De ritmista à corte da bateria; a trajetória da jovem rainha da Brinco da Marquesa

Thamires Seixas. Foto: Divulgação.

Ela tem apenas 18 anos, mas conta sua trajetória de samba como veterana, e um currículo que inclui ala das crianças, ala de chão, ala coreografada, comissão de frente e princesa de bateria. Em 2020, Thamires Seixas estreou como rainha de bateria da Brinco da Marquesa, do Grupo Especial de Bairros da União das Escolas de Samba Paulistanas (Uesp), e já conquistou título.

Neste ano a agremiação liderada por Adriano Bejar apresentou na Avenida o enredo “Oxalá criou a vida e deu ao mundo civilizações”, desenvolvido pelo carnavalesco Carlos Marques.

Estudante de Educação Física, a trajetória de Thamires começou por influência da irmã, Thais Seixas, coreógrafa da comissão de frente da Barroca Zona Sul em 2020.

Vendo a irmã mais velha se envolvendo com a folia, ela despertou interesse pelo mundo do samba ainda bem nova, e pedia para acompanhar os ensaios de comissão de frente. Os anos se passaram e a jovem foi coroada princesa de bateria da Barroca Zona Sul em 2019. Mas o melhor ainda estava por vir.

Ainda em 2019, mas agora representando o pavilhão da Brinco da Marquesa, Seixas era mais uma das ritmistas integrantes da bateria de Juan Cottonete. Em uma brincadeira, o mestre cogitou o convite para que ela se tornasse rainha de sua bateria. Em um primeiro momento, Thamires não levou muito a sério, mas ao final do mesmo ano, o convite oficial aconteceu em uma reunião na escola.

“Fiquei muito feliz! Eu acho que todas as meninas sambistas do Carnaval têm esse sonho de ser Rainha de Bateria. É diferente de tudo”, lembra Thamires.

Comentando um pouquinho sobre o título conquistado pela escola, ela reforça que o Brinco teve totais méritos para disputar o Grupo de Acesso Acesso 2 em 2021: “O desfile do Brinco foi simplesmente maravilhoso. Esse ano, eu senti a comunidade muito feliz, alegre e com garra. As outras escolas estavam bem também, mas os jurados viram algo a mais no Brinco, o que fez com que a gente subisse”.

E como foi este momento da vitória?A rainha conta que foi emoção pura. “Eu estava em casa, deitada no sofá, acompanhando a apuração pelo celular. Quando eu percebi que o Brinco foi campeão, saí correndo e fui até a cozinha onde estava minha mãe. Eu gritava e chorava: Mãe, mãe! O Brinco foi campeão!”.

Com direito à festa na quadra, a comemoração só não foi maior por conta da chuva, mas a comunidade se fez presente na Vila Brasilina.

Já projetando o futuro, Thamires conta que quer permanecer no Brinco por muito tempo, diz ter sido muito bem acolhida pela agremiação e já se imagina reinando no Anhembi. “Vai ser um grande desafio. É diferente do nosso desfile na rua. São muitas pessoas olhando (risos)”.

Seu maior sonho? De bate-pronto: “Ser algum dia Rainha do Carnaval de São Paulo pela Liga das Escolas de Samba de São Paulo. Quem sabe um dia se realize!”.

* Entrevista de autoria do jornalista Bruno Sereno