Exposição abre alas para Nenê de Vila Matilde exaltar Consciência Negra; assista

Nenê de Vila Matilde na Fábrica do Samba. Foto: Guilherme Queiroz/SRzd

Nenê de Vila Matilde na Fábrica do Samba. Foto: Guilherme Queiroz/SRzd

O mês da Consciência Negra foi destaque na exposição “Bicentenário — Contado por Enredos e Fantasias”, na Fábrica do Samba 1, localizada na Zona Norte de São Paulo.

Para abrilhantar o evento, a Nenê de Vila Matilde, uma das mais tradicionais escolas de samba do país, se apresentou para o público presente no último sábado (19). A azul e branca levou para o local seus principais segmentos, como baianas, passistas, casal de mestre-sala e porta-bandeira, bateria e ala musical.

Fundada pelo saudoso Seo Nenê, a azul e branca possui uma discografia com diversos sambas que exaltam a negritude. Durante o show, o intérprete Agnaldo Amaral cantou clássicos como “Palmares, Raíz da Liberdade”, “Em Não Se Plantando, Tudo Nos Dão?… Não!!!”, “Da Revolta dos Búzios a atualidade. A Nenê canta a igualdade!”, “Moçambique – A Lendária terra do Baobá sagrado!” e “Narciso Negro” – samba que rendeu o título do Grupo de Acesso 2 neste ano e o retorno ao Grupo de Acesso 1.

A Águia da Zona Leste terminou sua exibição com o hino para o Carnaval 2023, quando vai abrir o desfile do domingo, dia 18 de fevereiro. Com o enredo “Faraó Bahia”, a Nenê vai mostrar a cultura musical e religiosa afro-baiana, através da trajetória dos grupos e entidades culturais de Salvador.

Dona Ercilia, de 71 anos, e integrante da ala das baianas há 10 anos, destacou a raiz negra da agremiação.

“Me sinto em casa, um lugar que fico à vontade. A gente não sente o preconceito, é maravilhoso. Ainda tem escola de samba com raiz como a Nenê de Vila Matilde”, declarou.

Os bailarinos do Grupo Odara também se apresentaram na Fábrica do Samba e encantaram o público presente. Líder do grupo, Márcio Telles destacou a representatividade preta da companhia.

“É um grupo que há 22 anos vem resistindo e persistindo, e enquanto pretos e grupo de tradição africana, a gente e a Nenê tem tudo a ver. Por eu ser da diretoria da escola, a gente sempre está envolvido, só que neste ano está mais influente ainda por ser a semana da Consciência Negra. A Nenê é o berço do samba e Odora é o berço do povo preto”, finalizou.

Espaço para maioria, diz Lúcia Helena, do departamento sociocultural da Liga

Lúcia Helena da Silva, diretora do departamento sociocultural da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, não escondeu o orgulho de poder organizar este evento aberto ao público e gratuito.

“É uma obrigação, nós somo 57% de negros e pardos, então estamos simplesmente abrindo espaço para a maioria. O que nós estamos fazendo é uma forma de dar espaço para a maioria. E a Nenê faz isso com maestria quando traz um show espetacular e o Odara com uma apresentação lindíssima com uma performance afro”, destacou.


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