Odirley Isidoro publica mais um texto em sua coluna no portal SRzd.
Natural de São Paulo, nasceu no bairro do Parque Peruche, na Zona Norte da cidade. Poeta, escritor, pesquisador e sambista. Ao longo de sua trajetória, foi ritmista das escolas de samba Unidos do Peruche e Morro da Casa Verde, além de ser um dos fundadores da Acadêmicos de São Paulo.
As publicações são semanais, sempre às terças-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!
“… Raiou, o astro rei, saber não sei o que será o dia novo…”
(Camisa Verde e Branco, 1980)
A voz de Ataíde rompia a madrugada cantarolando mais um samba de Ideval Anselmo e eu observava da janela o brilho das estrelas.
Entre cada estrela eu via refletir a imensidão de baluartes que nosso Carnaval possuía, e tinha a sensação de que muitas histórias ainda poderiam ser contatadas.
Como João Cândido, o nosso “Almirante Negro”, Carlos Alberto Tobias, ou simplesmente comandante Tobias, era filho de seo Inocêncio Tobias e de Cacilda Costa, mais conhecida como Dona Sinhá.
Não libertou seu povo das batalhas.
Mas após a perda de seu pai, herda e lidera um dos pavilhões mais pesados da cidade de São Paulo. Pesado não pelo fardo, mas pela quantidade de conquistas e importância definitiva para a cultura popular.
O ano é 1980, e a entidade acumulava, entre o período de cordão e escola de samba, oito títulos.
Ele que fora criado entre bambas, tem a responsabilidade de levar em frente um enorme legado. Nessa jornada, recebe o fiel apoio de Dona Sinhá e de sua esposa, Magali dos Santos. Ali, a chance de navegar no infinito mar da folia e defender o último campeonato conquistado pelas mãos do pai.
Ele assume o “Trevo da Barra Funda” e escreve novas, e não menos gloriosas páginas no livro verde e branco.
“… Ôôôô, amor sublime amor. Ôôôô, é obra do criador…”
(Camisa Verde e Branco, 1981)
Fernando Bom Cabelo fora um dos compositores deste samba, ao lado de Diguê. Ele conviveu um certo período na Barra Funda, e relatou:
“Conheci o Tobias na época dos bailes. Ele sempre ao lado de Hélio Bagunça, Jorginho Guerreiro e do Zelão. Ele era doido! Porém, após a morte do seo Inocêncio Mulata ele assumiu a escola com o objetivo de fazê-la novamente campeã, e não media esforços. Para alguns, ele não tinha escrúpulos, mas para mim ele e Walter Guariglio foram verdadeiros guerreiros na defesa de seus pavilhões”.
“… Ele é capitão, ele é general, poderia ser tantas coisas dentro da vida real…”
(Camisa Verde e Branco, 1982)
Logo, refleti sobre a dimensão da liderança do “comandante” a frente de sua escola.
Fui conversar, então, com o radialista Moisés da Rocha. Ele recordou a importância do “Tuba” para o Carnaval:
“Ele formou um time fantástico. Formamos várias parcerias em favor, não só do Carnaval, mas também dos grupos de samba, o São Paulo Chic, a Rua do Samba”, relembra; “Foi uma troca de conhecimento e aprendizado”.
Um homem que se formou entre as poeiras das peles dos surdos e nas reuniões dos Cordões, despertava a habilidade de administrador de uma agremiação, sempre lutando pela sua comunidade.
“… Xângo virou terra, Iansã foi com ele morar…”
(Camisa Verde e Branco, 1984)
E como todo grande navegador, é preciso um porto seguro para se ancorar. Ele tinha esse conforto nos braços de sua esposa, Magali, que confidenciou impressões da personalidade de Tobias.
Personalidade Forte, posicionamento firme e mentalidade administrativa. Tentar mapear Carlos Alberto Tobias é impossível, tentar entender a sua visão é um detalhe.
Nos encontramos no próximo Capítulo!
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