Uerj concede título de Doutor Honoris Causa ao compositor e escritor Nei Lopes

Uerj concede título de Doutor Honoris Causa ao compositor e escritor Nei Lopes. Foto: George Magaraia

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) concedeu o título de Doutor Honoris Causa ao cantor, compositor e escritor Nei Lopes, na tarde dessa segunda-feira (28), na Capela Ecumênica, campus Maracanã.

A honraria é um reconhecimento à vida e obra do artista, um dos maiores expoentes da arte popular e importante pesquisador da cultura afro-brasileira, com várias obras e dicionários já publicados sobre o tema.

“Esta é a primeira vez que eu solicito uma outorga de Doutor Honoris Causa. Nei Lopes, por suas significativas obras, por suas preciosas composições, como estudioso da cultura negra, pelo enfrentamento ao racismo estrutural, não poderia deixar de ser homenageado pela Uerj, a universidade mais negra do Brasil”, declarou o reitor Ricardo Lodi.

Durante o evento, a trajetória de Nei Lopes, 79 anos, bacharel em Direito e Ciências Sociais, foi reverenciada, principalmente com relação à sua produção musical. Entre seus vários discos, um álbum marcante é “A Arte Negra” de Wilson Moreira e Nei Lopes, de 1980, com sambas que marcaram época como “Gotas de Veneno”, “Senhora Liberdade”, “Gostoso Veneno” e “Ao Povo em Forma de Arte”.

Outra composição de seu repertório é “A Epopeia de Zumbi”. Entre os livros publicados, destaque para “Dicionário da História Social do Samba”, de 2015, em parceria com Luiz Antônio Simas e “História e cultura africana e afro-brasileira”, de 2008, ambos vencedores do Prêmio Jabuti e o “Novo Dicionário Banto do Brasil”.

Em seu discurso, Nei Lopes pontuou a presença da Uerj na sua vida, em várias ocasiões, entre elas, na época da publicação do dicionário etimológico, quando recebeu ajuda do professor Evanildo Bechara, do Instituto de Letras. Atualmente, ele participa do projeto do Acervo Universitário do Samba, escrevendo o volume sobre a história do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, escola de samba que Lopes acompanha há mais de três décadas.

“Nunca é tarde para voltar atrás, recuperar a caminhada de homenagear com diversidade, isto é Sankofa. A discriminação pode ser coibida por leis e decretos, mas o racismo estrutural só se extingue arrancando a raíz. Obrigada UERJ pelo protagonismo que me concede neste momento, pelas palavras de carinho e reconhecimento para com as minhas atuações”, afirmou Lopes.

Entre os presentes à solenidade, o reitor Ricardo Lodi, o pró-reitor de Graduação Lincoln Tavares, a pró-reitora de Extensão e Cultura, Cláudia Gonçalves, a pró-reitora de Assistência e Políticas Estudantis, Cátia Antônia Silva, a pró-reitora de Extensão e Cultura, Cláudia Gonçalves, o pró-reitor de Saúde, Rogério Rufino, a diretora do Centro de Tecnologia e Ciência (CTC), Nádia Pimenta, o diretor do Centro de Educação e Humanidades (CEH), Bruno Deusdará, o diretor do Centro Biomédico, Jorge Carvalho, a diretora do Centro de Ciências Sociais, Dirce Solis, entre outros.

“Essa outorga de títulos foi aprovada com unanimidade pelo CESEP, aprovada por unanimidade no Conselho Universitário desta casa, e finalmente hoje estamos tendo a oportunidade de prestar esta merecida homenagem a Nei Lopes como reconhecimento por sua atuação e por identificação com os valores que ele defende, que são também preciosos para a UERJ”, concluiu Ricardo Lodi.

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