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Carnavalesco Sidnei França reflete: ‘O Hip Hop salvou a minha vida!’

Das composições do grupo de rap Racionais MC’s, “Capítulo 4, Versículo 3”, uma das mais executadas e expressivas serviu como base para a criação do título do enredo da escola de samba Vai-Vai para o Carnaval de 2024: “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”.

Desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França, o desfile promete mostrar a rua como espaço em constante disputa pela arte na cidade de São Paulo e celebra ainda os 40 anos da cultura Hip Hop no Brasil, exaltando a arte urbana por meio de suas vertentes – DJ, MC, Break e Grafitti. Após vencer o Grupo de Acesso 1 em 2023, a agremiação vai abrir a segunda noite do Grupo Especial, no dia 10 de fevereiro.

A proposta da maior campeã do Carnaval de São Paulo é trazer para o centro do palco da cidade as manifestações culturais que sempre ficaram à margem, escondidas nas periferias.

Utilizando a linguagem popular dos MCs e DJs, por meio do Rap, o enredo reivindica a ocupação de espaços, assim como o reconhecimento pleno das expressões artísticas e culturais consideradas periféricas.


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A força negra e periférica está além do terreno do samba

Que o carnavalesco Sidnei França esbanja entusiasmo por fazer parte da “Escola do Povo” não é novidade para a comunidade da Bela Vista e sambistas que acompanham o Carnaval da capital paulista.

Após a explanação do enredo feita aos compositores na última quinta-feira (15), o artista, multicampeão, afirmou ser grato pela agremiação se “permitir assumir um discurso combativo e insurgente numa época em que as legiões paulistanas abraçam a oficialidade”.

Em texto compartilhado em suas páginas de redes sociais, França exaltou a proposta que está sendo trabalhada para o próximo desfile. Com o título de “O Hip Hop salvou minha vida”, a publicação é finalizada com a seguinte afirmação: “Se a arte nos faz crescer, a rua nos ensina a existir!”. Leia à íntegra a seguir:

O Hip Hop salvou minha vida

Essa frase me acompanha desde que me propus a conhecer essa cultura poderosa, controversa e afrodispórica que encontrou nas ruas o seu sentido de ser… Uma filosofia de vida que deu ritmo, sons e cores aos corpos marginalizados e excluídos pelo ‘sistema’

Ontem apresentamos a sinopse e explicamos o enredo de @vaivaioficial para o Carnaval 2024… Uma noite cheia de significado, afirmações, demissões e “celebração”

Como o incrível @estreladalva me disse que o Hip Hop também é uma celebração… “… pois quando fazemos som, dançamos de quebra ou grafite/piximo, celebramos a vida e desafiamos a morte… Nesse momento único somos imortais e celebrar a vida através da arte é indestrutível… Naquele momento de comunhão profunda com o microfone, com os gira-discos, com as latas de spray ninguém pode nos parar! “

Gratidão Vai-Vai por se permitir assumir um discurso combativo e insurgente numa época em que as legiões paulistanas abraçam a oficialidade… Problemas fazem parte da nossa cultura de samba que precisa ser inspirada no Hip Hop para (re) ocupar a rua com poder e plenitude… Que possamos ver a nossa cultura além dos padrões da mídia e espetacular pelo patrocínio alta pela (merecidamente) infraestrutura privilegiada, pela visibilidade do alcance global… Mas que esse poder como “produto” não corrompa nossa verdade – preto, pobre e de rua

Reflito demasiadas vezes sobre onde estive que não abracei esta cultura e pratiquei-a com orgulho e paixão… Afinal, a força negra e periférica está além do terreno do samba… Eu faço a minha própria culpa e junto-me aos meus estimados DJs, MCs, grafiteiros, pixeladores, b. Rapazes, B. meninas, slammers, lowriders e qualquer outra defensora da prática que terá minha admiração, respeito e gratidão eterna

Cada dia que passa fico mais consciente – e orgulhoso – das minhas origens, dos meus valores e da minha classe social… Se a arte nos faz crescer, a rua nos ensina a existir!

O hip hop me mudou! “

Currículo campeão

Com cinco troféus no Grupo Especial, o carnavalesco Sidnei França ganhou notoriedade em sua passagem pela Mocidade Alegre entre 2007 e 2016, conquistando quatro títulos e fazendo desfiles marcantes.

Atuou pela Vila Maria em 2017 e fez dois Carnavais na Gaviões da Fiel, em 2018 e 2019. Na Águia de Ouro, trabalhou por três temporadas e participou do desfile que rendeu a primeira estrela para o pavilhão azul e branco.

Redação SRzd

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