Mocidade Alegre celebra jubileu e reafirma técnica de campeã

Um jubileu de ouro!

Num ano especial para sua comunidade, a Mocidade Alegre viveu uma experiência diferente ao desfilar na primeira noite do Grupo Especial, algo que não acontecia há alguns anos.

Ano especial ao inspirar-se em sua própria história cantando o enredo: “A vitória vem da luta, a luta vem da força, e a força, da união”, famoso bordão de sua presidente, Solange Cruz Bichara Rezende. A “Morada do Samba” completa, em setembro deste ano, 50 anos de fundação. Clique aqui para ver a galeria de fotos.

Segunda agremiação a pisar na Avenida, já nos primeiros minutos deste sábado (25), a vermelha, verde e branca reafirmou sua técnica apurada e mostrou o novo visual criado por sua comissão de Carnaval.

A comissão de frente abriu o desfile cinquentenário com uma grande novidade.

O segmento teve a estreia de Jhean Allex, enfrentando o desafio de substituir Robério Theodoro, que por anos liderou, com sucesso, este setor.

Contando com a presença de um pequeno passista integrando o elenco, e que se tornou a grande atração do número, o grupo exibiu-se com figurinos variados em sua formação e trouxe o espírito aguerrido dos sambistas da “Morada do Samba” em sua encenação.

Deixa girar…

Símbolo maior da entidade, o pavilhão seguiu em boas mãos.

Nota máxima há quatro Carnavais, Emerson Ramires e Karina Zamparolli foram novamente destaque na Avenida. Emerson acumula experiência de vinte e sete anos nesta arte. Karina, suave na voz, meiga, com olhar penetrante e cativante, foi valente na dança.

Trajando figurino nas cores dourado e rosa, foram ladeados por guardiões, que pela grande dimensão de suas fantasias, acabaram ofuscando um pouco os protagonistas do setor, sem porém, tirar o brilho da dupla.

Comando do carro de som foi ‘prova de fogo’ para novo intérprete

Contratado para uma difícil missão, a de substituir Igor Sorriso na função de intérprete oficial da Mocidade, Tiganá enfrentou o maior desafio de sua carreira.

Contestado por alguns, o cantor contou com o reforço de Ito Melodia, que também defende a coirmã carioca União da Ilha do Governador, para levar o hino concebido pelos autores Gui Cruz, Imperial, Luciano Rosa, Portuga, Rafael Falanga, Reinaldo Marques, Rodrigo Minuetto e Vitor Gabriel. A obra nunca esteve entre as mais bem cotadas da safra 2017, mas esteve o tempo todo na ponta da língua dos sempre comprometidos componentes da escola.

Na Avenida, seu melhor momento veio na explosão de canto ao final da segunda parte nos versos que mexem, justamente, com os brios do apaixonado torcedor da “Morada”:

“Lá vem ela…Simplesmente poesia
Minha escola, minha vida
Verdadeiro orgulho do sambista

‘Ritmo Puro’ e a superação do mestre

Apresentada pela raça de sua rainha, Aline Oliveira, a bateria de mestre Sombra veio engasgada com os três décimos descontados pelos julgadores no concurso de 2016. Raça também estampada na superação de Sombra, que acumula o cargo de vice-presidente da agremiação.

Ainda recuperando-se de um acidente na perna esquerda, fez questão de participar de todas as atividades da escola na fase de pré-Carnaval, inclusive ensaios técnicos, debaixo de chuva, ora sob muletas, ora em uma cadeira de rodas. Desta vez, apoiado apenas nas suas forças, executou, junto de seus ritmistas, um belo trabalho. A paradinha promovida exatamente no trecho final do samba, foi o destaque da passagem da “Ritmo Puro”.

Criada para ser a casa de todos os sambistas!

Em 1950 um grupo de homens fantasiados de mulher saía pela ruas da região central de São Paulo para brincar o Carnaval, e era formado por Juarez da Cruz, seus irmãos Salvador e Carlos Cruz, e mais dois amigos. Eles viviam em São Paulo desde 1948, vindos do Rio de Janeiro.

Batizaram a trupe, no ano de 1958, com o nome de “Bloco das Primeiras Mariposas Recuperadas do Bom Retiro”, e desfilavam fantasiados de palhaços pela Avenida São João. Ao passarem em frente ao palanque reservado à imprensa na época, o locutor da Rádio América, Evaristo de Carvalho, disse, referindo-se aos sambistas: “É um bloco muito alegre, um bloco de sujos, como existem muitos no Rio de Janeiro”. A partir daí, surgia o nome: Mocidade Alegre.

Ao longo destas cinco décadas de história, a Mocidade teve apenas quatro presidentes, todos da mesma família: de 1967 a 1992, Juarez da Cruz, de 1992 a 1998, Carlos Augusto Cruz Bichara, e Elaine Cristina Cruz Bichara, de 1998 a 2003. Desde esse ano, o comando é de Solange, que liderou os melhores resultados da história da entidade. Dos dez títulos que acumula, seis foram conquistados nesta gestão.

Inspirados no grito de guerra de sua líder, a comissão de Carnaval formada por Leandro Vieira, Paulo Brasil, Carlinhos Lopes e Neide Lopes, desenvolveu a história apresentada no Anhembi.

No primeiro setor: a vitória. Faunos e ninfas guiaram o espírito dos sambistas tendo como cenário símbolos da antiguidade. Em seguida, a luta. Deuses guerreiros, grandes batalhas, e conceitos de justiça e igualdade, nortearam este setor. O Coliseu da Roma antiga, foi destaque em uma das alegorias. No terceira parte, o instrumento das lutas que levam à vitória: a força. A união veio no segmento quatro da montagem do enredo, com a natureza e o herói de Palmares, Zumbi.

Um dos pilares do sucesso da escola nos últimos anos foi o ponto central do encerramento do cortejo: a comunidade. Seus fundadores, o alegre grupo de foliões, foram transformados em romanos, tornando-se mitos construtores de uma grande Morada, a “Morada do Samba”.

O toque carioca de Leandro foi notado, entre outros aspectos, na excelente iluminação dos carros alegóricos. Neste quesito, destaque para o abre-alas, impactante, bem acabado e de excelente concepção e execução. E por ser tão bem realizado, destoou dos demais, inferiores em forma e acabamento. Ainda apontaram pequenos defeitos em alguns adereços, evidentemente, causados pela chuva que atingiu as escolas de samba durante todo o dia.

Evolução correta, mas sem contagiar o público

A competência na execução de seus desfiles, uma das marcas dos últimos Carnavais da escola, foi novamente vista pelo público e jurados.

Compactas e bem organizadas, as alas atravessaram a pista com mínimas oscilações de andamento, vestindo figurinos muito bem executados, com altura, volume e boa qualidade no uso de materiais. Destaque ainda para o jogo cromático de extremo bom gosto, que proporcionou um correto conjunto visual. Porém, a técnica apurada não foi suficiente para empolgar o público, que praticamente lotava todas as dependências do sambódromo Anhembi.

De olho no relógio!

A Mocidade Alegre encerrou seu desfile com 1h

Confira entrevistas realizadas após o término do desfile

Confira no gráfico as classificações da escola nos últimos dez Carnavais

Prêmio SRzd Carnaval SP 2017

Na noite desta segunda-feira (27), na página da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado oficial desta edição do prêmio. A votação estará disponível após o encerramento do desfile da última escola do Grupo Especial.

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A apuração das notas atribuídas pelos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo acontece nesta terça-feira (28), com transmissão ao vivo da Rádio SRzd.

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