Com dificuldades financeiras, Vai-Vai celebra seus 90 anos

Desfile 2020 do Vai-Vai. Foto: SRzd - Ana Moura

Desfile 2020 do Vai-Vai. Foto: SRzd – Ana Moura

+ Vídeo: largada do desfile da Vai-Vai

Comissão de frente

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Alegorias

Musas

A Vai-Vai terminou seu desfile com 56 minutos.

Vice-Presidente
Dra. Anna Maria Murari Gilbert Finestres

Carnavalesco
Chico Spinosa

Intérpretes
Luís Felipe e Washington

Coreógrafo de comissão de frente
Irineu Nogueira

1º casal de MSPB
Reginaldo Romualdo Pereira (Pingo) e Paula Fernanda Penteado (Paulinha)

Mestres de bateria
Tadeu e Beto

“Vai-Vai de Corpo e Álamo”

“…lembranças eu tenho da saracura, saudades tenho do nosso cordão…”.

Em andança por estas mesmas ruas, agora tomadas pelos arranha-céus, me vem à mente estes versos imortais. Não sei precisar ao certo quando foi a primeira vez que os ouvi, ainda que tenha a estranha certeza de sempre ter os conhecido.

O que sei é que minha história por essas cercanias começa muitos anos atrás, quando, sob influência da folia carioca, o Temido Cordão – de episódios memoráveis – adormeceu para dar origem a gloriosa Escola de Samba Vai-Vai.

Do Velho Bixiga – de seus cortiços e casarios – partiram rumo ao novo cenário os mais nobres brincantes: os príncipes batuqueiros e damas meninas, reis negros e rainhas baianas, com toda a tradição de uma corte popular.

Os feitos deste povo, dessa nossa nação, seriam imortalizados agora como estrelas – como nas mitologias antigas – e comporiam sob a proteção da coroa e dos ramos de café, a maior dentre todas as constelações.

Para elas, as joias de nossas conquistas, damos o nome de Álamo, aquilo que nos consagra como vitoriosos, as virtudes que nos colocam “acima dos fortes”.

E para alçá-las, no passo do tempo que corria em direção ao novo horizonte, nossos sambistas levaram consigo aquilo que havia de mais genuíno em essência: força e galhardia inigualáveis, uma energia capaz de seduzir os olhos e arrebatar os corações. O preto e o branco, solitários, encontraram outras cores e pintaram a aquarela de nosso renascimento. Ao som de acordes fascinantes, nossos bambas embarcaram no carrossel de enredos fantasiosos, emergidos da imaginação.

Éramos agora os babalaôs do eterno amanhecer, os guerreiros do céu e da terra, os arlequins e colombinas de um país verde e amarelo, gente que apostava na alegria pra mudar a vida e queria fazer de todos os dias um inesquecível carnaval.

Por vezes, demos a volta no mundo, na roda viva do cotidiano, como personagens de nossa própria história, com nossos pequenos e grandes milagres, nossas nuances e nossa fé.

E quando sonhar foi preciso, fizemos de sonho a nossa odisseia e seguimos rumo ao marco do século, a virada do milênio que trazia à humanidade tantas expectativas, temores e reflexões. O ouro de tolo e os questionamentos sobre o valor da vida, despontaram pela noite feito um clarão, através da nossa vibração; um alento boêmio para o dia-a-dia de um povo combalido que só via no samba o caminho para transformar a tristeza em euforia!

Tomamos a imagem e semelhança de quem fora capaz de reconstruir sua própria existência – no oriente de sua trajetória – para enfrentar as profecias mais sombrias e adentrar a nova era com a certeza de que, se não era possível mudar o passado, dependia de nós reescrever o futuro, éramos a própria esperança.

E nossa ascensão definitiva seria embalada pelas fagulhas cintilantes deste novo tempo. A luz da paz, com o calor emanado das mãos unidas, daria um toque de consciência e traria a cena uma nação tomada pela cegueira, um transe que nem o farol de seu lábaro de estrelas fora capaz de despertar.

Nosso grito acordou então os filhos desta pátria abandonada, na trilha das clássicas melodias, num ato de inebriada comoção. Na transversal do tempo contra todos os adventos, reverberou a emoção, a apoteose das massas. Como
manda a tradição, a velha máxima, o povo foi a voz divina da nossa consagração.

É através deste coro – do canto que ecoa em prece de nossas ruas – de nossa gente, que nos encontramos outra vez em estado de graça, no ponto mais alto de nossa jornada, no apogeu. Somos assim, gente que faz da queda o motivo da superação.

Esse é o nosso jeito de chorar sorrindo, de celebrar o ser, o existir e o resistir. O VAI-VAI de Corpo e Álamo*, alma e calor no asfalto, como diz o nosso exaltação.

Pelo nono ano consecutivo, os destaques dos desfiles das escolas de samba da cidade de São Paulo receberão troféu exclusivo, oferecido pelo portal SRzd.

Voto popular, imprensa especializada e análise da equipe SRzd, que acompanha os bastidores das escolas de samba durante todo o ano; a somatória destes três levantamentos vai determinar o resultado do Prêmio SRzd Carnaval SP 2020, ação que valoriza a cultura do samba na capital paulista e seus protagonistas. Em caso de empate, prevalece sempre o voto dos profissionais do SRzd.

A votação popular, que estará disponível através de enquete na página da editoria do Carnaval de São Paulo no SRzd, será aberta após o final do último desfile dos Grupos Especial e de Acesso 1. O resultado será divulgado na terça-feira (25), antes da apuração oficial pela Liga Independente das Escolas de Samba. Clique aqui e conheça todas as categorias.

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