União da Ilha não se intimida, reafirma sua força e sonha com o acesso

União da Ilha do Governador. Foto: SRzd

Uma das mais queridas escolas de sambado Rio, a União da Ilha do Governador, foi a sexta agremiação a pisar na Avenida na segunda noite de desfiles do Grupo de Acesso na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.

Mesmo vindo na sequência da Porto da Pedra, que fez grande exibição, a insulana não se intimidou e colocou no chão da pista toda a sua tradição e alegria, além de apresentar um belo visual, colocando-se também como postulante na disputa pela única vaga no Especial de 2024.

+ em busca do Acesso:

O encontro das águias no templo de Momo é o título do tema desenvolvido pelo carnavalesco Cahê Rodrigues e apresentado nesta noite.

Madrinha da escola insulana, a Portela, que completa 100 anos de fundação no próximo ano, foi a grande homenageada do desfile. Como mote, a tricolor usou o símbolo em comum das duas escolas, a águia, para ser o fio condutor da história. A Ilha também celebrou seus 70 carnavais.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “A escola inicia a sua apresentação na Avenida demonstrando canto forte, cadenciado, andamento equilibrado e ritmo bem definido. Componentes cantam o samba com segurança, clareza e domínio. Evoluem com alegria e a leveza dos movimentos equilibrados entre as alas faz o chão fluir. A escola desenvolve um desfile equilibrado em relação ao canto, dança e evolução. Destaque para o domínio do canto na totalidade sustentando todas as partes do samba enredo”.

Jaime Cezário: “Um dos grandes enredos dessa Série Ouro. Aproveitou o centenário da sua madrinha Portela e criou o enredo ‘O Encontro das Águias no Templo de Momo’. Enredo perfeito para esse ano de celebração do centenário da Águia de Madureira. E por tudo que foi apresentado, conseguiu dar bem seu recado. O conjunto de fantasias não foi harmônico, começou muito bem com belas fantasias, mas passado o primeiro setor, apresentou algumas fantasias que davam a sensação de estarem inacabadas, chegando ao ponto de apresentar uma ala inteira, ‘bufões anunciadores’, sem o chapéu. Este fato comprometeu seu conjunto. A Ilha apresentou o abre-alas mais imponente da Série Ouro. Alegorias bem acabadas, com bons materiais, efeitos e iluminação. Bom conjunto de alegorias. A última alegoria foi o momento emocional da apresentação. Nela, além de uma enorme Águia, personagens ilustres, portelenses e insulanos, numa proposta de união à celebração do centenário da Portela”.

Eliane Souza: “Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete, maravilhosos! Eles apresentaram o bailado do mestre-sala e da porta-bandeira com naturalidade e muita determinação, num aproveitamento excelente do espaço determinado para apresentar o pavilhão aos julgadores. Pude apreciar a realização dos movimentos obrigatórios dos dançarinos. O mestre-sala manuseando o leque com habilidade, conduziu a dança, reverenciou seu pavilhão e cortejou sua dama, demonstrando gentileza. A performance do casal evidenciou sua sintonia, garantida pela perfeita finalização de seus movimentos que, coordenados de forma impecável, permitiu o sincronismo das ações distintas realizadas por cada um, e no momento em que voltavam a se encontrar, a ação acontecia de maneira primorosa. O casal apresentou um bailado atualizado, sem acréscimos de passos alheios à coreografia descrita no livro de Rego (1996), deixando “assinado” no chão da avenida a poesia contida na performance primeira. Obrigada, Thiaguinho e Amanda! Perfeitos. Destaco a presença do segundo casal, igualmente dedicado ao pavilhão, Yuri Pires e Cassiane Figueiredo, que livremente dançaram, distribuindo alegria pela passarela”.

Rachel Valença: “No desfile de hoje a União da Ilha do Governador fez jus, mais uma vez, ao epíteto que a caracteriza: a escola da alegria. Ao falar da madrinha Portela, é de só mesma que fala, de seus carnavais, de sua Baterilha. Nesse quesito alegria, a escola é insuperável. Depois de tanta escola, tanto atraso, tanto problema, alegria era tudo que queríamos”.

Cláudio Francioni: A bateria da União da Ilha, vencedora do Prêmio SRzd de 2022, fez mais um desfile espetacular. Mestre Marcelo deu um show de andamento, de afinação, de bom gosto e execução das bossas e de equilíbrio de timbres. Trata-se de uma bateria de Grupo Especial perdida na Série Ouro.

Cadu Zugliani: “O samba da União da Ilha ficou no meio do caminho entre a característica da escola e o peso de um samba homenagem para a Madrinha Portela. Apesar do andamento perfeito e de um carro de som com um bom trabalho, o samba não levantou. Passou correto”.

Wallace Safra: “O coreógrafo Márcio Moura trouxe para Avenida uma grande homenagem ao centenário da Portela com uma comissão leve, suave e de bom gosto. Com um laço que uniu o batizado de honra à bandeira do samba, os bailarinos mostraram uma dança enérgica, forte, mas singela. Os figurinos que representavam ‘A Benção de Dindinha’ eram simples, porém bem construídos. O elemento coreográfico onde vinha o Rei Momo, também trazia a ilustre Tia Surica simbolizando a homenageada. Destaque para a harmonia, transparência e coerência do trabalho apresentado. Representados os grandes bailes de Carnaval a ala de passistas se apresentou de maneira linear e com um samba no pé retilíneo, mas com uma boa comunicação com o público. O figurino estava leve, o que contribuiu para uma maior espontaneidade nos movimentos. Destaque para a harmonia no conjunto dos passistas”.

+ veja a galeria de fotos do desfile (em instantes)

(veja a ordem de desfiles do Acesso):

+ sexta-feira , 17 de fevereiro:

1ª – Arranco do Engenho de Dentro
2ª – Lins Imperial
3ª – Vigário Geral
4ª – Estácio de Sá
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – Acadêmicos de Niterói
7ª – São Clemente

+ sábado , 18 de fevereiro:

1ª – União de Jacarepaguá
2ª – Unidos da Ponte
3ª – Unidos de Bangu
4ª – Em Cima da Hora
5ª – Unidos do Porto da Pedra (escolha de posição feita pela escola)
6ª – União da Ilha do Governador
7ª – Império da Tijuca
8ª – Inocentes de Belford Roxo

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