Ailton Graça: ‘Ninguém entende as escolas de samba, o sistema é muito cruel’

Aílton Graça. Foto: SRzd – Claudio L. Costa

O “Roda Viva” recebeu, nesta segunda-feira (6), o ator Ailton Graça. Durante a entrevista, entre outros assuntos relacionados à carreira, arte e cultura, ele falou sobre seu papel nos cinemas como o humorista Mussum. A cinebiografia “Mussum, o Filmis” ganhou seis Kikitos no Festival de Gramado de 2023. E, claro, não poderia deixar de exaltar sua relação com o Carnaval, uma de suas paixões.

Comentarista dos desfiles na Rede Globo, Ailton, que possui história no Carnaval, é presidente da Lavapés Pirata Negro, uma das mais antigas agremiações em atividade na cidade de São Paulo e que integra o Grupo de Acesso de Bairros 1 da União das Escolas de Samba Paulistanas, a Uesp.

Questionado por Ivan Brandão sobre o desafio de transformar uma escola de samba em um quilombo cultural, ele falou sobre as dificuldades encontradas pelas entidades carnavalescas em razão da invisibilidade do sistema diante do tema.

“É sistêmico. Ninguém entende um pouco as escolas de samba. O sistema é muito cruel em relação a isso. Vai jogar para debaixo da ponte, assim eu e toda a nossa comunidade da Vila Mariana foi jogada para um lugar chamado ‘Buraco do Sapo’. A estrutura de São Paulo é muito cruel. Ela foi criada para que a gente tivesse a indústria, o café e o nosso povo sempre no lugar do subalterno. Quando você fala da estrutura da escola de samba neste lugar, ela ainda resiste, assim como os terreiros hoje. É uma estrutura difícil de você dialogar com a sociedade. E essas pessoas que estão à margem da sociedade, encontram nessa estrutura de escola de samba um lugar para aprender e sociabilizar”, disse o artista.

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