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Carlos Junior cita cantores do Rio e pede mudança de norma no Carnaval de SP

Considerado pelos sambistas como um dos cantores mais expressivos do samba paulistano, com títulos, premiações e atuações marcantes no Carnaval, Carlos Junior, mais uma vez se manifestou sobre assuntos relacionados aos desfiles das escolas de samba.

Com posições autênticas, e muitas vezes polêmicas, como ele mesmo admite, o intérprete oficial da Acadêmicos do Tucuvuri, fez uma reflexão sobre uma norma, que segundo ele, está ultrapassada e não faz mais sentido.

“Gostaria que os presidentes e representantes das escolas de samba do acesso 1 e 2 derrubassem esta norma que proíbem o cantor do grupo especial, trabalhar também no acesso, não acho justo conosco financeiramente limitar nos o direito de trabalhar na nossa cidade aumentar nossa fonte de renda ao mesmo tempo ajudar uma entidade a subir pro grupo de acesso e ver que não está sendo investido em novos talentos, pelo, contrário, com todo respeito e humildade a preferência é investir num cantor do Rio que está empregado as vezes em 5 escolas no Brasil, Rio, São Paulo, Porto Alegre, Vitória, Florianópolis, Guaratinguetá, Uruguaiana e etc”, postou o sambista no Instagram.

Em outro trecho de seu ponto de vista sobre o tema, o cantor lembrou que em 2004 2005 e 2006, trabalhou na Camisa e Mancha, depois Camisa e Tom Maior, e Império e Tom Maior e que após isso, “o regulamento virou um caos de perseguição”.

“Hoje vejo uma importação que diante da qualidade dos cantores do Rio, da situação econômica das escolas, cantores e do Brasil e do preconceito antigo das outras cidades com nossos cantores, sotaque, será que todos nós ficaremos em melhor situação, no Rio o carnavalesco campeão de 2023 provou seu talento tranquilamente trabalhando no acesso e no grupo especial. Alô Liga e senhores dirigentes deixo meu pedido, sugestão e reflexão. Alguma normas com o tempo ficam ultrapassadas e não fazem mais sentido. Precisamos todos trabalhar, concertar (sic) os prejuízos”, completou.

O comentário de Carlos Junior acontece no momento em que a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo está fazendo uma revisão do critério de julgamento e dos regulamentos dos desfiles, que poderão ser atualizados.


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Presidente e intérpretes se posicionam

Rafael Falanga, presidente da Mocidade Unida da Mooca, quarta colocada no Grupo de Acesso 1, foi o primeiro a comentar e apoiar o posicionamento do cantor: “Realmente, não faz sentido!”, escreveu o dirigente. Quem também pensa igual, são os intérpretes Ernesto Teixeira da Gaviões da Fiel e Fredy Vianna da Mancha Verde.

Ernesto Teixeira. Foto: Kaique Zurk/SRzd

“Cabe sim a reflexão pra encontrarmos melhores caminhos para os artistas cantores. O tema pode ultrapassar os limites das escolas de samba. Como candidato a vereador levamos a viários intérpretes e compositores propostas para a valorização desses artistas. Criamos até o grupo VOZES DO BEM, que poderia perfeitamente servir para debates e ações nesse sentido. Grande Carlos Junior na minha opinião você segue cantando por muitos anos. Mas proponho um encontro presencial para apresentarmos outras sugestões, além do tema que aqui você propõe, ou seja, a LIBERDADE PRA TRABALHAR, sem qualquer discriminação ou veto. Temos os eventos culturais promovidos pela nossa cidade onde podemos perfeitamente estar inseridos!!!!”, escreveu Ernesto.

Intérprete oficial da Mancha Verde desde 2012, Fredy Vianna, que já fez jornada dupla em São Paulo, destacou em seu comentário que a “proibição não deveria existir”.

“Gente, eu entendo todos vocês, entendo sim, que os grupos abaixo são muito importantes para os novos talentos, para uma provável revelação, tanto que minha primeira oportunidade como oficial foi pela Colorado no grupo de acesso, mas entendo o lado do Carlos Jr também, o que ele contesta é privarem o artista de trabalhar, a pergunta dele é “pq não podemos?”, ” pq essa regra foi imposta ?”. Se a escola tem condições de contratar um Carlos Jr, um Leonardo Bessa ou qualquer um outro cantor que seja, ela vai lá contata e pronto. Acho importante isso que ele disse e apoio totalmente , como apoio cantores que não estão no circuito e cantores de outros estados também. Esse lance de proibição não deveria existir, se o cantor acertar com o presidente de uma forma em que ninguém saia prejudicado, não tem como não dar certo. Nada como uma boa conversa. Repito mais uma vez, o que está em questão aqui é a PROIBIÇÃO, O NÃO PODE, somos artistas e não devemos ser vetados de trabalhar. Esse foi meu entendimento sobre a msg do Carlos Jr. Um abraço à todos os amigos músicos e intérpretes”, postou Viana.

Fredy Vianna no Desfile das Campeãs 2023. Foto: Cesar R. Santos/SRzd

Outros dois cantores do Rio de Janeiro e que já cantaram em São Paulo também se posicionaram: Clovis Pê e Leonardo Bessa, que fez um comentário apresentando um outro olhar para o assunto.

“Carlos Junior querido amigo e grande ídolo, Carlão. Uma das grandes vozes da MPB, outrossim do carnaval. Obrigado por trazer essa reflexão para a manutenção e melhoria na parte que nos cabe dentro do processo. Concordo com as colocações! Graças a Deus, a estrada que busquei trilhar no carnaval, apesar dos percalços, foi sempre de respeito para com meus colegas e amigos de profissão. Tenho a felicidade de ter apadrinhado alguns que hoje estão tendo oportunidades, foi o que pude fazer e sempre fiz dessa forma. Sempre que puder, indicarei e ajudarei! Meu ponto de vista é que todos nós precisamos trabalhar, ter e dar oportunidade, sempre com respeito e sendo respeitado. Deus nos abençoe! Que nossa fé nos ajude a evoluir”, postou Clovis.

Clovis Pê, intérprete da Mocidade Camisa Verde e Branco. Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

Já Bessa, fez um contraponto: “Meu amigo, entendo sua colocação, mas por outro lado isso tbm não tiraria a possibilidade de um outro cantor profissional mostrar seu trabalho nos grupos de acesso e tbm defender uma graninha e levar pra sua casa , pra sua família??? Tem muita gente boa por aí tbm precisando trabalhar, e as vagas são limitadas. Falo isso pq penso em mim mas tbm no próximo. O que precisamos é de que os dirigentes tenham mais respeito com os cantores e procurem sempre dar melhores condições de trabalho. De resto, vc não está em fim de carreira, tem muita estrada pra caminhar e sambas pra nos encantar… Grande abraço cantor”.

Leonardo Bessa. Foto: Reprodução/YouTube

Segundo o regulamento vigente, intérprete oficial de uma escola de samba que integra o Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, não pode atuar no mesmo ano, em uma agremiação do Grupo de Acesso.

Carlos Junior estreou como intérprete oficial de samba-enredo no Grupo Especial de São Paulo pela Camisa Verde e Branco em 2000. Também  passou pela Vai-Vai entre 2008 e 2009. Na Império de Casa Verde, onde se consagrou, contabiliza duas passagens (2004 – 2007 e 2010 – 2022).

Um dos nomes mais disputados para defender sambas em concursos de samba-enredo, Carlão fez parte do Grupo Quesito Melodia, gravou disco solo e participou de vários projetos e shows musicais em várias cidades do Brasil.

Redação SRzd

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