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Gi, a eterna dama dos Gaviões

Gi e Bozó, dos Gaviões da Fiel. Foto: Reprodução

Ednei Mariano traz novo texto em sua coluna no portal SRzd.

As publicações são semanais, sempre às sextas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

Gi, a eterna dama dos Gaviões

Na bela e espaçosa varanda, localizada no segundo andar do sobrado, com uma visão linda para a rodovia que liga Bragança Paulista às estâncias minerais de Amparo e Socorro, estava relaxada a nossa personagem deste conto.

Após cinco anos afastada das pistas, das luzes de nossas quadras e passarelas, ela continuava bela, linda com seus olhos amendoados, cabelos negros escorrido pelos ombros, pele morena jambo, o verdadeiro retrato da mistura brasileira.

Seu olhar se perdia na imensidão verde, cortada pelo caminho das águas, naquele rico cenário que circundava a aconchegante residência.

Sua mente viaja na tranquilidade daqueles que cumpriram, e bem, sua missão.

A dela, de empunhar e defender o pavilhão preto e branco da “Torcida que Samba”.

Lembranças das impecáveis fantasias, nos seis anos como primeira-dama. No seu cuidado extremo, sempre acompanhando o desenvolvimento do projeto para que nada saísse errado no dia do grande desfile.

Muitas notas 10, muitos elogios, desafios vencidos. Esta jovem senhora, respeitada no nosso meio, inclusive, pelos defensores da entidade de mesma origem do seu Grêmio, nas arquibancadas.

Foram 18 anos na função de porta-bandeira. Vieram em sua mente as idas e vindas na Rodovia Federal que liga São Paulo até Belo Horizonte, noites brilhantes de ensaios no Anhembi lotado, a calmaria para as fotos com tantos admiradores e amantes daquele pavilhão de muitos títulos.

Nas lembranças veio a negra altiva, fala forte, pronta para afastar qualquer obstáculos na pista de desfile, a amada e amiga de tantos Carnavais.

Seu coração acelera ao visualizar em seus pensamentos o companheiro desta longa e gloriosa jornada, seu mestre, seu companheiro conjugal, sempre atento nos movimentos da vida em conjunto ao seu na dança. Um verdadeiro protetor, ágil nas pernas e perfeito na apresentação do símbolo maior da entidade.

Seus olhos marejaram, não de tristeza, mas de felicidade e compreensão de que dera o seu melhor, e por isso, jamais será esquecida pela grande nação Fiel.

Lágrimas de amor escorreram naquele rosto aveludado e límpido, interrompido por um suave toque de mão.

Era o Mestre amado, que com o carinho de sempre chegava de mais uma jornada de trabalho.

Axé, Dorgival José Machado (Bozó) e Gislene Matos (Gi)!

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