Sapucaí, 40: A soberania e o mau negócio que é desfilar aos domingos

Foto: Acervo do Museu Nacional/Arte: SRzd

O palco maior do Carnaval brasileiro vive um marco em sua história. O sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, está próximo de completar quatro décadas de espetáculo. Lá, aconteceu a consolidação dos desfiles das escolas de samba na cidade.

A Passarela Professor Darcy Ribeiro começou a ser construída em 1983 e foi inaugurada no ano seguinte. Em 2024, chega aos 40 anos recebendo a diversidade de criação, a genialidade artística e musical de tantas mentes brilhantes e traços tão importantes relevantes da cultura popular do país.

O portal SRzd preparou uma série de reportagens sobre esse momento Leia as duas primeiras já publicadas:

+ Oscar Niemeyer, o traço do gênio no palco da cultura popular

+ Sapucaí, 40: Utopia de Darcy e o embate de Brizola, o ‘Odorico’ para os Marinho

A soberania e o mau negócio que é desfilar aos domingos

A Beija-Flor é a escola que mais venceu nestes quarenta anos de sambódromo. Isso lhe deu o título de Soberana. Mas antes de enfileirar taças, já havia conquistado seu lugar ao sol.

Chegando para entrar no seleto grupo das grandes escolas da cidade na segunda metade dos anos 1970, abocanhou nove títulos num espaço de apenas oito desfiles.

Um tri e mais dois campeonatos, em 1980 e 1983, foram fruto de alto investimento, da formação de uma base forte que lhe garantiu a construção de uma comunidade absolutamente comprometida com o pavilhão e da dupla genialidade de Laíla e J30.

Quando chegou ao sambódromo, já podia pisar forte e falar grosso. Mas só ergueu seu primeiro caneco na Sapucaí em 1998.

Ao olhar no retrovisor, muitos dizem que essa quantidade de troféus podia ser ainda maior. Muitos pleiteiam vitórias que não vieram, em 1986 e 1989, especialmente. Ainda sim, foram impressionantes nove primeiros lugares e a soberania no templo maior da folia (veja o ranking com todas as campeãs):

Beija-Flor: 1998, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011, 2015 e 2018
Estação Primeira de Mangueira (8): 1984 (campeã), 1984 (supercampeã), 1986, 1987, 1998, 2002, 2016 e 2019
Imperatriz Leopoldinense (7): 1989, 1994, 1995, 1999, 2000, 2001 e 2023
Mocidade Independente de Padre Miguel (5): 1985, 1990, 1991, 1996 e 2017
Unidos da Tijuca (3): 2010, 2012 e 2014
Unidos de Vila Isabel (3): 1988, 2006 e 2013
Acadêmicos do Salgueiro (2): 1993 e 2009
Portela (2): 1984 e 2017
Unidos do Viradouro (2): 1997 e 2020
Estácio de Sá (1): 1992
Acadêmicos do Grande Rio (1): 2022

+ Que mau negócio…

Desde 1984, quando os desfiles foram divididos em dois dias, a maioria dos títulos foram conquistados por escolas que desfilam na segunda noite de apresentações, na segunda-feira de Carnaval.

No desfile inaugural do sambódromo, a Portela venceu o desfile da primeira noite, enquanto a Mangueira venceu o desfile da segunda. A partir de 1985, a campeã saiu da disputa entre as duas noites. E a partir daí, uma goleada. Apenas em oito oportunidades, quem se apresentou no domingo saiu vitoriosa.

Primeira noite (domingo) (8): 1984, 1985, 1987, 1994, 1996, 2006, 2010 e 2020
Segunda noite (segunda-feira) (34): 1984, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1995, 1997, 1998 (2), 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2022 e 2023.

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