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Viradouro: ‘A força da comunidade é o nosso combustível’, afirma diretor geral de harmonia

O SRzd acompanhou na última terça-feira (31) um dos ensaios da Viradouro e viu o que a escola está preparando para o Carnaval 2018 e conseguir voltar ao Grupo Especial. O diretor geral de harmonia, Mauro Amorim, revelou que o trabalho está sendo realizado de forma a conciliar o canto forte, que já é característico da escola, com a alegria que o componente tem demostrado ao ver o novo momento que a agremiação atravessa.

“É uma alegria ver a escola viva, com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo. Fomos os primeiros a escolher o samba, os primeiros a começar o cadastro para as alas de comunidade, os primeiros a ir para a rua. Para nós é muito importante este resgate da auto-estima. O componente ver que sua agremiação está na rua, o próprio entorno da quadra, as pessoas veem que a escola está em constante atividade. A força da comunidade é o nosso combustível”.

O diretor ressaltou ainda que o trabalho da direção de harmonia torna-se mais leve quando o componente está satisfeito com a administração de sua escola. “Hoje fica claro que o componente quer estar aqui. Ele chega cedo, interage. Não vem apenas pela obrigação de ensaiar. Vem porque quer bater um papo, quer ver sua bateria ensaiando, quer saber a respeito de sua escola. Para mim, é uma satisfação muito grande participar deste momento que a Viradouro vive”.

Sobre os preparativos para o Carnaval 2018, Mauro contou que a escola virá com um bom número de componentes, visto que a procura para desfilar na Viradouro tem sido grande. “Além das alas de comunidade, temos ainda quatro alas comerciais, que na verdade são pessoas que estão com a gente o ano inteiro. São alas de pessoas ligadas à escola já há alguns anos. Então acabamos por considerá-las também da comunidade. Podemos afirmar que a Viradouro é uma escola 100% comunidade”.

Mauro revelou também que fez pequenos ajustes buscando melhorar a relação entre os componentes da comunidade e os harmonias. “É uma equipe de harmonias muito forte, um grupo que já está acostumado a ser vencedor, que sempre trabalhou forte com a comunidade. Hoje, nosso time de harmonias gira em torno de 40 pessoas. Fizemos pequenos ajustes, afinamos a relação entre a harmonia e a comunidade. Era preciso alinhar algumas coisas nesta relação. O componente da Viradouro já sofreu muito, já passou por muitas dificuldades”.

Além das alas comerciais e alas da comunidade, a vermelho e branco do Barreto trará em seu desfile os jovens que participam do projeto de formação de mestra-sala e porta-bandeira da Viradouro. Em conversa com o SRzd, Daniel Ghanem, que atua junto com o coreógrafo da comissão de frente da escola Marcio Moura na coordenação do projeto, revelou que as portas da escola estão abertas a todos que desejarem participar. “O projeto está constantemente aberto. A Viradouro está aqui para acolher todos os jovens de Niterói e São Gonçalo e regiões próximas. Aceitei o convite do Marcio Mora para realizar esta formação aqui na Viradouro, porque é nítida a visão futurista do presidente da escola. Ele quer formar jovens que sejam apaixonados pelo bailado e garantir que no futuro tenhamos belos casais de mestre-sala e porta-bandeira”.

Segundo Daniel, é preciso que o jovem comprove que está estudando: “Atualmente temos nove casais e duas meninas. Exigimos que o jovem esteja estudando e também buscamos que os pais sejam nossos parceiros. Não se trata apenas de formar casais de mestre-sala e porta-bandeira. Queremos contribuir na formação da cidadania destes jovens, para que eles tenham consciência do seu papel na sociedade”.

Um aspecto que chamou atenção foi a nova configuração do carro de som da Viradouro. Sobre isso conversamos com o Zé Paulo Sierra, intérprete oficial da escola.

“Desde que eu cheguei à Viradouro, a gente só trabalha com meninos da casa. Até hoje, somente o Kauã e o Julinho não fazem mais parte deste grupo. Eu continuo mantendo a base dos meninos da casa, tantos os cantores quanto os músicos. Por exemplo, o Roberto no cavaquinho, que vem desde a escola mirim da Viradouro. E optamos por trazer um reforço a mais. A Ângela já estava, o Victor (Alves) no violão dispensa comentários, é um grande músico. O Paulinho já está com a gente desde que eu cheguei. Agora eu trouxe o Rodrigo para reforçar a parte de cordas. O Celino e o Ronaldo são importantes para dar aquela segurança aos garotos. Eu não costumo ficar perto do carro de som no desfile. Hoje tenho três pessoas experientes para estarem próximos dos meninos: o Victor, o Ronaldo e o Celino que são grandes cantores e tem a experiência de cantar no Grupo Especial e no Grupo de Acesso”.

O fato de a escola ter planejado começar seus ensaios logo após a escolha do samba é visto como uma vantagem pelo intérprete. “O canto da comunidade tem tudo para crescer ainda mais. A disputa e a final de samba deixaram claro o que a comunidade queria. A gente sai na frente em ter o samba que a comunidade escolheu. Então, estarmos há pouco mais de um mês ensaiando na quadra e há duas semanas ensaiando na rua, agrega muito valor ao samba e ao canto da comunidade. Quem tem vindo à quadra percebe essa evolução. A Viradouro com isso ganhou um tempo a mais para se preocupar com outras questões, além do canto da escola. A agremiação está focada em ganhar o Carnaval, em voltar para o Grupo Especial, mas isso depende de um conjunto de fatores. No que diz respeito ao samba e principalmente ao canto da comunidade, a Viradouro está evoluindo e tem muito a evoluir”.

Zé Paulo também falou sobre seus cuidados com a voz e como busca se preparar para a maratona de ensaios. “Meu material de trabalho, eu vivo de música, dependo da minha voz. Eu cuido diariamente. Claro que, depois do Carnaval, dou uma relaxada. Mas depois da escolha do enredo e início das disputas, volto a aumentar os cuidados, faço acompanhamento com minha fonoaudióloga e, a partir de novembro, eu costumo intensificar a preparação”. No que se refere à interação com o público da Sapucaí, Zé Paulo faz suspense. “Já tenho tudo pronto para o Carnaval 2018. Será uma mescla do que que fizemos em 2016 e 2017, só falta acertar os detalhes. Está tudo muito bacana”.

Para o diretor geral de harmonia da Viradouro, a alegria do componente “não tem preço”. “Saber que o samba que foi escolhido foi o que a comunidade abraçou. Ver o componente bater no peito e dizer ‘sou Viradouro, sou paixão’ é muito gratificante. Hoje ver que a escola tem credibilidade, que o componente está feliz aqui dentro, não tem preço. E o componente feliz é a receita para o sucesso da Viradouro”.

ENSAIOS DA UNIDOS DO VIRADOURO

Terças-feiras, às 21h
Quadra da Unidos do Viradouro – Avenida do Contorno, n. 16 – Barreto – Niterói
Domingos, a partir das 18h
Avenida Ernani do Amaral Peixoto (Em frente à estação das barcas) – Centro – Niterói

PROJETO DE FORMAÇÃO DE CASAIS DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

Jovens a partir dos 10 anos de idade.
Todas as quartas-feiras, às 19h.
Apresentar certidão de nascimento ou documento de identidade, foto 3×4 e comprovante de residência.

Cristiane Lourenço

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