Diretor da Pérola fala sobre enredo, samba encomendado e prevê: ‘Carnaval vai ter de algum jeito’

Desfile oficial da Pérola Negra no Carnaval 2020. Foto: SRzd – Ana Moura

Após ficar na última colocação no Grupo Especial neste ano, resultado que a rebaixou, a Pérola Negra terá a missão de disputar o Grupo de Acesso 1 no próximo Carnaval.

Ao SRzd, o diretor de Carnaval da “Joia Rara”, João Ricardo Alexandre, comentou sobre o processo de escolha do enredo para seu próximo desfile e revelou que o samba-enredo será encomendado. Ele ainda comentou sobre a perspectiva da realização da folia em São Paulo no próximo ano.

João Ricardo Alexandre. Foto: Rádio Trianon

“O mergulho nos rios sagrados em busca da cura, do corpo e da alma”, é o enredo da agremiação para 2021. A história será desenvolvida pelo carnavalesco Anselmo Brito.

A respeito da escolha do tema, João afirmou que já era um desejo antigo do carnavalesco levar este tema para a Avenida: “O Anselmo já estava com essa ideia de fazer um enredo relacionado a água, mesmo antes de definir o enredo de 2020. Como a gente decidiu falar sobre o povo cigano, a deixamos meio que em stand-by, deixa lá guardadinho para os próximos Carnavais. Aí esse ano, com tudo que aconteceu, a gente sentou com o Anselmo e ele falou: ‘Quero falar sobre sobre os rios sagrados, porque é muito desta fase que estamos passando agora. Os rios têm poder de cura, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi achada num rio, desde o antigo Egito já havia banhos de rios'”.

Anselmo Brito, carnavalesco da Pérola Negra. Foto: SRzd – Guilherme Queiroz

Em sua próxima apresentação no Anhembi, a Mancha Verde, pelo Grupo Especial, vai exibir o enredo “Planeta Água”, enquanto a Unidos do Peruche, pelo Grupo de Acesso 2, vai desfilar com o tema “Água… Divinas Bençãos”.

Sobre essa coincidência de temáticas, o sambista afirmou que ficou preocupado de início, mas após o conhecer a proposta, evitou comparações: “Vimos que o nosso enredo tem um caminho diferente e é esse que temos que seguir”.

Final de samba-enredo da Pérola Negra para o Carnaval 2020. Foto: SRzd – Cesar Augusto

Sobre as tradicionais disputas de samba-enredo, a escola optou por não fazer neste ano o concurso do modo tradicional. A promessa é que no Carnaval pós-pandemia, a agremiação retome o formato de eliminatórias com as exibições das obras junto com a bateria na quadra localizada na Zona Oeste da capital.

“A presidente Sheila Monaco e o intérprete Daniel Collete gostam que tenha a disputa com o povo, mas esse ano, por conta de tudo que a gente passou, resolvemos não fazer. Só não decidimos ainda se vamos reunir um grupo de compositores, ou se vamos convidar compositores que já venceram na casa, mas vai ser encomendado”, revelou.

Desfile 2020 da Pérola Negra. Foto: SRzd – Bruno Giannelli

Em razão da pandemia da Covid-19, a Prefeitura de São Paulo adiou o Carnaval de 2021. A previsão é para a partir do mês de maio, com possibilidade também para o mês de julho, desde que tenha autorização dos órgãos de saúde.

João relatou que a escola está conservadora quanto à realização dos desfiles no próximo ano, mas “acredita que em branco não vai passar”.

“A Pérola resolveu esperar. Estamos mais conservadores em relação a realização do Carnaval. Estamos alinhados com a Liga-SP, e com as outras co-irmãs, esperamos essa definição. Mesmo que não tenha Carnaval nos moldes que tem todo ano, estamos batalhando para não passar em branco e ter algum tipo de evento carnavalesco com as escolas de samba. As agremiações conversaram com o poder público e aguardam”, disse.

Por fim, o dirigente defendeu a realização da festa, para que os profissionais tenham condições de trabalhar. Ele ainda admitiu que o próximo Carnaval “pode ser que não seja nos moldes tradicionais, mas acredita que Carnaval vai ter de algum jeito”.

“Muita gente depende da festa. Temos muitos profissionais precisando de ajuda e para não morrer, o evento não pode parar. É um espetáculo tão grande, que movimenta tanta coisa, ajuda as pessoas, gera emprego e renda. Não ter nada é bem complicado. Lógico se for impossível ter, a gente tem que entender e esperar, mas se tiver um mínimo de possibilidade de algo seguro para todo mundo, que possa também no meio de tanta tristeza, trazer um pouco de alegria para o pessoal que gosta, que vive de Carnaval. Estamos fazendo o máximo para ter”, concluiu.









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