‘Viradouro e suas histórias’: Conheça os dois guardiões da bateria da escola de Niterói

A bateria é o coração da escola de samba. Para muitos, também a alma. Partindo desta premissa, a Unidos do Viradouro tem dois anjos da guarda que trocam o dia pela noite para cuidar dos instrumentos da agremiação. Na segunda reportagem especial da série “Viradouro e suas histórias”, você vai conhecer Seu Dalmir, o Dalminho, de 75 anos, e o Seu Arídio, de 80. (Veja vídeo abaixo)

Eu pedi para fazer dois ternos para eles desfilarem. Eles nunca tinham usado terno na vida. Eles ficaram emocionados. E eu, também.

Quando você visitar a quadra da Unidos da Viradouro, em Niterói, fique de olho neles. Dalminho e Arídio são capazes de notar que uma peça da percussão foi tirada do lugar, num simples piscar de olhos. Da mesma forma que podem ser vistos passando um pano seco diariamente nos instrumentos para impedir a poeira de fazer morada. Antes dos ensaios, eles são flagrados ajustando cada uma das joias que serão submetidas ao mestre Ciça, responsável pela bateria da escola.

Quem possui um instrumento musical, seja para hobby ou profissão, sabe a importância de ter certos cuidados para que eles continuem sempre com um aspecto novo. É este o ofício de Dalminho e Arídio, nos seus trabalhos discretos. “Eu tenho muito respeito por eles”, confessa Ciça com os olhos marejados. “Para você ter uma ideia, eu pedi para fazer dois ternos para eles desfilarem. Eles nunca tinham usado um terno na vida. Eles ficaram emocionados. E eu, também”, se derrete.

Mestre Ciça também faz questão de dizer que poucos conhecem a Viradouro como Dalminho e Arídio. “Eles são muito queridos”, conclui o mestre de bateria que foi “professor” de tantos outros mestres que hoje brilham na elite do Carnaval carioca.

Senhoras e senhores, respeitável público, conheçam duas lendas que protegem o som que ecoa na Avenida e traz respeito para a escola de Niterói.

Assista a ‘Viradouro e suas histórias’, com Seu Dalmir e Seu Arídio: