Compositor multicampeão justifica baixa popularidade dos sambas de enredo de São Paulo

Aquiles da Vila em entrevista ao programa No Mundo do Samba. Foto: Rádio Capital

Aquiles da Vila em entrevista ao programa No Mundo do Samba. Foto: Rádio Capital

Aquiles Accocella, conhecido entre os sambistas como Aquiles da Vila, é compositor de quinze sambas de enredo no Grupo Especial de São Paulo.

Arquiteto por formação, o poeta iniciou nas agremiações como desfilante. No início dos anos 2000, começou a participar dos concursos de sambas. Atualmente, ele também contabiliza a autoria de um hino no Carnaval do interior do estado paulista e premiações diversas no segmento.

Recentemente, o sambista concedeu entrevista ao programa “No Mundo do Samba”, no canal no YouTube do “Capital Mais Com Você”, com Raul Machado e Guilherme Queiroz.


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Durante o bate-papo, Aquiles abordou temas diversos relacionados ao processo de criação dos sambas, como o futuro dos concursos que as escolas fazem para a escolha dos seus respectivos hinos; e respondeu o que acha sobre as reedições de obras que já foram para a Avenida, além de falar sobre a renovação dos nomes responsável por assinar as obras que embalam os desfiles.

Provocado sobre o motivo dos sambas não serem tão populares como outrora, o compositor deu três motivos:

– Quando entraram os enredos patrocinados, não tem como negar, que caiu muito a qualidade dos temas. Não sou contra o enredo patrocinado, mas ele acaba engessando uma série de coisas. Se a escola não for muito criativa, acaba ficando uma coisa extremamente mecânica e isso naturalmente vai desembocar é uma música mecânica. […] O patrocinador ganha, mas a música perde.

– Outro problema é o péssimo julgamento. As escolas, de uns anos pra cá, todas tiram 10 em samba-enredo, então isso acaba tendo um conforto geral. As escolas não se preocupam muito com a qualidade do samba-enredo, porque no geral julgam mal e isso quem perde, mais uma vez, é a música.

– O terceiro é a divulgação. Eu lembro que nos anos 90, você ligava a rádio e tinha o ‘momento samba-enredo’. Era samba o dia inteiro. […] Hoje as rádios não divulgam o samba-enredo. Não se vende a música.

Assista a entrevista completa:

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