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‘Viradouro e suas histórias’: Mestre Ciça, vocação para a ousadia

Você já ouviu falar em Moacyr da Silva Pinto? E no mestre Ciça? São a mesma pessoa. Aos 62 anos, ele é uma das lendas vivas do Carnaval. O seu trabalho é reconhecido por todas as escolas por onde passou. Na Viradouro, Ciça marcou época pela inovação no Carnaval de 2007, quando a bateria desfilou até o recuo em cima de um carro alegórico. Além da agremiação de Niterói, ele teve passagens pela Estácio de Sá, Unidos da Tijuca, Grande Rio e União da Ilha. Na oitava reportagem especial da série “Viradouro e suas histórias”, Mestre Ciça é o nosso entrevistado. (Veja vídeo abaixo)

Voltando à escola depois de passagens por outras agremiações, Ciça se surpreendeu com o carinho com que foi recebido. “A minha chegada na Viradouro foi uma coisa emocionante. Eu não esperava aquilo ali depois de dez anos. Tanta gente na quadra. Sou muito grato a isso. Não tem preço”.

E, se depender de Ciça, ele continua na escola por muito tempo ainda. Em entrevista à colaboradora do SRzd Cristiane Lourenço, o mestre respondeu como se imagina daqui a 20 anos. “Eu espero estar aqui. Eu sei que a idade pesa, isso já me preocupou mais… Enquanto eu estiver com saúde, estou aí. Em termos de bateria, eu acho que estou no mesmo patamar dessa rapaziada mais nova. E eles me querem aqui, isso é o mais importante. Então será, se Deus quiser, mais 20 anos de mestre Ciça na Viradouro”.

É uma unanimidade: o mundo do samba ama o mestre Ciça.

O reconhecimento de seu talento é inquestionável para os que entendem de bateria. “Ciça é um ícone do Carnaval carioca. No Grupo Especial, é o único do século passado que resistiu ao tempo. Desde que surgiu na Estácio, em 1987, sempre foi ousado e extremamente carismático. É uma unanimidade: o mundo do samba ama o mestre Ciça”, conta empolgado o colunista de bateria do SRzd Claudio Francioni.

Bruno Moraes, também comentarista do site, concorda. “Mestre Ciça é, sem dúvidas, o maior mestre de bateria em atividade. Sua história no samba é algo colossal. Passou por diversas escolas e sempre como protagonista. Hoje não temos nenhum mestre do Grupo Especial ou Acesso que já estivessem no cargo na década de 90, quiça na década de 80, como é o caso do ‘Moacyr’. Impressionante como ele se reinventou e acompanhou toda evolução nas baterias. Seu legado fica na batida de caixa, no seu estilo de bossas e, o principal, Ciça tem vocação para a ousadia. O ‘caveira’ é um líder nato e muito admirado por seu ‘bonde’”, diz.

Raissa Machado e mestre Ciça. Foto: Reprodução Instagram.

No mesmo papo que teve com Cristiane Lourenço sobre o futuro, Ciça relembrou do começo, na Viradouro, em 1999. “A gente muda, os anos ajudam a pegar a experiência, a ouvir mais. Há 20 anos, a gente acha que é dono da razão. A gente de hoje é bem diferente da geração das antigas, é mais rebelde, porém, eles me respeitam muito, eu converso muito com eles. Essa garotada que está aqui hoje na Viradouro é muito boa, e eu mesclei os antigos com os mais novos. Me passa um filme da cabeça, depois de 20 anos, eu ensaiando, aqui na Sapucaí, com essa escola que eu amo muito. Eu saí por motivos que as pessoas não sabem, mas eu nunca quis sair da escola, eu não queria sair da escola. Meus melhores momentos foram dentro da Viradouro. Viradouro é uma paixão”.

Ciça tem enorme respeito pelos seus comandados. “Eu trato todos muito bem. O ritmista gosta de respeito”. E a rainha de bateria, qual a importância dela no desfile?, pergunta Cristiane. “Não basta ser uma mulher bonita à frente da bateria. Ela tem que interagir com a bateria. A Raissa (Machado) é dedicada. Estamos nos entendendo muito bem, ela procura saber das coisas, me pergunta. Eu passo a experiência que eu adquiri com Luma (de Oliveira), com a Juliana (Paes), com a Paolla (Oliveira). Todas as famosas passaram pelas minhas mãos, no bom sentido. Então eu passo o que vivenciei para a Raissa. Ela me respeita, e eu a respeito muito. Ela é muito escola e isso é importante”.

Assista a ‘Viradouro e suas histórias’, com mestre Ciça:

Sidney Rezende

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Sidney Rezende
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