Agnaldo Amaral relembra carreira, abre o jogo sobre saída Nenê e pede desculpas por apresentação na Tom Maior

Agnaldo Amaral. Foto: SRzd – Bruno Giannelli

Agnaldo de Jesus Amaral possui mais de três décadas de trajetória como intérprete. Ao longo dos anos, defendeu as cores da Barroca Zona Sul, Camisa Verde e Branco, Pérola Negra, Vai-Vai, Unidos de Vila Maria, Nenê de Vila Matilde e Estação Primeira de Mangueira, entre outras. Sem contar sua carreira solo, onde já fez shows em várias regiões do Brasil, gravou discos, recebeu prêmios e com sua voz inconfundível embalou clássicos da música popular brasileira.

Referência quando o assunto é cantar samba-enredo, no próximo Carnaval, Agnaldo vive a expectativa de um novo desafio profissional: estrear com o microfone principal da Tom Maior.

Agnaldo Amaral. Foto: Reprodução de Internet
Agnaldo Amaral. Foto: Reprodução de Internet

Durante live realizada nas redes sociais do SRzd, o cantor falou sobre seu início de carreira, cantou sambas e relembrou curiosidades pelas escolas em que passou.

Nas eliminatórias de samba-enredo da Mangueira para o Carnaval 2013, Agnaldo defendeu uma das obras que chegaram a final da concurso. Mesmo com derrota do seu samba, foi convidado a integrar o carro de som da agremiação.

O intérprete recordou com carinho esse momento e revelou ter ficado muito nervoso com o convite. Na ocasião, ele acreditava que se o então presidente Ivo Meirelles continuasse na escola – seu mandato terminou após aquele Carnaval – ele teria permanecido como intérprete da verde e rosa.

“Foi maravilhoso. Era pra ter continuado, caso tivessem mais anos dele, com certeza eu estaria até hoje. Aí entrou o (presidente) Chiquinho e todo mundo que era da ‘panela do Ivo’ ele não queria. Mas pra mim foi uma honra, gratificante demais, uma das coisas que a gente não vai esquecer nunca”, afirmou.

Agnaldo Amaral. Foto: SRzd – Cesar Augusto

Após o inédito rebaixamento da Nenê de Vila Matilde para o Grupo de Acesso 2, Amaral anunciou seu desligamento da escola que trabalhou por sete anos consecutivos. Durante a entrevista, ele se declarou para a comunidade azul e branca.

“Nenê é uma das escolas que eu sinto mais afinco e tenho amor incondicional. Foram sete anos lá, foi a escola em que mais fiquei, que mais me acolheu, então só tenho a agradecer”, confessou.

Sobre sua saída da agremiação, o cantor disse que por depender exclusivamente do Carnaval, não tinha condições de continuar na Nenê.

“Tem muitas pessoas que não sabem, tem quem julgue e não sabem a sua história. Quando a Nenê caiu para o Grupo de Acesso 1, eu não abandonei a escola, eu fiquei. No dia da apuração, o presidente Mantega falou ‘Agnaldo você está livre’, mas eu falei pra ele que ia subir a escola. Nessa daí ficamos três anos tentando subir e infelizmente não aconteceu. E pra quem não sabe, no dia dessa apuração, meu telefone tocou e me perguntaram se eu queria respirar novos ares. Infelizmente nossa escola não subiu, desceu. Então não tinha como permanecer mesmo. Uma que a gente vive do Carnaval, se eu não dependesse disso, continuaria na Nenê mesmo no Grupo de Acesso 2“, relatou o intérprete que aos 60 anos, esbanja vigor.

Agnaldo Amaral. Foto: Liga-SP – Felipe Araujo

No dia 31 de maio, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo realizou uma live que contou a apresentação de vinte e uma agremiações dos Grupo Especial e Acesso 1 e arrecadou cinco toneladas de alimentos.

Após a apresentação da Tom Maior, Agnaldo sofreu críticas de seu desempenho na transmissão. Sobre o assunto, ele afirmou que as observações do público foram pertinentes e pediu desculpas, destacando que isso não vai se repetir mais.

“Fiquei pra baixo com o ocorrido. Eu tinha um tempo hábil para decorar os sambas, afinal só íamos começar a trabalhar em julho ou agosto. Mas aí pintou a live e eu não estava seguro com o samba de 2020, não tinha pego ainda. Foi isso que aconteceu. Mais uma vez peço mil desculpas para a comunidade do samba em geral. Não foi por falta de comprometimento. Tudo isso será apagado quando tudo voltar a ativa. Vou cantar todos os sambas da Tom Maior sem errar uma letra. Me deixem esse voto de confiança, que vocês não vão se arrepender”, concluiu.

Assista a entrevista:










Comentários

 




    gl