‘Se prepare que vem porrada’, diz Laíla sobre Carnaval da Ilha

Laíla. Foto: SRzd – Fábio Capeleti

Novo diretor de Carnaval da União da Ilha, Laíla usou o ensaio da última sexta-feira (20) para inflar a comunidade na reta final do ano. Em discurso na quadra da agremiação, o experiente sambista falou sobre a escola de samba ser apontada como uma ‘incógnita’ para 2020.

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“Há um grande suspense no Rio de Janeiro: o que que a Ilha está fazendo? Qual é a cabeça dos malucos? O que que vai acontecer? Se prepare que vem porrada”, afirmou Laíla.

A gente só não ganha o Carnaval se não quiser

Para o ano que vem, a União fez mudanças significativas na equipe: trouxe o famoso diretor e montou uma comissão de Carnaval encabeçada pelos carnavalescos Fran-Sérgio e Cahê Rodrigues. A escola também escolheu um enredo que fala sobre mazelas sociais – em uma temática diferente do que é geralmente explorado pela agremiação – e não apresentou sinopse para os compositores, deixando os poetas livres para criar.

“Eu não tenho culpa das pessoas que por aqui passaram aceitaram as coisas erradas que nossa escola tem em matéria de organização, mas nós vamos tentar organizar. Temos um belíssimo Carnaval. No início, as pessoas ficavam desconfiadas porque não sabiam os caminhos carnavalescos que pretendíamos. Através do trabalho que estamos realizando, a gente só não ganha o Carnaval se não quiser. Sabe por que se não quiser? Se a gente não ensaiar e defender os quesitos que nos cabe: as determinações que o regulamento nos obriga”, disse Laíla.

O diretor também aproveitou a oportunidade para homenagear e agradecer ao presidente da escola, Djalma Falcão. Laíla disse que pode chamar o mandatário de “amigo” e mostrou que está bem à vontade na agremiação.

Não podíamos pensar um Carnaval faraônico quando não tem ninguém pra botar (dinheiro)

“Eu sou uma pessoa vivida no Carnaval. Sou de comunidade, pobre. Mas sou uma pessoa determinada e busquei meus caminhos. Eu relutei muitas vezes em vir pra Ilha, mas resolvi trabalhar com esse magnífico (Djalma Falcão, presidente). Eu não vim pra Ilha ganhar o dinheiro da Ilha. Eu sou pago pra realizar o meu trabalho. Eu sou sambista, não é o dinheiro que traz minha emoção, é o meu trabalho. Não podíamos pensar um Carnaval faraônico quando não tem ninguém pra botar (dinheiro). Mas eu estou impressionado pelo carinho dessa pessoa (Djalma Falcão, presidente), pelas condições de trabalho que ele está nos dando e por não deixar faltar nada.”

Com o enredo “Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: salve-se quem puder”, a União da llha do Governador será a sexta escola a desfilar no domingo de Carnaval, na Marquês de Sapucaí, pelo Grupo Especial.