Santa Cruz fecha primeira noite de desfiles louvando a literatura infantil

” Vou levar somente o que couber no bolso e no coração… Uma viagem de sabedoria além da imaginação”. Foi com este título que a Acadêmicos de Santa Cruz exaltou a literatura infantil, fechando a noite de desfiles da Série A desta sexta-feira (24) na Marquês de Sapucaí. Bastante colorida, a agremiação apostou em um trio de carnavalescos: Lane Santana, Munir Nicolau e Wladimir Morellembaumm, este último também membro da equipe da Beija-Flor.

Foto: Juliana Dias

O desenvolvimento do tema começou com uma viagem aos países africanos, mostrando que na antiguidade os griôs eram os verdadeiros contadores de história. Na comissão de frente, coreografada por Marcelo Chocolate, veio “A luta do bem contra o mal”, inspirada no conto infantil “Kiriku e a Feiticeira”.

Foto: Juliana Dias

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, representado por Mosquito e Roberta Freitas, representou “As raízes da sabedoria”. Ele vestia um guerreiro e ela “o espírito da árvore sagrada Baobá”.

Foto: Juliana Dias

O abre-alas, acoplado e bastante imponente, trouxe à frente um griô. Todo feito predominantemente de palha e em tons bege e laranja, a alegoria mostrava uma savana africana. Recebeu o nome de “A fonte da sabedoria”.

Foto: Juliana Dias
Foto: Juliana Dias

O segundo setor do desfile mostrou alas representando aspectos ligados à Era Medieval e recebeu alas do tipo “Os camponeses”, “Os amigos do rei”, “A burguesia”, “O bem e o mal”. A segunda alegoria, de nome “O castelo”, trouxe uma bruxa na parte de trás. Outras figuras também vieram como destaque, que na explicação dos carnavalesco, “foi um palco de tramas onde rainhas e bruxas dividem o mesmo espaço”.

Foto: Juliana Dias

No terceiro setor, foi possível ver a evolução da literatura infantil. Começava a aparecer personagens como “O homem de lata”, do clássico “O Mágico de Oz”, “A Fada e o Sapo”, entre outros contos. O terceiro carro, “Asas da Imaginação”, mostrou o mundo encantado.

Foto: Juliana Dias
Foto: Juliana Dias

A quarta alegoria fez uma homenagem a Monteiro Lobato com a Emília, do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Nas laterais, outros escritores foram lembrados através de fotos. Foi, talvez, o carro mais bonito do desfile da escola.

Foto: Juliana Dias

Presidente e carnavalesco analisam  desfile da Santa Cruz

Após o desfile da Santa Cruz, o SRzd foi à dispersão conversar com Moysés Antônio Coutinho Filho, presidente da azull e branca, e ainda com Wladimir Morellembaumm, membro da comissão de Carnaval.

Bastante satisfeito, o rapaz fez suas considerações e disse que o dever foi cumprido: “Estou feliz, agradeço a Deus por esta oportunidade. Independente de resultado, já valeu a pena. E que fique a literatura infantil um bom exemplo para transformarmos o Brasil em um país melhor. Através da cultura, da educação e do amor”.

Zezo, por sua vez, reforçou a importância da literatura: “O mais importante disso tudo é que a gente aproveita enredos deste tipo para mostrar que sem cultura não chegaremos a lugar nenhum. Acho que conseguimos passar um pouco disso para todos. O mais importante é isso, ir à Sapucaí fazer algo último em um momento tão ruim do Brasil”. O dirigente também falou sobre a crise econômica e fez uma revelação:

“Se você observar, tiramos materiais caros e a leitura foi perfeita. Também optamos por não colocamos resplendor nas fantasias para não pesar nas costas dos componentes.  Isso também diminuiu os custos. Agora vamos aguardar o resultado”, analisou.

Comentaristas dão suas primeiras impressões sobre desfile

A Santa Cruz terminou seu desfile com 51 minutos, dos 55 previstos no regulamento. Plasticamente, a agremiação teve altos e baixos, segundo opinião de sambistas. Problemas de iluminação teriam tirado um pouco o brilho de algumas alegorias. Quanto às fantasias, houve simplicidade, porém, bom gosto.

Hélio Ricardo Rainho, colunista do SRzd, opinou sobre o que viu: “A Santa Cruz fez um desfile de acordo com o que ela queria contar, tudo dentro da proposta. Plasticamente, porém, teve algumas falhas. Outro ponto a destacar foi algumas alegorias terem passado apagadas”.

Foto: Juliana Dias

Quanto ao samba, interpretado por Pavarotti e Gabi Moura, houve elogios e algumas ressalvas. Carlos Fernando, compositor e comentarista, falou sobre o hino da verde e branca: “É um samba simples do ponto de vista de letra e melodia. Algumas rimas simples. Algumas partes até agradáveis de seu ouvir, só que na minha opinião, o samba não funcionou tanto”.

O músico e comentarista Bruno Moraes opinou sobre a bateria de Mestre Riquinho: “Fez boas bossas. Funcionou muito bem. A parte musical também foi bacana. É uma bateria que melhora a cada ano”.

Foto: Juliana Dias

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