Série do Globoplay mergulha no universo dos bicheiros do Rio

Rede Globo. Foto: Reprodução de Internet

Rio. ‘Vale o escrito’ é a nova produção do Globoplay e aborda o elo entre a contravenção e o Carnaval carioca em sete episódios. A produção contou com um trabalho de pesquisa que durou dois anos e traz depoimentos inéditos de personagens importantes deste contexto. A estreia acontece hoje.

“Grande parte do nosso esforço foi convencer essas pessoas – que nunca falam sobre a contravenção ou, no máximo, dão declarações pontuais – a nos dar entrevistas longas e em profundidade”, conta Ricardo Calil, um dos diretores da atração. Na direção artística, está o jornalista Pedro Bial, que resume a série:

“Mostramos que a máfia brasileira, carioca, é única no mundo, poderosa, com uma expressão estética incomparável”, disse Bial.

A Guerra das famílias Garcia e Andrade conduz os episódios com imagens e entrevistas históricas, “em trama cinematográfica de poder, samba, traições, vinganças e execuções”, definiu a emissora.

“A série destrincha os personagens principais dessa história da máfia brasileira, como investigadores tratam a confraria de bicheiros que, tal como mafiosos italianos, se uniu e dividiu a área de atuação de cada grupo pelo Grande Rio — e, consequentemente, os lucros. Um seleto grupo de contraventores cuja trajetória está diretamente ligada às histórias do carnaval, do Rio e da violência”, acrescenta o texto de divulgação. O jogo do bicho é proibido por lei, mas extremamente popular no Rio em pontos de anotação nas milhares de esquinas da cidade e do Estado.

A série também conta como Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, começou a assumir os negócios do pai, Waldemir Garcia, o Miro, presidente de honra do Salgueiro e membro da cúpula do jogo de bicho.

A série ainda lembra a presença de astros do futebol, como Romário, Edmundo e Renato Gaúcho, no enterro de Maninho. Dois de seus filhos também foram alvos de matadores: Myro morreu em 2017, e Shanna escapou de atentado em 2019.

“Shanna, aliás, está entre os entrevistados da série, assim como sua irmã gêmea, com quem é brigada, Tamara; sua mãe, Sabrina; sua madrasta, Ana Claudia Soares (a primeira rainha de bateria do Salgueiro); e até o ex-cunhado, Bernardo Bello, ex-presidente da Vila Isabel e atualmente foragido. Outro nome de destaque no atual cenário do bicho no Rio, Bello era casado com Tamara, começou a trabalhar com os Garcia, mas se separou da mulher e da família para assumir posição de chefia dos negócios. Responde, entre outros crimes, como mandante da morte de Bid, tio da ex-mulher”, registra o release.

Além deste núcleo, o seriado passa pelo ano de 1997, com a morte do “capo dei capi” – como é conhecido na máfia siciliana o “poderoso chefão” – Castor de Andrade. A partir dali, teve início uma sangrenta batalha na própria família pela herança dos negócios.

A série relembra, por exemplo, os assassinatos de Paulinho Andrade, um dos filhos, em 1998, e de Fernando Iggnácio, genro de Castor, em 2020.

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