Afoxé Filhos da Coroa de Dadá: o tradicional grupo que abre o Carnaval de São Paulo
Olukorins no Carnaval 2020. Foto: Odara Produções
O Afoxé Filhos da Coroa de Dadá, o mais antigo e tradicional do Estado de São Paulo, fará a abertura do desfile das escolas de samba do Grupo Especial, no segundo dia de evento, dia 18 de fevereiro (sábado).
O grupo carnavalesco levará ao Anhembi um cortejo em homenagem à Orixá Oxaguiã, Orixá comedor de inhame pilado. No Candomblé, cada orixá é representado por cores e características específicas, o que norteia a equipe que cuida do design das fantasias de cada ala do Afoxé. Oxaguiã será representado pelos tons de branco e azul.
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Oxaguiã ou Oxoguiã, como é popularmente conhecido, receberá uma cantiga em sua homenagem. Para representá-lo no Sambódromo, será escolhido um sacerdote e sacerdotisa de renome do Candomblé. O eleito receberá o título de Obáfoxé (o Rei do Afoxé) e Iyafoxé (a Rainha do Afoxé), que virá com uma corte digna dos monarcas africanos.
O desfile de 2022 homenageou o Orixá Xangô, patrono do Afoxé Ilê Omo Dadá e foi o desfile comemorativo dos 40 Anos do grupo abrindo o Carnaval Paulista e contou com 1.200 componentes.
O Afoxé tem como ministra e guardiã a cantora Fabiana Cozza, reconhecida como uma das maiores revelações da MPB e atual expoente na divulgação da tradição dos Orixás por meio da música.
Histórico
O Afoxé Omo Dadá, como também é conhecido, foi fundado em 1980 pela Iyalorixá Wanda de Oxum e pelo Ogã Gilberto de Exu (in memorian), dois grandes nomes que representam as religiões de matriz africana no Brasil. Há pouco mais de 40 anos o grupo abre o desfile das escolas do Grupo Especial de São Paulo.
“Somos o único afoxé de São Paulo que traz em seu bojo a tradição mais antiga, com a corte, a comissão de frente e a charanga aos moldes das grandes orquestras africanas”, explica Ogã Gilberto.
Os afoxés, manifestações que vieram da África com os escravos iorubás, eram grandes cortejos reais que se deslocavam de um reino para o outro quando um rei precisava de outro rei para determinada situação.
O rei, então, levava na viagem toda a sua corte, sempre precedida por um feiticeiro que carregava nas mãos um pó mágico chamado de afoxé. Ele abria o caminho da corte, assim como queria fazer com que seu rei, ao chegar ao outro reino, fosse bem sucedido na missão.
“Os afoxés sempre foram integrados ao Carnaval em função do mito. O objetivo é limpar o local para que os outros possam passar. Os que vêm atrás serão felizes, assim como os que participam do desfile”, conta Iyá Wanda.
Inscrições
O Afoxé Filhos da Coroa de Dadá está com inscrições abertas até o dia 5 de fevereiro para interessados em fazer parte da ala coreografada e da Charanga.
Os ensaios ocorrem aos domingos a partir das 19h na sede, que fica na Rua Carlos Belmiro Correia, 1240, no Parque Peruche, na Zona Norte da capital paulista.
Coroação
A cerimônia da Coroação será realizada no dia 5 de fevereiro, às 18h na Fábrica do Samba 1. O Obáfoxé (Rei) deste ano será o Babalorixá Sandro de Oxoguian e a sua Iyafoxé (Rainha) será a Iyalorixá Tânia de Oxoguian. Autoridades Religiosas Candomblecistas muito influentes na atualidade.
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