‘A gente não concorda’, diz mestre de bateria da Rosas de Ouro sobre nota 9,8

Mestre Rafa Oliveira. Foto: SRzd – Fausto D’Império

Considerada pelos sambistas como uma das melhores do segmento na atualidade, a “Bateria com Identidade”, da Sociedade Rosas de Ouro, não conseguiu agradar a todos os jurados no Carnaval de 2020. Na apuração, foram lidas três notas 10 e uma nota 9,8.

Os ritmistas da “Roseira” são comandados por Rafa Oliveira. Oriundo dos projetos sociais da agremiação, ele assumiu o comando do ritmo azul e rosa no desfile de 2014. Logo na estreia, faturou o Prêmio SRzd Carnaval SP, na categoria “Revelação”. Em 2019, conquistou, junto com seus diretores e componentes, o troféu na categoria de “Melhor Bateria” do Grupo Especial.

Ao SRzd, mestre Rafa avaliou seu trabalho no Carnaval 2020 como positivo, mesmo sem a nota “40”: “Foi um trabalho executado com muito carinho e muito ensaio. Tudo o que que a gente tentou fazer, a gente fez. Era muito arranjo, muitas bossas grandes. Fizemos trabalho sem perder a essência da bateria da escola, a ‘Bateria com Identidade’ toca para escola. Mesmo colocando muita bossa e muito arranjo, conseguimos fazer as bossas em cima da melodia para não quebrar a harmonia e ajudar na evolução”.

Após fazer uma auto-avaliação, Rafa também demonstrou satisfação pelos elogios que recebeu dos sambistas e da imprensa especializada e destacou a importância do ritmo ter aprovação da comunidade.

“Estamos satisfeitos com o trabalho. Nós e o Carnaval! Muitas pessoas nos elogiaram, tanto que tá aí, a voz do povo é a voz de Deus, fomos bastante premiados esse ano, elogiados pelos críticos de Carnaval, pelos sambistas e pela nossa comunidade. Se nossa comunidade abraça, aí ficamos felizes, porque trabalhamos para nossa comunidade, com nosso povo”, afirmou.

Desfile 2020 da Rosas de Ouro Foto: SRzd – Ana Moura

Quanto a nota 9,8, Rafa afirma que respeita a posição do jurado, mas que não concorda a avaliação. Para dar seu ponto de vista, ele tornou público a justificativa do jurado Leonardo Bertolini: “Ele quis dizer que nós embolamos, que não manteve a precisão nas bossas do refrão. É uma coisa que não concordamos muito, porém, vamos continuar trabalhando em cima do que diz o regulamento e no que é certo musicalmente trabalhar”.

Justificativa da bateria da Rosas de Ouro – Carnaval 2020. Foto: Reprodução

“Uma bateria tem que estar equalizada e afinada. Não pode oscilar andamento, embolar e errar. Isso é o certo, independente de regulamento, é o que se deve apresentar. Então é isso, a gente não concorda, porém, não questionamos também, não cabe a nós. Se tinha um jurado lá, ele estava lá para julgar e se ele viu isso aí, é com ele mesmo. Vamos seguir o trabalho. Isso não desqualifica de maneira nenhuma o nosso trabalho, até porque temos o reconhecimento do público e da galera. Fomos mais uma vez indicados ao Prêmio SRzd Carnaval SP 2020 e fora o Prêmio SRzd, nós ganhamos seis prêmios de melhor bateria do Carnaval. Isso modéstia parte, com muita humildade e pés no chão, a gente vai continuar e vai seguir trabalhando”, completou o sambista que concorre ao lado do mestre Robson Zoinho (Império de Casa Verde) e mestre Rodrigo Moleza (Unidos de Vila Maria), na categoria melhor bateria do Prêmio SRzd Carnaval 2020.

Mestre Rafa Oliveira. Foto: Divulgação – Igor Cantanhede

Ao fim do bate-papo, ele fez questão de agradecer toda a equipe da “Bateria com Identidade”, pelo trabalho realizado no último desfile: “Como mestre de bateria só tenho a agradecer a minha equipe de diretores e apoio. Agradecer também a todos os ritmistas da bateria, porque sem eles não têm samba”.

“Tempos Modernos” foi o enredo que a agremiação liderada por Angelina Basílio levou para a Avenida neste ano, ficando com o sétimo lugar do Grupo Especial. Clique aqui para relembrar a apresentação.




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