‘É o canto da Nenê’; azul e branca escolhe samba para duelo no Acesso

O sol já chegava para clarear os primeiros minutos da manhã deste domingo (6) quando uma das mais tradicionais escolas de samba do país escolheu seu hino para o Carnaval de 2018 em São Paulo.

A obra de número 9 foi celebrada como a grande campeã nas eliminatórias da Nenê de Vila Matilde desta temporada e passa a ser, a partir de agora, a canção oficial do enredo 2018: “A epopeia de uma Deusa africana”.

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A parceria superou outros dois concorrentes e será a trilha de um ano desafiador para a agremiação da Zona Leste, disputando o Grupo de Acesso, após o terceiro rebaixamento de sua gloriosa história. Ouça o samba campeão, de autoria dos compositores: Kaska, Silas Augusto, Vitão, Zé Paulo Sierra, Léo do Cavaco e Luis Jorge.

Eliminatória mais curta, mas ainda aberta

A “Águia Guerreira” foi uma das poucas escolas de samba dos Grupos Especial e de Acesso que manteve o formato tradicional de disputa de samba-enredo, consagrado nas últimas décadas.

Embora mais curtas, as eliminatórias foram abertas, com a disputa na quadra diante da comunidade, modelo que vem sendo gradualmente descartado pelas agremiações, seja pelos altos custos que a disputa impõe aos compositores, seja por polêmicas e “rachas” que desabrocham neste processo. Na Vila Matilde, o duelo teve início em 22 de julho, tendo sua fase semifinal na última semana, classificando o trio finalista que protagonizou a decisão deste domingo.

Tema afro e o quesito samba-enredo na azul e branca

A expectativa por uma boa safra após o anúncio de mais um tema afro pela Nenê de Vila Matilde, gerou positividade.

A linha escolhida pela azul e branca produziu obras concorrentes interessantes, segundo afirmou, inclusive, o presidente da escola, Rinaldo Andrade, o Mantega, em entrevista ao programa “No Mundo do Samba”, veiculado pela Rádio Trianon AM 740 e retransmitido pelo portal SRzd, seguindo o histórico dos sambas concebidos sob essa temática apresentados ao longo dos anos na folia paulistana.

Recentemente, a própria Nenê experimentou a qualidade de uma composição inspirada em um enredo afro, quando cantou: “Moçambique – A lendária terra do Baobá sagrado”, em 2015, conquistando o sétimo lugar no Grupo Especial, melhor classificação da escola na última década e que ainda lhe rendeu o Prêmio SRzd Carnaval SP na categoria de Melhor Samba-Enredo. Relembre:

Além de uma galeria repleta de clássicas composições no Carnaval de São Paulo, a Nenê vinha mantendo uma média invejável no quesito samba-enredo. Desde sua volta para o Especial, em 2013, praticamente gabaritou. O ponto fora da curva, foi justamente neste ano, quando recebeu duas notas 9.8 dos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba. Veja o desempenho matildense em samba-enredo dos últimos cinco anos:

70 % dos leitores do SRzd apontaram o samba 9 como preferido na disputa

SRzd Carnaval SP perguntou a opinião de seus leitores sobre a decisão na azul e branca. Veja o resultado do levantamento que esteve no ar no entre os dias 1 e 3 de agosto:

Ouça as outras duas parcerias finalistas

+ Compositores: Juninho da Vila, Carlos Bebeto, Giovanni Pinheiro, Rodrigo Costa e Dudu Costa

+ Compositor: Tonn Queiroz

Final de samba-enredo da Nenê de Vila Matilde. Foto: SRzd – Guilherme Queiroz
Final de samba-enredo da Nenê de Vila Matilde. Foto: SRzd – Guilherme Queiroz

Após o rebaixamento, uma nova Nenê, um novo elenco

As semanas do pós-Carnaval 2017 não foram as melhores dos sessenta e oito anos de uma das mais tradicionais escolas de samba do país, a Nenê de Vila Matilde.

O primeiro golpe veio com o último lugar na disputa do Grupo Especial deste ano, quando cantou no sambódromo do Anhembi o enredo: “Coré Etuba. A ópera de todos os povos, terra de todas as gentes, Curitiba de todos os sonhos”. Clique aqui e veja como foi o desfile.

Ainda na data em que os envelopes com as notas dos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo revelaram o terceiro rebaixamento da história da agremiação, rumores de que o presidente Rinaldo de Andrade, o Mantega, teria sido agredido dentro da sede social matildense, tomaram conta das redes sociais, fato que foi desmentido por ele, em vídeo publicado pelo portal SRzd no dia 1 de março, relembre.

Passado o impacto do adverso resultado no Carnaval, assim como a maioria das coirmãs, a azul e branca também deparou-se com um inédito cenário no mercado da folia, recheado de demissões e pedidos de desligamento.

Porém, pelos lados da Zona Leste, a saída de quase todos os artistas, dos principais segmentos, foi sido ponto fora da curva, acentuado pelo fato de que, em todos os casos, a decisão de sair partiu dos profissionais, e não da diretoria.

Assina o desfile do próximo ano o carnavalesco Lucas Pinto, campeão pela X-9 Paulistana em 2017. Fábio Gouveia, que deixou a Unidos de São Lucas, assume a direção de Carnaval. Outro profissional vindo da X, é Alexandre da Conceição, para encabeçar a comissão de harmonia ao lado de Rodrigo e Marcos.

Para os lugares de mestre Markão e Nildo Jaffer, Paschoal Romano e Arthur Rozas, comandando a bateria e a comissão de frente, respectivamente. Ainda foram informados os nomes dos responsáveis pelos mais diversos departamentos.

Finalmente, a dupla responsável pelo primeiro pavilhão, Paulo Guedes e Edilaine Campos, substitui Jefferson Gomes e Janny Moreno. Agnaldo Amaral, voz oficial da entidade, foi o único remanescente do time 2017 e segue no comando da ala musical, pelo quinto ano seguido.

Veja a logomarca do enredo 2018

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