a divisão das opiniões.

É fato que as escolas de samba envolvem os casais de todo um rito repleto de símbolos, sobretudo, por serem estes homens e mulheres os responsáveis por conduzir a representação maior de cada comunidade; o pavilhão.

O SRzd ouviu uma importante porta-bandeira da cidade, que preferiu não ter o nome divulgado, sobre o tema. Ela acha um “absurdo” uma porta-bandeira usar este tipo de traje:

“Casais de mestre-sala e porta-bandeira têm vestimentas próprias, não têm que inventar. Não pode colocar top e pronto. O que acontece é que elas (porta-bandeiras) querem usar o mesmo que se usa no Rio de Janeiro, porque lá elas usam top. Mas aqui, não. São Paulo é uma coisa, Rio é outra”, comentou.

Do outro lado, Ednei Mariano, especialista na arte da dança dos casais, colunista do SRzd e justamente o treinador de Jessica e Cley, afirma não ver problema:

“Eu me preocupo é com a dança deles, esta coisa de moda não é comigo, quero eles confortáveis para um belo desempenho. Além disso, a decisão de que roupa devem usar para cada tipo de apresentação é da escola, não entro nesse debate”, disse Ednei.

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