Em busca de voltar aos seus tempos de glória, a Gaviões da Fiel foi a quinta escola a entrar no Anhembi neste sábado (25), em São Paulo.
A aposta esteve no enredo: “Com as mãos e a garra de um povo sonhador, surge o contraste de uma nova metrópole – Sampa, lugar de sonhos, oportunidades e esperança”.
Há quatorze anos sem conquistar um título no Grupo Especial, e distante do desfile das campeãs desde 2010, a “Torcida que Samba” chegou embalada pelo amor ao Sport Club Corinthians Paulista, clube de futebol que é a razão de sua existência. Clique aqui para ver a galeria de fotos.
Abrindo a exibição, um reencontro.
De volta aos Gaviões, a coreógrafa Helena Figueira e sua comissão de frente optaram por uma performance dinâmica, ousada e com o uso de elemento alegórico, que contou com escadas e mudou de forma ao longo da apresentação. Divertida e pedindo interação do público na expressão de seus figurantes, agradou o povo.
Wagner Lima e Adriana, profundamente identificados com os Gaviões, chegaram para mais um Carnaval com o objetivo de garantir a nota máxima no quesito, assim como fizeram em 2016.
Eles, da mesma linhagem de outros sambistas do elenco, foram forjados nos projetos sociais da entidade, exercendo sua vocação de escola de samba.
Em recente conversa com o SRzd, Wagner afirmou: “não existe honra maior do que proteger um pavilhão pelo ato da dança”. E foi assim que atravessou a Avenida ao cortejar sua dama, que está na escola há mais de 22 anos. No setor em que estavam, a cabeceira do conjunto, protagonizaram um distanciamento grande da comissão de frente, desproporcional na comparação com o conjunto que vinha atrás.
Ao ouvir a voz de Ernesto Teixeira no sambódromo, todos sabem que lá vem os Gaviões.
Intérprete oficial da agremiação desde 1984, é recordista em São Paulo no comando de um carro de som, e teve a responsabilidade de levar o samba de autoria de Moraes, Lubé LK, Renato do Pandeiro, Edmílson, Rogério, Maurição, Gledão e Vini.
Outra missão foi tentar reverter o resultado de 2016: a escola não recebeu nenhuma nota máxima neste quesito.
E mais; o samba deste ano foi bastante contestado, desde sua escolha, em final cheia de polêmicas e que teve de ser decidida pelo voto de minerva do presidente Rodrigo Fonseca.
Desafio aumentado para ala musical devido ao perfil da própria composição. As quebras métricas, em diversos momentos de sua construção, não favoreceram o canto. O ponto alto, esteve no trecho final da segunda do samba, que chamava para o refrão de cabeça:
“…Em preto e branco escrevi a minha história
De campeão…”
Embora com o apoio de seus milhares de torcedores espalhados pelas diversas dependências do Anhembi, que receberam bandeiras alvinegras, soltaram fumaça e acenderam sinalizadores, os versos não empolgaram as arquibancadas.
Comandada por mestre Pantchinho, a bateria alvinegra, citada nos versos do samba, manteve o que havia apresentado na fase de preparação.
Apostou numa levada mais convencional e foi econômica nas paradinhas, mas deu a sustentação necessária para o conjunto. Teve ainda, à sua frente, a beleza e a fidelidade ao pavilhão da rainha Tati Minerato e da apresentadora Sabrina Sato.
Falar sobre São Paulo, não é exatamente uma novidade nos desfiles de escola de samba.
O viés escolhido pelo carnavalesco Zilkson Reis, também não era algo inédito na Avenida. Assim, seu desafio foi contar, com um novo olhar, uma mesma história. Ao falar da migração para a capital paulista, o artista dividiu a montagem do enredo em cinco setores.
A abertura trouxe os sonhos e a esperança daqueles que chegam em São Paulo buscando melhores condições de vida. Em seguida o choque de realidade ao deparar-se com a selva de pedra, o medo e o desconhecido, as dificuldades, desilusões, a saudade e as lembranças da terra natal.
No terceiro e quarto setores, a contribuição dos migrantes na construção da cidade, os sonhos e as conquistas. O segmento final mostrou a influência cultural e os costumes daqueles que chegam de outras regiões do Brasil e acabam inserindo aspectos de sua cultura no cotidiano da metrópole.
Zilkson mostrou outras soluções para suas alegorias, com novas formas e novos elementos. Porém, as dimensões impactantes do abre-alas, não se repetiram nos outros quatro carros, que ainda apontaram pequenos problemas de iluminação e acabamento.
O artista ainda foi ousado ao imprimir um leque cromático multicolorido, que deu vida e contribuiu para o entendimento do enredo. Ideias retratadas com clareza na alas, que se entregaram para fazer o melhor pelo pavilhão alvinegro.
Entrega que não se traduziu numa técnica apurada na travessia dos foliões pela Avenida, acusando constantes variações de andamento, que fizeram com que a escola cruzasse a faixa amarela no limite do tempo previsto pelo regulamento.
A Gaviões da Fiel encerrou seu desfile com 1h02
Na noite desta segunda-feira (27), na página da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado oficial desta edição do prêmio. A votação estará disponível após o encerramento do desfile da última escola do Grupo Especial.
Agora é com você leitor! O SRzd quer saber a sua opinião. Vote e participe!
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