Samba e interpretação de Pixulé se destacam na passagem da Unidos de Bangu

Unidos de Bangu. Reprodução

A Unidos de Bangu foi a terceira escola a pisar na Avenida na segunda noite de desfiles do Grupo de Acesso na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.

O destaque da apresentação banguense foi o samba assinado por Diego Nogueira, Domingos PS, Dudu Senna, Fábio Turko, Junior Fionda, Marcelinho Santos, Marcelo Adnet, Orlando Ambrosio e Tem-Tem Jr., interpretado com todo o talento de Pixulé, em grande noite.

+ em busca do Acesso:

Aganjú – A visão do fogo, a voz do trovão no Reino de Oyó foi o tema apresentado pela agremiação na Marquês de Sapucaí.

De temática afro, a vermelha e branca trouxe o quinto Alafim no Império de Oyó, filho de Ajacá, neto de Oraniã e sobrinho de Xangô. Representação máxima do poder de Olurum.

Vaidoso, forte e destemido, carrega nas mãos o Oxé simbolizando a imparcialidade. É a divindade da vida, representada pelo fogo, segundo a cultura do Candomblé.

Denso e cercado de toda a espiritualidade, diferente do Carnaval mais brejeiro do ano passado, o projeto banguense levou assinatura de Robson Goulart.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “Os componentes demonstram interesse no canto aproveitando o ritmo do samba para desenvolver o canto com empolgação, musicalidade e segurança. O canto tem força e vibração. A evolução da ala das baianas flui com leveza e várias delas cantam com segurança demonstrando domínio e independência entre canto e movimento. A evolução entre as alas apresenta oscilação e irregularidade no andamento, demonstrando alguns momentos de aceleração na dança e nos movimentos para acompanhar e manter o desfile, principalmente nas alas que antecedem os carros. Ainda assim, um desfile vibrante”.

Wallace Safra: “Com as forças dos vulcões a comissão apresentou a morada de Aganjú. Com uma coreografia delicada, sensível e precisa os bailarinos que estavam extremamente bem vestidos e bem maquiados, agregaram com beleza plástica e uma boa forma cênica. O coreógrafo Fábio Costa esbanjou sofisticação e suavidade nos movimentos propostos na dança de seus bailarinos. Destaque para o efeito visual dos figurinos da comissão que foi uma riqueza. Com a temática ‘O Ritual do Ajerê’ a ala de passistas da agremiação passou leve, solta e com muito samba no pé. Uma ala dinâmica, organizada e com boa comunicação com o público presente. Destaque para harmonização plástica da ala e a preocupação do coordenadores em executar um trabalho de qualidade”.

Jaime Cezário: “O enredo da escola da Zona Oeste homenageou uma qualidade do Orixá Xangô, conhecida como Aganjú. Foi mostrado, desde as origens, onde é conhecido como sentinela dos vulcões, terminando dando ênfase ao sincretismo com sua associação aos santos católicos: São João e São Pedro. A escola deu conta da sua proposta, mostrando de forma bastante digna seu Carnaval. No roteiro fornecido vimos uma inversão na posição de duas alas, que deveriam ficar atrás da terceira alegoria, e acabaram vindo na frente. Se isso não foi alterado no roteiro dos jurados, deverá sofrer punição. As fantasias da escola contaram a história proposta. Roupas das alas explorando materiais baratos como nylon dublado, tecido pastilhado e feltro. Recursos, geralmente utilizados, para combater a falta de grandes recursos financeiros. O projeto das alegorias utilizou o recurso de esculturas já vistas em outros carnavais, mais tudo muito bem adequado a proposta das alegorias com um novo tratamento de pintura de arte e de decoração. Alegorias grandes e com bom acabamento”.

Eliane Souza: “O casal da escola, Anderson Abreu e Eliza Xavier, ocupando o espaço para dançar, apresentou sua performance de forma segura, com os movimentos obrigatórios bem realizados, permeados por gestual referentes ao enredo e em conformidade com a letra do samba. Destaque para a realização da ‘Bandeirada’, movimento criado pela porta-bandeira Lucinha Nobre, gesto ousado, que exige, para sua realização, a habilidade apresentada por Eliza Xavier, que sincronizando este ao movimento seguinte, o abano, realizou giros, desfraldando a bandeira com o apoio da mão esquerda, durante a ação. O mestre-sala conduziu a dança e a dama, manuseando um adereço de mão que, de ferramenta do Orixá se transformava num leque. Destaque para o segundo casal, Alessandro Silva e Layne Ribeiro, que livremente bailou, revelando alegria em sua passagem, durante a qual saudava o público”.

Rachel Valença: “Após um intervalo longo demais, que desanima o público, a Unidos de Bangu se apresentou com problemas em um de seus carros alegóricos. Sem ter um samba notável, conseguiu levantar o público em alguns setores, mas não houve equilíbrio na evolução, com correria em alguns setores”.

Cadu Zugliani: “Melhor samba da noite até agora, o samba de Bangu levantou os componentes e foi muito bem cantado. Boas sacadas como a intenção de repetição de melodia na cabeça do samba. A parte do meio bem boa também, apesar de lembrar trecho de Império Serrano 2022. Andamento muito bom, Pixulé é craque e casou muito bem com a bateria do mestre Laion”.

Bruno Moraes: “A bateria da Unidos de Bangu se apresentou muito bem nos módulos de julgamento, com direito a show pirotécnico e elementos cenográficos. Na parte musical também o trabalho foi muito bem executado. Uma curiosidade foi que, em frente ao setor 5, a pista estava molhada e com algum resquício de óleo, como o sapato da bateria era de sola lisa, alguns ritmistas caíram, o que acabou levando a um grande buraco no meio da bateria, o ritmo não foi prejudicado e não estava na frente da cabine de julgamento. As bossas eram muito bem encaixadas ao samba. Contudo, a bateria do Mestre Laion deve conseguir as notas máximas. Alô Bangu”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

(veja a ordem de desfiles do Acesso):

+ sexta-feira , 17 de fevereiro:

1ª – Arranco do Engenho de Dentro
2ª – Lins Imperial
3ª – Vigário Geral
4ª – Estácio de Sá
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – Acadêmicos de Niterói
7ª – São Clemente

+ sábado , 18 de fevereiro:

1ª – União de Jacarepaguá
2ª – Unidos da Ponte
3ª – Unidos de Bangu
4ª – Em Cima da Hora
5ª – Unidos do Porto da Pedra (escolha de posição feita pela escola)
6ª – União da Ilha do Governador
7ª – Império da Tijuca
8ª – Inocentes de Belford Roxo

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