O samba falando de samba; saiba os detalhes da Mancha Verde para a disputa em 2018
Nesta quarta-feira (29) mais uma edição da série especial do SRzd Carnaval SP
‘Raio X SRzd’
Uma sequência de vinte e duas reportagens sobre as escolas de samba dos Grupos Especial e de Acesso 1; com estatísticas, análise, depoimentos e informações, projetando os desfiles de 2018
Neste episódio, a quarta escola a desfilar na sexta-feira de Carnaval; a Mancha Verde
(relembre as reportagens anteriores)
Grupo Especial
+ Raio X SRzd – Independente Tricolor
+ Raio X SRzd – Unidos do Peruche
+ Raio X SRzd – Acadêmicos do Tucuruvi
Grupo de Acesso 1
+ Raio X SRzd – Barroca Zona Sul
+ Raio X SRzd – Leandro de Itaquera
Um tema popular
Essa é a aposta da escola de samba Mancha Verde para o Carnaval do próximo ano
Formado no final da década de setenta, o grupo Fundo de Quintal surgiu a partir do bloco carnavalesco ‘Cacique de Ramos’, da cidade do Rio de Janeiro, e tornou-se referência do gênero
Composto, principalmente, por sambistas da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, caracterizou-se por usar instrumentos até então pouco comuns em rodas de samba, como o banjo, o tantã e o repique de mão
Marcaram a trajetória do Fundo, nomes emblemáticos do samba nacional, entre eles, Almir Guineto, Bira Presidente, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha, Ubirany, Arlindo Cruz e Walter Sete Cordas
Time mantido e o estilo Serdan
Para mais uma disputa no Carnaval de São Paulo, a Mancha carrega como um de seus grandes trunfos, a continuidade
A manutenção de seus profissionais e artistas é uma das marcas da gestão alviverde, liderada pelo estilo inconfundível de seu presidente, Paulo Serdan
Tiveram seus vínculos renovados, na comissão de frente, o trio Wender, Jonathan e Marcão
Adriana e Marcelo, vencedores do Prêmio SRzd Carnaval SP 2017 na categoria de Melhor Casal de mestre-sala e porta-bandeira do Grupo Especial, seguem na condução do primeiro pavilhão alviverde e mestre Maradona no comando do ritmo
Pedro Alexandre, o Magoo, assina o projeto de Carnaval; “A amizade. A Mancha agradece do fundo do nosso quintal”, o título da homenagem ao Fundo de Quintal
Time mantido mesmo com a avaliação rigorosa dos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba
Apenas no quesito comissão de frente, a Mancha recebeu nota máxima
Samba-enredo, alegoria e fantasia, foram os itens mais penalizados pelos julgadores. Na soma geral das notas, um modesto décimo lugar
(décimos perdidos por quesito em 2017 – considerando os descartes)
O estilo Serdan e a capacidade de comando diante de sua comunidade, são características latentes na jovem trajetória da Mancha no Carnaval de São Paulo
A estreia como escola de samba aconteceu no ano 2000, quando chegou ao vice-campeonato do Grupo 3 da Uesp, conquistando assim, uma vaga no Grupo 2
Oriunda da maior torcida organizada da Sociedade Esportiva Palmeiras, a agremiação enfrentou, ao longo dos anos, uma série de dificuldades, tanto nos tempos de bloco, quanto após sua consolidação como escola
A entidade superou inúmeros desafios na busca de vencer preconceitos devido a associação de sua imagem com o mundo do futebol, aspecto que foi motivo de muita resistência por parte de alguns segmentos. Nesse processo, Serdan contou com o apoio e com os conselhos de Eduardo Basílio, eterno presidente da Sociedade Rosas de Ouro
O momento mais crítico dessa jornada, se dá em 2005, quando a Mancha Verde chega ao Grupo Especial. Por uma enorme coincidência, a Gaviões da Fiel é rebaixada no ano anterior, o que adia a dicussão sobre a presença de duas escolas oriundas de torcidas organizadas num mesmo grupo
Com a volta da Gaviões em 2006, é criado o Grupo Especial das Escolas de Samba Desportivas, abrigando as duas entidades
Uma liminar garante a permanência da preta e branca na divisão de elite, mas mantém a alviverde sozinha no inusitado “grupo”. Num raro momento de superação, realiza um desfile histórico com o enredo; “Bem aventurados sejam os perseguidos por causa da justiça dos homens…Porque deles é o reino dos céus”
O impasse se arrasta no ano seguinte e, somente em 2008, sua situação dentro da Liga das Escolas de Samba é equacionada, passando, definitivamente, a integrar o Grupo Especial sob as mesmas condições das demais coirmãs
Realizando belos Carnavais, alcança por três anos consecutivos, 2010, 2011 e 2012, a quarta colocação, ficando entre as campeãs
Um problema em sua comissão de frente, em 2013, acaba por contribuir para um inesperado rebaixamento ao Acesso
Assimilando o golpe e tendo mais uma vez que dar a volta por cima, reedita em 2014 seu Carnaval de 2006, conquista o vice-campeonato e retoma, assim, o direito de integrar novamente a elite do samba de São Paulo
Cantou na Avenida, em 2015, a história centenária do clube que é a razão de sua existência. Com o enredo “Quando surge o alviverde imponente…100 anos de lutas e glórias”, a Mancha acabou amargando o rebaixamento para o Acesso da Liga-SP. Caiu, e voltou novamente, este ano, com outro tema original, falando sobre os “Zés” do Brasil
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Destaque
Para cantar o samba 2018, de autoria dos compositores Sereno, Marcelo Casa Nossa, Darlan Alves, R Silva, R Minueto, Vitor Gabriel e Gui Cruz, o intérprete Fredy Vianna
O artista caminha para o seu sétimo ano seguindo na agremiação
Vianna consolidou-se no segmento pelo seu desempenho na Avenida, tornando-se um dos mais requisitados profissionais nas disputas de eliminatórias de escolas de samba, além de ser recordista de troféus do portal SRzd
Ao lado de sua ala musical, faturou o prêmio por três vezes consecutivas, em 2014, 2015 e 2016
Desde sua chegada no Grupo 3 da Uesp, a União das Escolas de Samba Paulistanas, a Mancha Verde talvez tenha sido a escola que passou por mais altos e baixos nestas duas últimas décadas
Conquistas, injustiças e dúvidas
Um misto de emoções nestes últimos dezessete anos
A Mancha quer estabilidade
Por outro lado, enquanto busca se consolidar no grupo principal do Carnaval na cidade, se estruturou
Sua sede é considerada uma das mais modernas. Sua gestão é elogiada por funcionários, fornecedores e parceiros. Parceiros aliás, que compraram a ideia e são um braço forte para os cofres da entidade
Vendo chegar 2018, quer mais. No mínimo, voltar ao desfile das campeãs, onde esteve por três vezes seguidas, nos anos de 2010, 2011 e 2012
O enredo leve e popular, absolutamente feliz pela ligação com o gênero, é uma das armas. A manutenção do elenco, também. A posição de desfile traz otimismo aos manchistas e simpatizantes da escola, que tem tudo para ser um dos destaques da primeira noite da folia paulistana no próximo ano
Você sabia?
Prêmio SRzd Carnaval SP
(troféus conquistados pela Mancha Verde)
Carnaval 2014
Melhor Samba-Enredo – Grupo de Acesso
Melhor Ala Musical – Grupo de Acesso
Carnaval 2015
Melhor Ala Musical – Grupo Especial
Carnaval 2016
Melhor Ala Musical – Grupo de Acesso
Carnaval 2017
Melhor Casal de MSPB – Grupo Especial
Em 2018 a Mancha Verde será a quarta escola a desfilar na sexta-feira, 9 de fevereiro, pelo Grupo Especial
+ Ouça o samba-enredo 2018 da Mancha Verde
*Fotos: Sérgio Ortiz, Guilherme Queiroz, Ana Moura e Cláudio L. Costa
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