Camisa Verde tem problemas com fantasias em desfile sobre Mário de Andrade

Desfile 2018 da Camisa Verde e Branco. Foto: SRzd – Cláudio L. Costa

A segunda metade dos desfile do Grupo de Acesso 1 foi aberta com a autoridade de quem leva em seu pavilhão tradição, história e títulos.

A Mocidade Camisa Verde e Branco foi a quinta escola a passar pelo sambódromo do Anhembi na madrugada desta segunda-feira (12).

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Esta “velha” senhora de 64 anos é uma das mais tradicionais escolas de samba do país.

Desde os tempos de Cordão, núcleo de resistência e referência para a cultura negra na cidade de São Paulo, a Mocidade Camisa Verde e Branco tornou-se um dos símbolos da maior festa popular brasileira.

O “Trevo” da Barra Funda quer voltar a ser uma escola “temida”.

Este adjetivo foi empregado pela nova diretora de Carnaval da agremiação, Magali dos Santos, ex-presidente da Camisa Verde, inclusive, quando do último título conquistado no Especial, em 1993.

Viúva do lendário Carlos Alberto Tobias, o Tuba, assumiu o cargo atendendo ao convite do atual presidente Hervando Luiz Velozo.

Ao longo de quase vinte anos na presidência, exercida logo após a morte de Tobias, no início da década de noventa, Magali liderou os últimos momentos de glória da entidade. A Camisa chegou em 2018 querendo resgatar seu DNA.

O cartão de visitas da verde e branco, foi bolado pelo novo coreógrafo da escola, Ismael Toledo.

Na encenação, o personagem central do enredo, Mário de Andrade, foi representado por um sósia, em meio aos demais bailarinos, trazendo adereços junto de suas roupas simbolizando o “Trevo”.

Desde 2012 afastada do “Trevo”, Joice Cristina voltou.

Ao lado do jovem Vinicius Henrique, o trabalho foi gigante e com muito foco em busca da nota máxima.

A dupla substituiu Paulinho Sales e Sandra de Jesus, que em 2017 conseguiram para a agremiação da Barra Funda as notas 9.9, 9.9, 10 e 10, e veio trajada com um figurino cheio de brilho, com plumas em amarelo e verde.

No Carnaval de 2017, a verde e branca foi penalizada por pelo menos um, dos quatro jurados de cada quesito.

A reedição do enredo originalmente apresentado em 2003; “A revolta da chibata. Sonho, coragem e bravura. Minha história: João Cândido, um sonho de liberdade”, lhe deixou, por mais um ano, longe do sonho de voltar para a divisão de elite.

O projeto que se viu na pista esta noite é assinado por um time assim distribuído: criação do enredo e direção artística; Janssen Balgobin, pesquisa histórica; Marcelo Tupinambá, e na coordenação de criação artística e técnica; Renato Stinn

Os desenhos de alegorias e fantasias, e a concepção visual, trouxeram de volta ao Carnaval paulistano Vaníria Nejelschi, que assinou os desfiles de 1998 e 1999 da Nenê de Vila Matilde, conquistando o vice-campeonato e o terceiro lugar, respectivamente, do Grupo Especial.

O tema, foi extrema felicidade. Por vezes as agremiações se esquecem de retratar a cultura e as personagens da cidade de São Paulo em seus desfiles.

Mário de Andrade, morto em 1945, foi poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista e ensaísta brasileiro. Um dos pioneiros da poesia moderna no país, com a publicação do livro “Pauliceia Desvairada”, em 1922, exerceu papel decisivo na literatura nacional. Figura central do movimento de vanguarda paulista no segmento, tornou-se referência através de suas poesias e romances.

Na plástica, destaque para o verde e branco da escola, misturados ao dourado e ao prata, formando o conjunto cromático da exibição. Trazendo os menores carros, em dimensão, da noite na comparação com as demais coirmãs, também ficou claro o esforço para achar soluções criativas na finalização das alegorias. Assim também foi nas fantasias, executadas com materiais alternativos. Os problemas nesse módulo ainda trouxeram duas alas inteiras sem o figurino completo.

Totalmente reformulada em seu elenco, a transformação também passou pela bateria.

Que não muda de nome, mesmo que mude de mestre. Sempre “Furiosa”, agora, sob o comando de mestre Jeyson. Frequentador da agremiação desde os anos 90, Jeyson já havia exercido a função no período de 2009 à 2013. Na travessia pela Avenida, apostou na batida tradicional, com destaque para o “molho” dado pelas caixas de guerra.

Os poetas Dennis Patolino, Guilherme Garoa e Victor 7, assinaram a música oficial do desfile da Camisa Verde e Branco.

Samba, quesito que foi também um dos mais penalizados da escola em 2017.

Nesta temporada, uma nova voz para conduzir o cortejo; Nêgo.

Ao 61 anos, o cantor, irmão de Neguinho da Beija-Flor, é considerado um dos maiores intérpretes da história da Sapucaí. Ao longo de mais de três décadas de uma trajetória de sucesso no Rio de Janeiro, passou por dezenas de agremiações da folia carioca.

A lista, sem dúvida, é extensa; Unidos da Tijuca, Acadêmicos do Grande Rio, Acadêmicos do Salgueiro, Império Serrano, Unidos do Viradouro, Mocidade Independente de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Leão de Nova Iguaçu e Acadêmicos do Sossego. Além de cantar em outras praças do Carnaval brasileiro, teve uma única passagem em São Paulo, na Unidos de Vila Maria, em 2012.

Embora sem comprometer a performance, a obra não empolgou o público, além de não contar com um canto intenso dos componentes em diversos setores do desfile. Por outro lado, a escola não teve problemas em sua evolução, passando sem maiores espaçamentos nem variações importantes de andamento.

De olho no relógio!

A Camisa Verde e Branco encerrou seu desfile com 58 minutos

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Camisa Verde, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo de Acesso 1.

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