Camisa Verde e Branco: diretor cita ‘reestruturação’ e abre o jogo sobre situação financeira

João Victor Ferro. Foto: Reprodução/Facebook

Nove vezes campeã do Grupo Especial de São Paulo, a Mocidade Camisa Verde e Branco vai completar, em 2022, o seu décimo ano consecutivo no Grupo de Acesso 1.

A tradicional verde e branca da Barra Funda vai apresentar no próximo Carnaval o enredo “Rezadeiras. Na fé do Trevo te benzo! Na fé do Trevo de curo!”. O projeto será desenvolvido pelos carnavalescos Leno Vidal e Renan Ribeiro.

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Logotipo do enredo da Camisa Verde e Branco. Foto: Divulgação

Em entrevista ao SRzd, o diretor de Carnaval João Victor Ferro deu o seu ponto de vista quanto a realização dos desfiles em 2022, comentou sobre o impacto da pandemia da Covid-19 na escola e externou como estão os trabalhos no barracão de alegorias e fantasias.

O sambista também citou a “reestruturação” financeira que está sendo realizada na agremiação e revelou que o “Trevo” não vai receber verba pública nos próximos dois Carnavais. Confira a entrevista abaixo:

SRzd: Depois do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) ter declarado que deve ter Carnaval em 2022, como você enxerga a realização dos desfiles no próximo ano?

João Victor Ferro: “Sou uma pessoa muito confiante no próximo Carnaval, claro, mediante a toda melhora do cenário que a gente está vivendo, o avanço da imunização, a diminuição de casos, etc. Acredito que a gente tem tudo pra fazer o melhor e o maior espetáculo dos últimos anos. Tudo vai depender, claro, do nosso cenário atual, que graças a Deus está melhorando e estamos confiantes para que isso melhore cada vez mais e a gente possa elaborar e executar o melhor e o maior Carnaval dos últimos anos.”

SRzd: Como enxerga os desfiles das escolas de samba em 2022? Pode ser um Carnaval com menos recursos?

João Victor Ferro: “Acredito que temos tudo pra ter um Carnaval tão grandioso quanto os outros anos. Tudo depende do tempo também que teremos para ir atrás desses recursos.”

Desfile 2020 do Camisa Verde e Branco. Foto: SRzd – Ana Moura

SRzd: Qual o impacto da pandemia da Covid-19 no projeto de Carnaval da escola?

João Victor Ferro: “A escola teve que se adaptar a um novo formato de trabalho, a gente acabou adotando reuniões online e etc. No começo acabou sendo bem negativo. Acredito que para todo o povo que trabalha com o Carnaval, as outras entidades carnavalescas e etc.”

SRzd: Como estão os trabalhos no barracão de alegorias e fantasias da Camisa Verde e Branco?

João Victor Ferro: “Nós não paramos os trabalhos. Demos continuidade a tudo aquilo que nós podíamos fazer em cima das reuniões online – a escola fez inúmeros cursos. Quanto ao barracão, ele não parou, claro que nós estávamos trabalhando em cima das normas atuais, com o número reduzido de funcionários, mas nós não paramos a produção.”

Quadra da Camisa Verde e Branco. Foto: SRzd – Fausto D’Império

SRzd: No Carnaval 2020, a escola ficou na quinta colocação no Grupo de Acesso 1. O que precisa ser ajustado para o “Trevo” conseguir o retorno para o Grupo Especial?

João Victor Ferro: “As maiores dificuldades para o Carnaval de 2020 foram as questões financeiras, como é de conhecimento de todos. A escola passa por uma crise financeira há alguns anos, nós estamos reestruturando e reorganizando as questões financeiras e contábeis da escola. As maiores dificuldades pro Carnaval de 2020 foram acabamento de alegoria, de fantasia e etc. Tanto que as notas acabaram mostrando isso, que os problemas eram plásticos e não relacionados à técnica, por exemplo. A nossa intenção é melhorar cada vez mais essa parte plástica, a parte estrutural para que a gente possa gabaritar todos os quesitos. Estamos trabalhando bastante para isso. Essa reestruturação é bem voltada para essa parte financeira também.”

SRzd: Sobre a questão financeira, muito se falou sobre a falta de recursos públicos para a escola. Como está essa situação?

João Victor Ferro: “A escola não recebeu verba pública nos últimos dois Carnavais devido a alguns processos e algumas dívidas que a escola tinha. Essas verbas foram penhoradas para que fossem feitos os pagamento dessas dívidas. Em 2020, nós fomos surpreendidos por uma ação que foi gerada na última gestão, de 2015 à 2018, e esse processo acabou aparecendo em meados de 2019 para 2020 e também houve pedido de bloqueio de verbas, então, provavelmente, para os próximos dois Carnavais nós também não teremos verba pública.”

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