Maradona fala sobre novo cargo na Camisa Verde e Branco e cita ‘incompetência do Governo Bolsonaro’

Marco Antonio Ferreira, o Maradona. Foto: Divulgação.

No ano passado, após 32 anos, o compositor Marco Antonio Ferreira (Maradona), anunciou sua saída da escola de samba Tom Maior. Por lá, ele assinou 15 sambas de enredo. Agora, o sambista vai ter uma nova missão na sua carreira: a de dirigir a ala musical da Mocidade Camisa Verde e Branco.

Maradona afirmou que aceitou de “imediato” o convite da presidente da agremiação nove vezes campeã do Grupo Especial, Erica Ferro. Ao SRzd, ele não poupou elogios a dirigente.

“Ver a escola no Grupo de Acesso 1 me deixa muito chateado, eu e toda a comunidade. A Erica fez dois Carnavais sem verba da prefeitura e tudo é muito difícil, porém ela nunca deixou de honrar seus compromissos”, expôs.

O objetivo maior é trazer mais um título pra Barra Funda

“A escola é muito diferenciada, tem uma comunidade e um chão impressionante, é sensacional. A presidente está organizando alguns detalhes para a escola voltar a conquistar o seu lugar no próximo Carnaval, o Grupo Especial. O objetivo maior é trazer mais um título pra Barra Funda”, continuou.

O sambista afirmou que essa será sua primeira vez no comando de uma ala musical, mas afirmou que a aprendizagem ao longo de anos vai lhe ajudar na missão.

“Tive grandes diretores que trabalhei e que me passaram seus conceitos, como o Rafa do Cavaco, Didi Pinheiro e Paulinho Sampagode, mas também acompanhei trabalhos de vários amigos renomados e aprendi um pouquinho com cada um deles”, destacou.

Marco Antonio Ferreira, o Maradona. Foto: Reprodução.

Agora, Marco Antonio quer passar um “pouquinho” da sua experiência para os novos comandados: “Graças a Deus, montamos uma ala de alto nível. Hoje temos quatro grandes cantores: André Luiz, Nene Santos, Tuca Maia e Rodney Claudino, todos eles passaram em grandes alas de várias coirmãs. Na parte musical harmônica, tenho a honra de contar com o Anderson Cicinho, Caique e Pipo nos cavaquinhos; Geovaneo no violão de 7 cordas; e o Saulo no violão de 6 cordas”.

“A nossa ideia é dar um suporte vocal e harmônico ao nosso intérprete oficial que é o Tiganá, e claro, fazer uma sintonia com a nossa bateria ‘Furiosa’, hoje comandada pelo mestre Rennan Calmon, que é cria da casa. E também fazer o melhor possível para que o canto fique facilmente aceito pela comunidade e nossa harmonia possa desenvolver um ótimo trabalho de canto. Temos um samba muito valente e teremos um canto muito forte, pode acreditar”, proferiu.

Marco Antonio Ferreira, o Maradona, acompanhado da ala musical da Camisa Verde e Branco. Foto: Reprodução/Facebook

Apesar da grande identificação com a Tom Maior, o compositor também contou um pouco de sua trajetória no “Trevo” da Barra Funda, local onde assinou o samba no último Carnaval.

“Eu comecei a frequentar a Camisa Verde e Branco em 1989/1990 e me apaixonei pela força da comunidade e os sambas da escola. Na época, a presidente era a Magali. A Simone e o Alecrim que me acolheram e eu fui convidado pelo Didi a cantar na ala musical. Fiquei durante sete Carnavais junto do Carlos Junior, Cogumelo, Birinha, Denny, Marquinhos Trindade, Edson Lins, Marquinhos Leite, Didi Pinheiro, Denden, Marquinho do Cavaco e desculpe se esqueci de alguém. Enfim, tive uma oportunidade única pela presidente Magali Tobias e os filhos dela, Simone o Alecrim, que sempre nos deram suporte. Porém, sempre frequentei a quadra mesmo não fazendo mais parte da escola. Tenho muitos amigos na escola e considero minha a família“, contou.

O Brasil paga o preço devido a incompetência do Governo Bolsonaro

Meses após o cancelamento definitivo das festividades na cidade de São Paulo em 2021, em virtude do agravamento da pandemia da Covid-19, Maradona se mostrou ansioso pela possibilidade da realização do Carnaval em 2022. Ele também fez críticas quanto na condução do Governo Federal, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na vacinação do Brasil.

“O Brasil paga o preço devido a incompetência do Governo Bolsonaro não ter comprado as vacinas no final de 2020. Estamos numa segunda onda e perdendo muitas vidas, todos os dias, e a melhor notícia seria ver a vacina sendo aplicada em toda população brasileira para que possamos fazer um Carnaval da vitória sobre essa doença maldita. Temos um sistema de saúde capaz de vacinar 3 milhões de brasileiros por dia. Sendo assim, só nos resta aguardar a vacina e com certeza trabalhar nos barracões e com equipes, mesmo que reduzidas, para deixar o Carnaval pronto e assim que pudermos voltar a ensaiar em nossas quadras e fazer nossa comunidade muito feliz. E que aconteça o Carnaval em fevereiro ou mais para o meio do ano”, expressou.

Marco Antonio Ferreira, o Maradona. Foto: Reprodução/Facebook

Curado da Covid-19 em setembro do ano passado, o compositor falou sobre o sentimento de ser vacinado. Fato que ocorreu há cerca de 20 dias.

“O sentimento é de alívio, misturado com a alegria por ter tido a oportunidade de enxergar uma luz no fim do túnel e que iremos sobreviver a esse vírus tão perigoso. Quero ainda poder lutar muito pelo o bem-estar da minha família e sempre lutar pelos valores da minha cultura que é o samba”, declarou.

“Deixo aqui meu obrigado ao SRzd pelo apoio que sempre deu a nossa cultura, divulgando nossos eventos e projetos e sempre em prol da cultura. Viva o samba“, finalizou.

No próximo Carnaval, a Camisa Verde e Branco vai levar para o Anhembi o enredo “Rezadeiras. Na fé do Trevo te benzo! Na fé do Trevo de curo!”, que será desenvolvido pelos carnavalescos Leno Vidal e Renan Ribeiro.

Nikinha, Sandro Simões, Gustavo Santos, Xuxo do Cavaco, Rodrigo Correia, Pablo do Cavaco, Ricardo Diegues, Zé Robertto e Toninho 44 são os compositores que assinam a trilha sonora do desfile.

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