Eliana de Lima cita preconceito e revela motivo de não atuar mais como intérprete no Carnaval

Eliana de Lima participa do “Programa No Mundo do Samba”. Foto: Rádio Trianon

Principal representante feminina do samba de grande apelo popular feito em São Paulo e que invadiu as rádios na década de 80, Eliana de Lima ficou conhecida nacionalmente como intérprete de samba-enredo por atuações marcantes pelas escolas de samba Unidos do Peruche e Leandro de Itaquera.

Em entrevista concedida ao “Programa No Mundo do Samba” na última quinta-feira (14), a dona da voz que já vendeu mais de um milhão e meio de discos e emplacou sucessos como “Desejo de Amar”, “Badabauê” e “Gato Siamês”, abriu o coração para relembrar momentos marcantes de sua carreira e responder perguntas dos ouvintes.

Questionada sobre a ausência de mulheres na liderança das alas musicais das agremiações paulistanas, Eliana disse que existe machismo quanto ao assunto no Carnaval.

“Acho que as mulheres tem condições de trabalhar, já foi provado isso. Basta que as diretorias das escolas deixem as mulheres cantarem nos seus tons, porque não dá para mulher cantar no tom de um homem. Acho que o machismo impera ainda quanto a isso. O segredo do samba-enredo é você pegar no tom certo”, afirmou.

Ouça:

Ao citar a parceria que teve com Jamelão, na Unidos do Peruche em 1988, a cantora disse que não concorda com a forma que intérpretes dos outros estados atuam Carnaval de São Paulo.

“O que acontece em São Paulo eu acho errado. Os puxadores pegarem essa responsabilidade para puxar as escolas de samba daqui, fazer só três ensaios e ir embora para seu estado. Acho que a comunidade merece mais e por isso que hoje eu não faço mais Carnaval, pois Carnaval é dedicação. O puxador precisa estar junto com a comunidade”, completou.

Ouça:

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