Nem tudo está perdido; ‘Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco’
O carnavalesco Marco Aurélio Ruffinn traz mais um texto para os leitores do SRzd.
A coluna é publicada semanalmente, às quintas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!
Nem tudo está perdido: ‘Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco’
Após algumas semanas escrevendo nesta coluna, novamente, exercitei a prática da reflexão.
Confesso. Fiquei cabisbaixo. Desanimado. Meio “jujuru”…
Um peixe fora d´água, completamente asfixiado com a falta de ousadia e a passividade do nosso Carnaval.
Ninguém vai retrucar?
Não vão responder com samba essa afronta toda?
Furtam o povo, a cultura “paga o pato”, e tudo bem?
É isso mesmo. Muitas interrogações.
Impossível só eu pensar assim, disse para mim mesmo.
Temos de compartilhar este sentimento angustiante de passividade.
Há dias atrás fui surpreendido com o anúncio do enredo da Estação Primeira de Mangueira para 2018.
“Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”.
Enredo que soa como resposta ao argumento do prefeito carioca Marcelo Crivella abordando o corte de verbas das escolas de samba.
Essa notícia me tirou do meu estado relatado no início deste texto, e trouxe-me um novo entusiasmo.
Ufa! Nem tudo está perdido.
A Mangueira engajada, atrevida e consciente de seu papel na cultura brasileira, é quem vai responder essa “pendenga”!
Justo! A mais famosa escola de samba do planeta assumir esse papel.
Ela sabe do seu poder, enquanto agente do povo. E seu talentoso carnavalesco, também. Bela sacada!
A verde e rosa levantou a bandeira.
Espero que agora muitas outras se inspirem!
O campeonato virou um detalhe.
Ao ver a Mangueira abordar esse tema, senti um alívio. Que bom que não estou em marte!
Me curvo ao seu pavilhão, Estação Primeira!
Comentários