‘Valeu por você existir’; Mancha emociona cantando a história do Fundo de Quintal

Fundo de Quintal no desfile 2018 da Mancha Verde. Foto: SRzd – Cláudio L. Costa

Cheia de felicidade, a escola de samba Mancha Verde cantou o grupo “Fundo de Quintal” no sambódromo do Anhembi, quando foi a quarta a desfilar na madrugada deste sábado (10), pelo Grupo Especial de São Paulo.

E veio sob o comando e ao feitio de seu líder, o presidente Paulo Serdan.

Oriunda da maior torcida organizada da Sociedade Esportiva Palmeiras, a agremiação, que enfrentou altos e baixos nos últimos concursos, chegou determinada a voltar a figurar entre as primeiras colocadas no concurso.

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Desde sua chegada no Grupo 3 da Uesp, a União das Escolas de Samba Paulistanas, a Mancha Verde talvez tenha sido a escola que passou por mais altos e baixos nestas duas últimas décadas.

Conquistas, injustiças e dúvidas.

Um misto de emoções nestes últimos dezessete anos.

A Mancha quer estabilidade. Por outro lado, enquanto busca se consolidar no grupo principal do Carnaval na cidade, se estruturou. Sua sede é considerada uma das mais modernas. Sua gestão é elogiada por funcionários, fornecedores e parceiros. Parceiros aliás, que compraram a ideia e são um braço forte para os cofres da entidade.

Em 2018, quer mais. No mínimo, voltar ao desfile das campeãs, onde esteve por três vezes seguidas, nos anos de 2010, 2011 e 2012

Por mais uma temporada, a comissão de frente verde e branca veio supervisionada pelo trio de coreógrafos Wender, Jonathan e Marcão.

Trabalho aprovado pela comissão de jurados no último Carnaval, quando foram nota 40 e o único, dos nove quesitos, que não recebeu nenhuma penalização dos avaliadores.

Contando com uma alegoria simbolizando a tradicional “Tamarineira”, os dançarinos mesclaram, em seu número, samba, malandragem e fé nos Orixás.

Adriana e Marcelo, vencedores do Prêmio SRzd Carnaval SP 2017 na categoria de Melhor Casal de mestre-sala e porta-bandeira do Grupo Especial, vieram decididos na missão de recuperar a nota.

Mordidos, colocaram em prática toda a vibração já adquirida durante anos de Avenida, para fazer o melhor para a escola verde e branca. Tranquilidade e carisma, foram as armas na busca do reencontro com o sucesso. Vestidos num lindo figurino, tendo Marcelo como Cacique, foram novamente eletrizantes.

Formado no final da década de setenta, o grupo Fundo de Quintal surgiu a partir do bloco carnavalesco “Cacique de Ramos”, da cidade do Rio de Janeiro, e tornou-se referência do gênero.

Composto, principalmente, por sambistas da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, caracterizou-se por usar instrumentos até então pouco comuns em rodas de samba, como o banjo, o tantã e o repique de mão. Marcaram a trajetória do Fundo, nomes emblemáticos do samba nacional, entre eles, Almir Guineto, Bira Presidente, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha, Ubirany, Arlindo Cruz e Walter Sete Cordas.

A história deles, carnavalizada, foi desenvolvida por Pedro Alexandre, o Magoo, carnavalesco da entidade pelo terceiro ano seguido. Adorado no meio do Carnaval pela educação e respeito com que trata a todos, outra marca inconfundível de sua atuação da folia é a “limpeza” visual de suas alegorias e uso farto de esculturas.

Nesta noite, trouxe carros grandes em suas dimensões, com algum desequilíbrio nas formas, e uso seleto de materiais, lançando mão inclusive do neon e de telões de led. Nos figurinos, foi harmônico no uso das cores. As fantasias, luxuosas, ganharam em altura dando destaque visual para o conjunto.

O brilho, a beleza e a identidade de Viviane Araújo com a família alviverde, voltou a ser ponto alto de um desfile manchista. Na frente dos ritmistas de mestre Maradona, a musa levantou os foliões por onde passou.

Batucada que, em diferentes momentos, fez breques na entrada do refrão, chamando o povão alviverde, espalhado nas arquibancadas carregando suas bandeiras e faixas, para cantar.

Para cantar o samba 2018, de autoria dos compositores Sereno, Marcelo Casa Nossa, Darlan Alves, R Silva, R Minueto, Vitor Gabriel e Gui Cruz; Fredy Vianna. O artista completou seu sétimo ano consecutivo na agremiação.

Vianna consolidou-se no segmento pelo seu desempenho na Avenida, tornando-se um dos mais requisitados profissionais nas disputas de eliminatórias de escolas de samba, além de ser recordista de troféus do portal SRzd. Ao lado de sua ala musical, faturou o prêmio por três vezes seguidas, em 2014, 2015 e 2016.

Ala musical, novamente, extremamente bem equalizada e afinada, conduzindo a obra que descreve de forma cronológica partes importantes da trajetória do “Fundo”. Ficaram replicando na mente do público ao fim da apresentação os versos melodiosos e de extrema felicidade em sua concepção do refrão de meio:

“Oxóssi caçador, o dono da mata
É força axé, São Sebastião
Okê, okê arô, ao dono da mata
Meu samba é fé, é religião”

Finalmente, a Mancha praticou uma evolução correta na Avenida, com uma pequena variação nos minutos finais, mas sem comprometer o conjunto compacto mantido na maior parte do desfile. Tão compacto, que os integrantes de algumas alas até tiveram, em alguns momentos, dificuldade de se movimentar. Desfile encerrado com a nobreza dos integrantes do Fundo de Quintal na última alegoria.

De olho no relógio!

A Mancha Verde encerrou seu desfile com 1h02

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Mancha Verde, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

 

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo Especial.

Agora é com você leitor! O SRzd quer saber a sua opinião. Vote e participe!

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