O carnavalesco Marco Aurélio Ruffinn traz mais um texto para os leitores do SRzd.
A coluna é publicada semanalmente, às quintas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!
Devoto de Oxum e de Nossa Senhora Aparecida, com coluna no SRzd sempre às quintas feiras, impossível não reverenciar esta data aqui, hoje.
E também, oportunidade impar de homenagear à Unidos de Vila Maria pelo belo espetáculo proporcionado para os fiéis e para um dos mais importante símbolos da fé nacional.
Revisitar o desfile deste ano da Vila Maria, contando os 300 anos da aparição da imagem da Padroeira do Brasil, é um prazer e uma viagem espiritual.
Desfile que ultrapassou as fronteiras da Avenida, marcando inédita autorização da Igreja Católica ao permitir que a agremiação utiliza-se a imagem da Santa.
Pois é, novos e bons tempos…
Com este tema, a Igreja uniu fé e amor ao samba, no mais aguardado desfile do Carnaval 2017.
Porém, abro aqui um parênteses: nesta união, o sincretismo foi deletado, como uma manifestação que nunca existiu.
Não podemos nunca esquecer que a cultura das escolas de samba nasceu em um terreiro de Candomblé, portanto, de ancestralidade negra.
E nos Pejis – altares de religiões afro-brasileiras – estão a imagem de Nossa Senhora Aparecida sincretizada como a Orixá Oxum, deusa mãe da vida, do amor e da fertilidade.
O sincretismo permitiu a perpetuação do Axé.
Seria a oportunidade para estabelecer a ponte e uma grande manifestação contra a intolerância religiosa, e a afirmação que, de fato, vivemos um novo tempo.
Fecho o parênteses e voltemos;
A Vila veio pra brilhar.
Visualmente a maior e mais opulenta.
Com pinta de campeã, inundou a passarela com a fé inabalável dos trezentos anos de história e milagres.
A comissão de frente deu o tom do que tudo seria.
Quase em lágrimas os componentes encenaram a momento em que os pescadores encontraram a imagem no rio.
A cada ala uma ilustração da história.
As águas do rio, os ribeirinhos, a fé, os pagadores de promessas, a arte sacra e a mais bela ala de baianas do Carnaval, premiada, inclusive, por este portal.
A Unidos de Vila Maria foi um luxo só.
O próprio samba, carregado de emoção, transpôs os componentes para o universo de uma romaria.
Eu sei bem o que é isso!
A emoção deixa-nos anestesiados, em choque total.
O desfile seguiu, feito uma procissão.
Esta foi a opção de estilo do desfile, definida principalmente no momento da escolha do samba.
E houve também outro personagem abençoado nesta procissão; a chuva, dando o ar de sua graça.
Primeiro uma tempestade, eram os Santos, com ciúmes da “Cidinha”.
Mais tarde, uma garoa, leve…
Eram as lágrimas da Virgem Aparecida abençoando a merecida homenagem.
“Oh senhora, oh senhora
Reluz teu manto azul bordado em ouro
A benção de viver a tua glória”.
O resultado no concurso, foi irrelevante.
A Vila, a igreja e o samba, registraram uma marca histórica.
Marca e mensagem.
Da possibilidade de viver harmonicamente aquilo que pode parecer diferente, mas está tão próximo.
Amém e Axé!
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