Não vai morrer! Alcione ganha digna homenagem em desfile da Mocidade Alegre

Alcione. Foto: SRzd – Cláudio L. Costa

Numa noite recheada de gigantes do Carnaval paulistano, a Mocidade Alegre foi a terceira a desfilar na madrugada deste domingo (11) no sambódromo do Anhembi, em São Paulo.

A escola da Zona Norte trouxe mais uma homenagem, das muitas planejadas pelas escolas de samba neste 2018.

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+ Vídeo: assista ao esquenta do desfile da Mocidade Alegre 

O sexto lugar no Carnaval de 2017 não está engasgado na garganta da Mocidade Alegre.

Pelo menos é o que garante sua presidente, Solange Cruz.

O fato é que ficar de fora da apoteose, junto das campeãs da cidade, é algo raro, neste século, para esta agremiação. Nesta noite, a “Morada do Samba” pisou na Avenida querendo retomar a trajetória de sucesso.

Pelo segundo ano seguido, o coreógrafo da comissão de frente da Mocidade foi Jhean Alex, vencedor do Prêmio SRzd Carnaval SP 2017 na categoria.

Na apresentação desse ano, nada de apoio de elementos alegóricos, usado pela maioria das escolas. A aposta foi na dança e no talento dos integrantes da trupe, fantasiados de borboletas, em performance executada com precisão.

Lá vem eles, deslumbrando a passarela!

Assim foi mais uma passagem do primeiro casal da Mocidade pela Avenida; Emerson Ramires e Karina Zamparolli.

Há seis anos juntos, se conhecem pelo olhar. Sempre buscando a perfeição que tem valido um caminhar fantástico em termos de notas para a dupla. A busca é constante pelo sincronismo total para garantir o melhor. Em 2017 conquistaram um 9,9 e três notas dez. Nesta noite, não foi diferente. A sintonia da dupla ficou evidenciada no bailado tradicional imprimido por eles.

Para reencontrar-se com as primeiras colocações, a Mocidade carregou duas armas que merecem registro.

A primeira, foi ser a terceira escola a desfilar no sábado. Dia e posição preferidos da agremiação. A outra, entrar na Avenida tendo como enredo uma homenagem. Ao longo dos seus cinquenta anos de história, apostou em diferentes personalidades, mais precisamente, uma dezena; Zumbi dos Palmares, Genaro de Carvalho, Procópio Ferreira, Moraes Sarmento, Paulo Vanzolini, Raul Seixas, Hans Donner, Clara Nunes, Jorge Amado e, mais recentemente, em 2015, Marília Pêra.

Somou-se a isso, o fato da personalidade da vez ser alguém absolutamente identificada com o samba; a cantora Alcione, destaque na última alegoria e que participou do esquenta na abertura do desfile cantando trecho da música título do enredo, arrepiando o público.

O projeto desenvolvido pela comissão de Carnaval formada por Paulo Brasil, Carlinhos Lopes e Neide Lopes, trouxe um misto de conceitos, passando pelo rústico e moderno, ora usando materiais alternativos, ora luzes, espelhos e efeitos visuais. Efeitos que, no abre-alas, acabaram acusando problemas. A iluminação oscilou ao longo da passagem pela Avenida. Outra pequena ocorrência de acabamento foi apontada na parte traseira do carro de número 4.

Os figurinos formaram, em seu conjunto, um cenário super colorido, com bastante uso do laranja até o desfecho em verde e rosa do último setor.

Este desfile foi desafiador para mestre Sombra e seus ritmistas. Foi neste quesito que a escola perdeu o maior número de pontos na última disputa.

Querendo, e precisando, alcançar um melhor desempenho, a “Ritmo Puro”, da rainha Aline Oliveira, seguiu arriscando, distribuindo paradinhas ao longo do desfile.

O canto da Mocidade teve novamente o comando duplo, na voz dos intérpretes Tiganá e Ito Melodia.

Eles e o time musical também vieram com a missão de reverter a avaliação dos julgadores na comparação com 2017.

O hino deste ano levou a assinatura de Biro Biro, Gui Cruz, Imperial, Luciano Rosa, Portuga, Rafael Falanga, Rodrigo Minuetto e Vitor Gabriel. A composição mescla trechos que impulsionam o canto, com versos bastante melodiosos. Um dos destaque, foi o trecho da segunda do samba, que preparava a explosão no refrão de cabeça:

“À flor da pele declama delírios de amor
Mangueira, sua paixão, estação primeira
No chão de esmeraldas em Mangueira
Refloresce a cada Carnaval
No amanhã verde e rosa
Ao sambista mais novo
Deixa um pedido final”

O início empolgou o público e mexeu com os sambistas, mas, sobretudo a partir dos 40 minutos, uma queda foi notada na potência vinda do carro de som, compensada pelo canto regular da maioria das alas, que evoluíram mais soltas que o normal, sem tanta pressão para executar coreografias.

Evolução conduzida sem maiores problemas, com um pequeno aceleramento em alguns momentos, mas que não comprometeu o todo, fazendo com que a Mocidade chegasse com sobras até a faixa amarela da dispersão.

De olho no relógio!

A Mocidade Alegre encerrou seu desfile com 1h04

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Mocidade Alegre, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo de Acesso 1.

Agora é com você leitor! O SRzd quer saber a sua opinião. Vote e participe!

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