Colunista analisa primeiro final de semana de ensaios técnicos em SP

Odirley Isidoro publica mais um texto em sua coluna no portal SRzd.

Natural de São Paulo, nasceu no bairro do Parque Peruche, na Zona Norte da cidade. Poeta, escritor, pesquisador e sambista. Ao longo de sua trajetória, foi ritmista das escolas de samba Unidos do Peruche e Morro da Casa Verde, além de ser um dos fundadores da Acadêmicos de São Paulo.

As publicações são semanais, sempre às terças-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

Colunista analisa primeiro final de semana de ensaios técnicos em SP

“Já está chegando a hora
Já está chegando a hora
Abre-alas pra minha bandeira
Já está chegando a hora”

(Trecho de abre-alas, Ivan Lins)

E neste último final de semana teve início a temporada de ensaios técnicos, de forma majestosa, com a escola de samba Camisa Verde e Branco.

Lutando arduamente para retornar ao Grupo Especial, canta o enredo: “100% Camisa Verde e Branco carnavalizando Mário de Andrade. O berço do samba, o  poeta e o herói na Pauliceia Desvairada”.

Meu destaque vai para o trabalho da ala musical: o intérprete Nêgo junto de seu time fez uma excelente exibição. Destaco também a nova roupagem dada por mestre Jeyson Ferro e seus diretores para a bateria “Furiosa” da Barra Funda, colocando seu estilo em prática.

Esperamos que a escola se ajuste em seus ensaios e que a comunidade venha em peso para “carnavalizar”.

No último sábado (6), trabalhos abertos com o ensaio da Brinco da Marquesa. O enredo: “A Marquesa e o ouro verde”.

Atualmente no Acesso 2, ela teve como ponto alto a beleza do bailado dos casais de mestre-sala e porta-bandeira, que mostraram desenvoltura em sua dança, e o bom trabalho do naipe de caixas de sua bateria. A performance serviu para aquecer o público. Foi muito bacana ver o orgulho desta comunidade pisando no Anhembi.

Logo em seguida, a Unidos de Vila Maria.

“Aproveitam-se de minha nobreza, você não soube, não te contaram? Suspeitei desde o principio! Não contavam com minha astúcia! Arriba Bolanõs, Arriba Vila, Arriba México”, esse é o tema da Vila.

Wander Pires e Dudu Nobre, deram o tom do início do treino. Com muita alegria a comunidade cantou e empolgou as arquibancadas debaixo de uma chuva fina que caía no Anhembi.

Chamaram a atenção a comissão de frente, bem ajustada, a execução da harmonia e a bateria “Cadência da Vila”, de mestre Moleza e seus diretores junto de suas “Chiquinhas”. A dose certa de alegria! E é disso que o Carnaval é feito.

A Rosas de Ouro chegou também.

Sua torcida presente, sob a chuva que persistia em cair, gostou do que viu!

“Pelas estradas da vida, sonhos e aventuras de um herói brasileiro”. Cantando esse enredo a comunidade azul e rosa veio em peso para a passarela. Destaco o excelente trabalho e a ousadia de mestre Rafa e seus diretores, distribuindo bossas e breques bem afinados.

A harmonia da escola energizou os componentes, somada a interpretação do time de canto comandado por Royce do Cavaco e toda a sua já conhecida categoria.

Logo depois despontou o Império de Casa Verde cantando: “O povo, a nobreza real”.

A atmosfera da escola passou a sensação de que estava pronta para o desfile oficial. Pontos altos; a comissão de frente, a bateria de mestre Zoinho, fazendo jus ao apelido de “Barcelona do Samba”, o canto da escola e, em especial, o maravilhoso momento de Carlos Júnior, definitivamente em sua melhor fase.

Fechando a noite; a X-9 Paulistana com o seu enredo: “A voz do samba é a voz de Deus. Depois da tempestade, vem a bonança”. A chuva fina ainda acompanhava tudo. A abertura trouxe a irreverência da comissão de frente representando as “Marias”. Ressalto a evolução da bateria, executando um bom trabalho de caixas. A X está se ajustando para vir forte neste retorno ao Grupo Especial.

Após o término da primeira rodada, ficamos com a sensação de que abrimos com o pé direito o Carnaval 2018. Parabenizo também o público presente no sambódromo! Este momento é de vocês!