Valeu, Zumbi: Vila 88, magia e catarse para se ver apenas uma vez

Vila Isabel 1988. Foto: Reprodução da TV

Neste sábado (20) é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra.

Ele foi criado em 2003, em âmbito nacional, através da lei nº 12.519. A data é dedicada para reflexão da inserção do negro na sociedade brasileira e foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação de seu povo contra o sistema e a oligarquia escravista.

O Dia da Consciência Negra é considerado importante no reconhecimento dos descendentes africanos e da construção da sociedade brasileira, suscitando questões como o racismo, a discriminação, a igualdade social, a inclusão de negros na sociedade e a própria cultura afro-brasileira.

No Carnaval, um dos mais emblemáticos desfiles com essa temática, destacadamente, é o da Unidos de Vila Isabel, de 1988, há 33 anos, mas tão atual: “Kizomba, a festa da raça”.

Kizomba é uma palavra do kimbundo – um dos dialetos falados em Angola – e simboliza a reunião de pessoas em uma festa de confraternização da raça negra com ritmos musicais regionais.

A Vila, na época, vinha de um histórico de dificuldades financeiras e a apresentação não foi marcada pelo luxo. A escola de Noel apostou em alegorias e fantasias com materiais de baixo orçamento, como ráfias, palha, sisal e tecidos com estampas africanas.

Num ano em que muitas coirmãs celebraram os 100 anos da Abolição, a Vila se destacou. Se não pelo visual, pela magia inexplicável de uma exibição mítica.

O impacto do que se viu e, principalmente, do que se sentiu naquela noite, rendeu para a Vila Isabel seu primeiro título no Grupo Especial carioca, ficando 1 ponto à frente da Mangueira, que foi a vice e lutava pelo tri.

Além do desfile histórico, outro algo diferente também aconteceu. Naquele ano não foi realizado o tradicional Desfile das Campeãs, por conta das chuvas que atingiram o Rio de Janeiro. O temporal deixou a cidade em estado de calamidade pública e não foi possível rever a Kizomba da Vila. Uma festa para se ver, apenas uma vez. Assim quiseram os Deuses da folia:

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