Diretor da Pérola Negra desabafa: ‘Fomos motivo de chacota e cotados ao rebaixamento’

Verba bloqueada, dificuldades financeiras e uma reunião de emergência com líderes dos principais segmentos para definir como colocar o Carnaval na Avenida. Foi preciso mais que superação para trabalhar em silêncio e contra o tempo para conquistar o título no Grupo de Acesso em 2019.

Em entrevista ao programa No Mundo do Samba, exibido na última quinta-feira (14) na Rádio Trianon, João Ricardo Alexandre, diretor de Carnaval da Pérola Negra fez um desabafo ao lembrar as dificuldades enfrentadas pela agremiação oriunda da Vila Madalena até a confirmação do retorno para a divisão de elite do samba paulistano.

“Fomos motivo de chacota. Nossos carros até 45 dias antes do Carnaval estavam no ferro. Recebi e ouvi muitas brincadeiras. A gente fica chateado pois respeitamos o trabalho de todo mundo. Trabalhamos quietos. Fizemos o nosso. Trabalho direto com o Anselmo Brito, carnavalesco e sei o quanto ele sofreu. Fomos cotados como
uma escola que iria cair. Só que sabíamos do potencial dele e do que a gente poderia produzir. Conseguimos colocar na Avenida próximo de 100% do que planejamos”, disse o dirigente.

Ouça:

Em outro momento da entrevista, João agradeceu e valorizou a confiança depositada por todos profissionais envolvidos com o projeto da escola: “Foi muito difícil. Com recursos bloqueados, dívidas e problemas, muita gente saiu por motivos pessoais. A diretoria, que é composta por poucas pessoas, conversou com o elenco e todos foram compreensivos e se esforçaram muito. Se não fosse pela união de todos não sei se sairia Carnaval”.

Ouça:

Com 269,5 pontos na apuração, a Pérola Negra conquistou o título ao apresentar na Avenida o enredo: “Da majestosa África, tu és negra mulher guerreira a verdadeira Pérola Negra”.

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