Ednei Mariano traz novo texto em sua coluna no portal SRzd.
As publicações são semanais, sempre às sextas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!
Eram dias de descontração e alegria, a multidão saía pelas ruas abastecidas de confete e serpentina, no alto da Avenida Paulista, hoje, o centro financeiro mais poderoso do país.
A aristocracia paulistana fazia seu Carnaval, desfiles de carros enfeitados, sociedades e ranchos.
Na zona central e periferia, grupos de negros e brancos pobres, faziam suas festas em desfiles intermináveis; sobe ladeira, desce rua, iam com suas representatividades estampadas no estandarte. Estes eram conduzidos por homens bons de ginga, cercados por malandros que eram chamados de batedores ou brigões, eles tinham a incumbência de proteger o pavilhão da entidade. A brincadeira era sangrenta, pois no encontro de duas agremiações se dava o embate.
Os batedores ou brigões tinham que ter conhecimento de capoeira e tiririca, faziam jogo para amedrontar e afastar o adversário, mas quando havia a investida, o malandro usava um elemento escondido na mão, sob o lenço; a navalha.
A arma branca para o ataque final era para abrir caminho e, se não conseguisse arrebatar o Pavilhão, tinha que golpear o tecido para tentar rasgá-lo.
Enquanto se travava a luta, o homem que ostentava o estandarte fazia movimentos de giros para direita e para a esquerda, freneticamente, para dificultar o assédio. Saía vencedor quem arrebatasse o Pavilhão. Mas tudo terminava em festa, enquanto a policia não acabava com a brincadeira.
O tempo passou e chegou a época dos Cordões, desfiles românticos. Os grupos vinham com instrumentos de percussão e sopro. Grupos como os Campos Elíseos, Som de Cristal, Brasil Moreno, Paulistano da Glória, Geraldino, Vae Vae, Camisa Verde e Branco e Fio de Ouro.
Com a forte presença feminina nestas agremiações, para elas foi dada a função de ser a porta-estandarte, que poderia vir acompanhada apenas de pagens. Nesta época o negro malandro vinha de baliza abrindo o cortejo com muitos malabarismos através de um grande bastão.
Chegaram então as escolas de samba, e a função do “brigão” de ontem, personificou-se no mestre-sala. Versátil, ao invés da navalha; o lenço, o leque ou mesmo um pequeno bastão, mas agora, com a função de conduzir sua dama.
Ele e ela, mantendo a tradição dos giros sincronizados, vinham pelos bairros, subindo ruas e descendo ladeiras; Lavapés, Brinco de Ouro, Unidos do Parque Peruche, Garotos do Itaim, Morro da Casa Verde, Acadêmicos do Tatuapé, Império do Cambuci, entre tantas outras, a maioria, extinta.
Com a oficialização do Carnaval, em 1968, regulamentaram o quesito. A tradição do instrumento levado pelo mestre-sala, atravessou o tempo.
Hoje, está sendo, aos poucos, suprimido. Muitos não se preocupam, ou sequer conhecem sua história e sua importância.
É triste ver que este instrumento de tanto valor na tradição da nossa dança, tenha tornado-se facultativo para o mestre-sala.
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